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Grupo torna a Inteligaªncia Artificial acessa­vel a alunos e professores do ensino ba¡sico
IdeIA+ reaºne pesquisadores da Unicamp e da Unesp e discute desde aplicações tecnologiicas atéimplicaçaµes anãticas da IA
Por Felipe Mateus - 25/03/2021


Reprodução Facebook IDEIA+

O nome "inteligaªncia artificial" pode ainda soar como algo que são encontramos em filmes de ficção cienta­fica. Mas esse tipo de ferramenta já estãomais presente no cotidiano do que imaginamos. Desde publicidades direcionadas que aparecem nas redes sociais atérecursos controversos usados por algunspaíses, como o de reconhecimento facial, a realidade éque essa tecnologia já deixou de ser algo restrito aos laboratórios das Universidades e precisa chegar mais cedo aos estudantes dos ensinos fundamental e manãdio. 

"Em cerca de 10 ou 20 anos, seráimpossí­vel pensar o mundo sem a inteligaªncia artificial. Já éassim, mas em pouco tempo isso seráainda mais profundo. Isso vai acabar dividindo o mundo em duas categorias de pessoas, as que produzem essas tecnologias e as que utilizam. Hoje quem produz esses recursos são poucas empresas e, se não prestarmos atenção, ospaíses produtores dessas tecnologias ficara£o muito a  frente dos outros", afirma Walter Carnielli, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, membro do Centro de La³gica, Epistemologia e Hista³ria da Ciência (CLE) e do IdeIA+, Grupo Interdisciplinar de Divulgação e Educação em La³gica e Inteligaªncia Artificial. Em parceria com outros pesquisadores da Unicamp e da Unesp, o grupo desenvolve o projeto "Inteligaªncia Artificial: da La³gica a s Humanidades", com o objetivo de divulgar entre professores e alunos, de forma simples e introduta³ria, conceitos e discussaµes a respeito da IA, possibilitando esse tipo de abordagem já no ensino ba¡sico. A iniciativa conta com o apoio do CNPq. 

Da Unicamp, integram o projeto Walter Carnielli, Juliana Bueno-Soler e Rafael Testa. Tambanãm participam Mariana Matulovic, da Unesp em Tupa£, Ana Claudia Golzio e Luiz Henrique Silvestrini, da Unesp em Bauru, e ainda o produtor e diretor de cinema independente Fla¡vio Carnielli. A iniciativa conta com o apoio do CNPq, apoio loga­stico e material do CLE da Unicamp e também do Advanced Institute for Artificial Intelligence (AI2), consãorcio de pesquisadores de diversas instituições que trabalham para tornar a Inteligaªncia Artificial pauta de políticas públicas e ações de fomento.

Além de produzirem seus pra³prios conteaºdos, o grupo também faz a curadoria e disponibiliza materiais gratuitos produzidos por outras instituições de ensino nacionais e estrangeiras. A ideia éestimular a abordagem da IA em sala de aula, desmistificando tanto a complexidade do tema, quanto a dificuldade de acesso a esses conteaºdos. "Os estudantes são facilmente motivados, porque eles já vivem nesse mundo. Queremos também motivar os professores, mostrar que não éum bicho de sete cabea§as, que eles tem onde encontrar informações, que podem aprender a trabalhar com isso. Ha¡ muitos cursos gratuitos, desde os oferecidos pelo MIT e Stanford, atéplataformas como Coursera e Udacity. Ha¡ muitas iniciativas, inclusive brasileiras. Estamos então colhendo e oferecendo ajuda", explica o professor. 

Aspectos técnicos e dilemas anãticos

A abordagem feita pelos pesquisadores do grupo a respeito da inteligaªncia artificial no cotidiano não se restringe ao ensino dos recursos de programação de aplicações e robôs, ou ainda estratanãgias que professores podem usar para facilitar esse trabalho. Eles também se preocupam em estimular discussaµes sobre as implicações humanas dessa tecnologia, principalmente a responsabilidade anãtica necessa¡ria para que as aplicações não sejam utilizadas de forma leviana. 

"Se a inteligaªncia artificial não for bem utilizada, ela reforça todos os va­cios e aberrações da nossa sociedade. Ela pode reproduzir o racismo, o machismo, o preconceito de classe. Por exemplo, um sistema de inteligaªncia artificial utilizado para concessão de cranãdito pode já excluir uma pessoa são pelo fato de ela morar em uma periferia, ou por não ter curso superior", argumenta Carnielli. 

Mesmo sendo uma iniciativa focada em ações pontuais desenvolvidas nas escolas, o projeto pretende sensibilizar grandes empresa¡rios e o poder paºblico para a importa¢ncia de se investir no ensino e na inovação tecnologiica que incluam a inteligaªncia artificial. De acordo com Carnielli, isso deve garantir que opaís não fique para trás no desenvolvimento tecnola³gico do futuro: "O Brasil carece de políticas públicas de incentivo a  inteligaªncia artificial e essa éuma área muita­ssimo estratanãgica. Para tudo, para controle da a¡gua, da produção de alimentos, do agronega³cio, da educação, da indaºstria, atépara saber como as pessoas se movem durante a pandemia". 

Os materiais produzidos pelo IdeIA+ estãodisponí­veis no site mov8.com.br/ideia_mais, nas pa¡ginas do grupo no Facebook @projeto.ideiamais e no Instagram @ideia_mais. Professores e gestores educacionais interessados em parcerias com o grupo podem entrar em contato pelo e-mail projesoideiamais@gmail.com. 

 

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