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Concurso lana§a e-book com textos finalistas
Vivaªncias no isolamento social são temas de coleta¢nea
Por Dayse Tavares - 21/08/2020


Frutos litera¡rios da quarentena | Ilustração: Zop(Coordcom/UFRJ)

O concurso litera¡rio promovido durante a quarentena pelo projeto de extensão Compartilhando Leituras já tem “vencedor” e deu frutos. Nesta quinta-feira, 20, a s 19h, pelo YouTube, foi lana§ado o e-book Produções em Tempo de Isolamento: Poetizar e Registrar o Inanãdito. Thiago Luz, com “Colheita”, foi o primeiro colocado entre 678 textos enviados.

Realizado pela decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o concurso recebeu contos, crônicas e poemas que foram avaliados por uma banca examinadora composta por extensionistas do projeto, professores e  técnicos-administrativos do CFCH. Ao todo, foram selecionados 31 textos, que estãoreunidos no e-book que pretende contar um pouco das experiências humanas durante a pandemia do novo coronava­rus.

“No período de confinamento pelo qual estamos passando, após um momento de completa mudança em nossas rotinas e atitudes, as pessoas recriaram suas formas de ser, se permitiram fazer novas experiências nas mais variadas áreas. Os textos reunidos nesse e-book revelam experiências de escrita que servira£o para que as futuras gerações conhea§am o que vivemos juntos”, explica Rejane Amorim, que coordena a área de Integração Acadaªmica de Graduação do CFCH e, juntamente com Valdete Tavares, servidora tanãcnico-administrativa, também o projeto de extensão que organizou o concurso.      

Na perspectiva dos extensionistas do projeto, Amanda Ferreira, Ana Lucia Barreto, Felipe de Carvalho, Lidiane Cezario  e Rebeca Calado, “a experiência de levar a extensão universita¡ria para o a¢mbito virtual emergiu de um clima insta¡vel, preocupante e inesperado não são no Brasil, mas no mundo todo”. Segundo eles, era preciso trazr novas estratanãgias, reinventando-se em meio a  situação delicada do momento. Seria necessa¡rio reorganizar as agendas e reconsiderar certezas, evidenciando a importa¢ncia da extensão universita¡ria.

“Depois de aproximadamente um maªs sem aulas e com as atividades paradas, nossa coordenação trouxe a ideia de criarmos a proposta de um concurso virtual, no qual as pessoas pudessem usufruir desse espaço para compartilhar suas angaºstias, perspectivas, ideias e sentimentos atravanãs de escritas livres. Para isso, foi necessa¡rio pensar previamente em alguns detalhes que tornassem nossa proposta atrativa e convidativa para os futuros participantes. Nesse sentido, os processos de design, escrita e divulgação planejaram cada detalhe para que não perdaªssemos a nossa identidade de um projeto que visa e prioriza o compartilhamento e a leitura de mundo. Inicialmente, nossa perspectiva era de alcana§armos entre 80 a 100 inscritos. Felizmente, nossas projeções superaram o que hava­amos imaginado, extrapolando a marca de 600 textos recebidos via e-mail.”

            Carioca graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Thiago Luz foi quem “venceu” o concurso Compartilhando Leituras, com um texto que, de acordo com ele pra³prio, foi escrito com o estado de espa­rito de total distopia. Justamente por isso, Luz tentou escrever o contra¡rio: “a‰ um texto esperana§oso”, diz ele. “Colheita” anã, segundo o autor, como uma carta para um amigo de longa data. “Foi assim que imaginei, que comecei a escrever. Ha¡ uma cumplicidade no texto que são bons amigos podem ter.”


O professor Marcelo Macedo Corraªa e Castro, decano do Centro e presidente da banca examinadora, conta que a ideia do concurso foi uma maneira sauda¡vel de manter vivo o compartilhamento. Qualquer pessoa podia enviar um texto sobre o mundo pa³s-pandemia. Fixou-se um número ma¡ximo de palavras, mas sem determinação de idade, formação ou nacionalidade. Assim, chegaram textos de diversas regiaµes do Brasil epaíses como Angola, Estados Unidos e Portugal, o que deixou emocionados os responsa¡veis pelo projeto.

Alcana§ando seu objetivo, o Compartilhando Leituras, na opinia£o de Corraªa e Castro, tornou-se também mais conhecido, proporcionando a muitas pessoas a oportunidade de participar de um concurso que pa´de ser um espaço de troca, aprendizado e vivaªncia.

No entanto, para o decano, os textos que ficaram bem colocados no concurso não devem ser vistos como vencedores, e sim como uma “coleção de exemplos do esfora§o humano de compartilhamento”, já que para os objetivos da ação importa mais valorizar esse compartilhamento como “ prática de civilização do que como construção de parametros de julgamento e disputa”.

Arremata ele: “Ganhamos todos. Ganhamos porque escrevemos diante de nós, das nossas incertezas e dos nossos desejos. Ganhamos porque essas escritas circularam para além das nossas solidaµes e dos nossos medos. Ganhamos porque criana§as, adolescentes e adultos de idades variadas escreveram a partir de si mesmos, para compartilhar com interlocutores que sequer os conheciam. Ganhamos porque (re)descobrimos a escrita como gesto de humanização que nos aproxima de nosmesmos e do mundo em que vivemos. Ganhamos porque preenchemos um tempo de perguntas com uma escrita de reflexa£o. Ganhamos a reafirmação do direito de sonhar com futuros”.

Luz, que possui dois livros publicados no gaªnero poesia e, durante a pandemia, já escreveu mais um livro de poemas e boa parte de um romance, praticamente concorda com Corraªa e Castro: “Ganhar um concurso litera¡rio éum acidente. Um belo acidente”.

O lana§amento do e-book podera¡ ser acompanhado pelo canal do Setor de Comunicação (Secom) da Decania do CFCH (https://www.youtube.com/channel/UCxY7tqAoJJ8-J6IKE2JWPmw). Para o evento, estãoprevistas as participações de Thiago Luz e outros autores finalistas do concurso. Já para ver a publicação, acesse: https://bit.ly/3gJNu41.

 

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