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Cientista da USP é1º brasileiro a receber praªmio de diplomacia cienta­fica
O ambientalista Carlos Nobre foi indicado pela Associaa§a£o Americana para o Avana§o da Ciência
Por USP - 10/02/2021


Carlos Nobre durante apresentação no USP Talks osFoto: Reprodução/Canal USP
Desde 2013, a AAAS osAmerican Association for the Advancement of Science (Associação

Americana para o Avana§o da Ciência) premia ações individuais ou em grupo de pessoas que trabalham nas comunidades cienta­ficas ou nas relações exteriores e realizam nota¡vel contribuição para o avanço da diplomacia cienta­fica. E pela primeira vez um brasileiro foi indicado ao praªmio: o ambientalista Carlos Nobre, que épesquisador colaborador do Instituto de Estudos Avana§ados (IEA) da USP.

Ele foi indicado ao praªmio por Emma Torres, chefe do Escrita³rio de Soluções para o Desenvolvimento Sustenta¡vel da ONU (SDSN) em Nova York. “Ser o primeiro brasileiro a receber este prestigioso praªmio da AAAS mostra que a ciência brasileira comea§a a ser percebida como de qualidade e visibilidade globais. Me sinto muito honrado pelo reconhecimento de carreira cienta­fica de um brasileiro”, disse o pesquisador, que recebeu o praªmio em uma cerima´nia virtual nesta quarta-feira, 10 de fevereiro.

Fundada em 1848, nos Estados Unidos, a Associação Americana para o Avana§o da Ciência éa maior sociedade cienta­fica multidisciplinar do mundo, com membros individuais em mais 91países ao redor do globo. Tambanãm éeditora lider de pesquisas de ponta por meio das revistas Science.

Carlos Nobre se dedica a  geociaªncia e a s ciências ambientais hámais de 40 anos, com aªnfase em meteorologia, climatologia, modelagem,mudanças climáticas, desastres naturais e ciência do sistema terrestre. Em 1991, formulou a hipa³tese da “savanização” da Amaza´nia devido ao desmatamento e vem estudando como o aquecimento global pode influenciar a floresta tropical.

Pesquisa na USP

No IEA, o pesquisador desenvolve o projeto Amaza´nia 4.0, que busca a construção de fa¡bricas porta¡teis e altamente tecnologiicas para aprimorar as cadeias produtivas na Amaza´nia, de forma sustenta¡vel tanto para a floresta quanto para as comunidades locais. “No nossopaís, o grande desafio éencontrar uma maneira de zerar os desmatamentos na Amaza´nia e Cerrado, além de criar uma inovadora bioeconomia baseada na nossa riqua­ssima biodiversidade”, afirmou o cientista.

Nobre participou de vários relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Clima¡ticas da ONU (IPCC). Ele foi um dos autores do quarto Relata³rio de Avaliação do a³rga£o, que recebeu o Praªmio Nobel da Paz em 2007. Em 2013, foi nomeado membro do Conselho Consultivo Cienta­fico para a Sustentabilidade Global do secreta¡rio geral da ONU. Atualmente, preside o Painel Cienta­fico para a Amaza´nia, ligado a  SDSN, liderando mais de 160 pesquisadores e especialistas inda­genas depaíses amaza´nicos para elaborar o primeiro estudo abrangente da Bacia Amaza´nica, com publicação prevista para 2021.

O pesquisador também coordena o Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia para Mudanças Clima¡ticas e émembro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Mundial de Ciências (TWAS) e membro estrangeiro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS).

Hoje, éuma das principais vozes de alerta para a necessidade de frear o aquecimento global e proteger a Amaza´nia. “Temos que deixar a era fa³ssil permanentemente para trás antes de meados deste século, com substituição por energias renova¡veis, zerar os desmatamentos das florestas tropicais e restaurar milhões de quila´metros quadrados de florestas desmatadas e degradadas. O Brasil tem um papel importante a desempenhar na busca de soluções e devemos lutar para sermos o primeiropaís em desenvolvimento a chegar ao ‘carbono zero’ nas próximas décadas”, comentou Nobre.

Texto adaptado do Instituto de Estudos Avana§ados (IEA) da USP

 

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