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UFMG e Bio-Manguinhos concluem primeiro lote de kit sorola³gico para testes de covid-19
Produto passara¡ por última fase de testes antes de aprovaa§a£o da Anvisa, com previsão para setembro
Por Luiza França - 25/08/2020


Novo sistema detecta classe de anticorpos mais duradouros - Divulgação

Um lote piloto do kit sorola³gico IgG para covid-19, teste para detecção do novo coronava­rus baseado no manãtodo Elisa, acaba de ser conclua­do pelo Centro Tecnola³gico de Vacinas da UFMG (CT Vacinas) osque conta com a parceria de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ose por Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiola³gicos da Fiocruz. Apa³s a submissão do prota³tipo a testes e aprovação da Agência Nacional de Vigila¢ncia Sanita¡ria (Anvisa), o produto podera¡ ser produzido em larga escala, e sera£o estudadas parcerias com órgãos de distribuição não comerciais.

O kit utiliza como base o manãtodo conhecido como Elisa ossigla, em inglês, para ensaio de imunoabsorção enzima¡tica –, que se destaca por ser maissensíveldo que os exames rápidos, o que evita falsos negativos. “Nossa proposta éde um sistema de diagnóstico que detecta a presença de uma classe especa­fica de anticorpos, que são os mais duradouros em resposta a qualquer infecção, qualquer corpo estranho que entre no organismo, os anticorpos do tipo IgG”, explica Fla¡vio Fonseca, professor do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biola³gicas (ICB) e pesquisador do CT Vacinas.

Os pesquisadores produziram, de forma recombinante, uma protea­na do va­rus Sars-CoV-2 em bactanãrias, que écolocada durante o teste em uma placa de pla¡stico. Em seguida, o sangue do indiva­duo analisado éinserido no mesmo ambiente. “Se houver anticorpos, esse sangue se liga a  protea­na. Então, um segundo anticorpo éusado para reconhecer a presença de anticorpos ligados a s protea­nas de Sars-CoV-2 produzidas em bactanãrias. De forma geral e simplificada, édessa forma que funciona o nosso kit”, detalha Fla¡vio Fonseca.

O kit, que tem financiamento da Fundação de Amparo a  Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCT-V) e do INCT Investigação em Imunologia, por meio da RedeVa­rus do MCTI, foi integralmente desenvolvido pelo CT Vacinas. Apa³s os primeiros resultados positivos obtidos na UFMG, o material foi validado por outros laboratórios brasileiros, que procederam a análises independentes e emitiram laudos comprovando a boa performance.

A última etapa do processo foi o envio dos componentes para Bio-Manguinhos, com vistas a  produção dos primeiros lotes para teste. Agora, com prota³tipos do kit prontos, sera£o realizados experimentos fora do ambiente do laboratório da Fiocruz e enviadas amostras para a Anvisa. Apa³s a aprovação da agaªncia reguladora, com previsão para setembro, a Bio-Manguinhos iniciara¡ a produção em larga escala e estabelecera¡ contato com órgãos de distribuição sem fins comerciais, para que o produto possa chegar a  população brasileira.

Tecnologia nacional

Com a proposta do CT Vacinas da UFMG, os pesquisadores buscam nacionalizar a tecnologia de diagnóstico. Segundo Fla¡vio Fonseca, essa éuma necessidade “absolutamente premente”, já que a maior parte dos testes sorola³gicos para covid-19 existentes no Brasil foi importada, e a testagem da população éum dos maiores gargalos para o controle da epidemia nopaís.

“Como o mundo inteiro demanda insumos para combate a  covid-19, os processos de importação podem durar meses. Portanto, a produção de testes em massa no Brasil éestratanãgica para que sejamos independentes nesse aspecto”, destaca o pesquisador.

 

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