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Projeto da UnB vai auxiliar trabalhadores desempregados devido a  pandemia da covid-19
Em parceria com Agência do Trabalhador, iniciativa discute formas de orientar profissionais para reinsera§a£o no mercado
Por UnB - 11/07/2020


Trabalhadores sera£o qualificados a partir da experiência que já possuem. Foto: Ascom/Setrab
 
Um projeto da Faculdade de Educação (FE) da Universidade de Brasa­lia vai auxiliar profissionais desempregados por conta da pandemia do novo coronava­rus a se recolocarem no mercado de trabalho. Conduzida pelo professor Remi Castioni, que atua na área de políticas públicas para educação, a iniciativa vai criar uma metodologia para certificar conhecimentos técnicos adquiridos por profissionais com baixa escolaridade.

A avaliação, o reconhecimento e a certificação dos aprendizados obtidos na educação profissional e tecnologiica estãoprevistos no artigo 41 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), mas, de acordo com o docente, essas medidas não são efetivamente colocadas em prática .

Na visão de Castioni, épreciso acelerar a certificação de conhecimento desses profissionais, que muitas vezes já tem experiência, mas não detem o conhecimento regular do ensino. "O profissional, muitas vezes, éencaminhado para cursos que nada tem a ver com sua experiência”, critica o docente da FE.
 
Além de estarem em alta rotatividade no mercado, muitos profissionais possuem baixa qualificação no ensino regular e alguns sequer sabem escrever, ler e interpretar textos. A proposta de Castioni équalifica¡-los, de acordo com suas experiências, para que melhorem as habilidades que já possuem.

Com esse intuito, o professor estabeleceu uma parceria com o Centro de Educação de Jovens e Adultos Asa Sul (Cesas) e a Agência do Trabalhador, ligada a  Secretaria do Trabalho do Distrito Federal (Setrab). A agaªncia éresponsável por receber o cidada£o desempregado, verificar se ele estãoapto a receber o seguro-desemprego e recoloca¡-lo no mercado. Entre os trabalhadores que usam o serviço da unidade estãogara§ons, eletricistas, pedreiros, vigilantes e profissionais de cozinha e da limpeza.

“Estamos trabalhando para sensibilizar os agentes da Agência do Trabalhador que acolhem esses desempregados, para que haja uma orientação mais qualificada. Além de identificarem a trajeta³ria do trabalhador, o que levou ao desemprego e o que ele precisa adquirir para ter um novo emprego”, explica o coordenador do projeto.

APOIO AO TRABALHADOR osDevido a  pandemia da covid-19, os pedidos de seguro-desemprego no Distrito Federal quase dobraram em maio 2020, comparados ao mesmo maªs do ano anterior: saltaram de 10.947 para 19.520, sendo a maior parte feita pela internet.

A unidade federativa foi a segunda com maior número de solicitações nesse período. Enquanto a média nacional de aumento foi de 53%, no DF o crescimento foi de 78%, são perdendo para Santa Catarina, com 86%. "Com a pandemia, muitos estabelecimentos fecharam e as pessoas tera£o dificuldade de se recolocar, pois a oferta de emprego foi reduzida”, avalia o professor da FE. 

A ideia éque a Agência do Trabalhador oferea§a qualificação para que os trabalhadores possam se reinserir no mercado. Castioni sugere estabelecer orientações diferentes por grupos: para o trabalhador que busca o primeiro emprego e para aquele que estãoacima de 35 anos e não tem ensino fundamental ou manãdio conclua­do.

Outra sugestãodo docente émodificar a estrutura de atendimento da agaªncia para que haja um acolhimento mais humanizado, com possibilidade de disponibilizar atélanche para a pessoa que estãoem dificuldade e sem emprego.

A previsão éque os resultados do projeto saiam no final de 2021. Ainda sem financiamento, a iniciativa foi uma das contempladas em chamada prospectiva de projetos e ações para o combate a  covid-19 proposta em conjunto pelo Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), o Decanato de Extensão (DEX) e o Comitaª de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate a  covid-19 (Copei).

 

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