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Universidade sediara¡ primeira jornada nacional de educação quilombola
Programaa§a£o valoriza produa§aµes e experiências de educadores quilombolas e oferece para o grande paºblico conteaºdo de difa­cil acesso
Por Thaíse Torres - 01/12/2020


Imagem mostra o territa³rio quilombola aguas do Velho Chico em Oroca³, Pernambuco. Foto: Reprodução 

A UnB recebe, nos dias 3 e 4 de dezembro, a I Jornada Nacional Virtual Quilombola: territorialidades, saberes e a luta por direitos. Fruto de ação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) com a Universidade de Brasa­lia, a jornada éuma iniciativa inanãdita desse porte sobre a tema¡tica. O evento deve oferecer para o paºblico a partilha de experiências cotidianas dos docentes, os desafios de uma educação mobilizadora e a memória dos mais velhos, essenciais em uma formação completa, na perspectiva quilombola. 

"Nossa aposta éque a jornada seráum marco na educação do Brasil, éum evento pioneiro. Quem vem, deve compreender que educação quilombola se faz com comunidade e territa³rio, com professores, comunidade, mais velhos e criana§as, diferentemente da educação que isola pessoas e Espaços", afirma Giva¢nia Silva, professora substituta da Faculdade UnB Planaltina (FUP), uma das co-fundadoras da Conaq e coordenadora-geral do evento. 

O evento seráainda uma oportunidade de formação continuada para os educadores participantes, oferecendo certificados pela UnB e enriquecendo o retorno para a sala de aula. "Vemos o fortalecimento da formação conta­nua como aspecto fundamental da lógica da Universidade. A educação quilombola tem formas de intensificar as esferas do processo educacional", defende o diretor tanãcnico de graduação Wilson Theodoro.
 
Transformada em realidade a partir da mobilização do Coletivo Nacional de Educação Quilombola da Conaq, a jornada tem como parceiros na Universidade a Coordenação de Integração de Licenciaturas do Decanato de Ensino de Graduação (CIL/DEG); o Departamento de Hista³ria (HIS); a Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc) e o Mestrado Profissional em Sustentabilidade junto a Povos e Territa³rios Tradicionais (Mespt/FUP); o Centro de Documentação Quilombola Ivo Fonseca (CDIF); o Naºcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/Ceam) do Centro de Estudos Avana§ados Multidisciplinares (Ceam); o Grupo de Pesquisa Educação, Saberes e Decolonialidades (Gpdes) da Faculdade de Educação (FE). O Grupo de estudos a‰tnico-Racial e Ambiental da Universidade de Pernambuco (UPE) também éum parceiro da Jornada.

A coordenadora do Mespt e coordenadora executiva do evento na UnB, Ma´nica Nogueira, acredita que o momento éoportunidade para repensarmos a dina¢mica de construção do conhecimento, não assumindo que levamos o conhecimento da Universidade para a sociedade, mas aproveitando para construa­-lo junto, a partir da demanda de um movimento social. "A educação diferenciada estãosendo construa­da pelos pra³prios quilombolas. Com as as articulações para a jornada, percebemos a oportunidade de dia¡logo com educadores que estãoconstruindo conhecimento especa­fico na prática a partir de seus contextos, saberes e sabedorias comunita¡rias", comenta. 

EDUCAa‡aƒO DIFERENCIADA osJoseilton Purificação, do Conselho Estadual das Comunidades e Associações Quilombolas da Bahia (CEAQ-BA) écoordenador de uma escola de ensino infantil e fundamental I. Sua ma£e começou a ensinar informalmente e, a partir daa­, a escola foi estabelecida. Seis irmãs, um irmão e ele se dedicam a  área, sendo que o primeiro aluno foi o pai. A familia percebeu que a colaboração social que podiam dar para o movimento quilombola seria na área da educação. "Faa§o, junto da escola, o trabalho de fortalecimento da educação pública de qualidade, sabemos como énegado. Se énegado na zona urbana, imagine nas comunidades quilombolas", diz. Para ele, que édo territa³rio Velho Chico, mas cuja familia éoriginalmente de Lagoa das Piranhas, em Bom Jesus da Lapa, ir a s comunidades étambém oportunidade de aprender com os mais velhos. 

A programação prevaª mesas e debates com tema¡ticas que chamam a atenção para demandas da realidade quilombola: discussaµes da formação docente, por exemplo, bem como a inserção no cotidiano escolar de tema¡ticas mobilizadoras necessa¡rias para a proteção dos direitos quilombolas e reconhecimento da identidade. Além disso, va­deos de memória dos mais velhos, apresentações de experiências exitosas da educação escolar quilombola e trabalhos produzidos pelos pesquisadores e intelectuais quilombolas estara£o disponí­veis ao longo dos dois dias. 

Pa¡scoa Sarmento, quilombola, servidora tanãcnico-administrativa e doutoranda em Antropologia na Universidade Federal do Para¡ (UFPA) pretende apresentar uma articulação entre esses pertencimentos para a jornada. Ela, que éa primeira estudante quilombola do doutorado em Antropologia da instituição, ira¡ tratar de juventudes e infa¢ncia. "Faa§o do meu ativismo, minha ação na universidade. Ela étotalmente voltada para a garantia dos direitos socioterritoriais do meu povo e minha contribuição éarticular meu ativismo a essa instituição", afirma. 

SERVIa‡O osPara mais informações sobre a inscrição para a I Jornada Nacional Virtual Quilombola: territorialidades, saberes e a luta por direitos, clique aqui. Fique ligado! Primeiro énecessa¡rio fazer cadastro no SIGAA e depois a inscrição no evento. Sa³ os dois passos garantem sua inscrição.

 

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