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Rede Brasileira de Mulheres Cientistas élana§ada
Aumento da violência doméstica e pola­tica, perda de renda, desemprego e intensificaça£o do trabalho são alguns dos efeitos que a atual conjuntura e a pandemia da Covid-19 trouxeram para a vida das mulheres no Brasil.
Por Liana Coll - 26/04/2021


Rede para impulsionar debate e políticas públicas para mulheres élana§ada. Logo desenvolvida por Rafaella Lopes

Aumento da violência doméstica e pola­tica, perda de renda, desemprego e intensificação do trabalho são alguns dos efeitos que a atual conjuntura e a pandemia da Covid-19 trouxeram para a vida das mulheres no Brasil. A vulnerabilidade éexpressa ainda atravanãs de indicadores como a mortalidade de gra¡vidas e puanãrperas pela doena§a: nopaís, os a­ndices são os piores do mundo. Para ampliar o debate sobre a situação das mulheres nesse contexto, foi lana§ada no dia 23 de abril a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas. A rede, que já possui adesão de mais de três mil cientistas, pretende também atuar em parcerias para impulsionar políticas públicas voltadas a s mulheres.

A ideia, além de fomentar o dia¡logo e o debate, éalicera§ar e embasar políticas públicas, atravanãs das pesquisas e do conhecimento das cientistas. Os seis campos priorita¡rios são: Saúde; Violaªncia; Educação; Assistaªncia social e Segurança alimentar; Trabalho e emprego e  Moradia e Mobilidade. Para tanto, as cientistas se propaµem a atuar junto a gestores paºblicos, ampliar o dia¡logo com autoridades públicas e difundir experiências exitosas de auto-organização, especialmente perifanãricas, e de governos locais.

Em defesa da vida das mulheres

Como forma de apresentação e de engajamento entre as mulheres cientistas, a rede lançou a carta “Em defesa da vida das mulheres na pandemia”. No documento, que pode ser assinado por mulheres que queiram unir-se ao grupo, são expostas as propostas da Rede. Além disso, são apresentados dados sobre a condição de vulnerabilidade das mulheres, pontuando questões como o agravamento de situações de violência, de sobrecarga no a¢mbito dos cuidados e de desemprego, cuja taxa éde 14,4% para a população em geral e de 17% para as mulheres. As cientistas também lembram que de cada 10 gra¡vidas e puanãrperas mortas em razãoda Covid-19 no mundo, 8 são brasileiras. 

“Como em outras partes do mundo, a vulnerabilidade tem rosto de mulher. Isso compromete a autonomia e integridade dessas mulheres, mas também as de criana§as, adolescentes e idosos, já que quase metade dos lares brasileiros são por elas sustentados. A desigualdade éainda mais perversa no caso de mulheres negras e pobres, marcadores sociais de diferença que interseccionados revelam um grupo ainda mais vulnera¡vel”, assinalam, indicando assim a necessidade de políticas voltadas a s mulheres e meninas nesse momento de crise humanita¡ria.

Atéo momento, assinam a carta mais de 3 mil mulheres. De acordo com dados apresentados pela rede no lana§amento, hácientistas de todos os estados e do Distrito Federal, que trabalham em instituições públicas e privadas, em museus, centros e institutos de pesquisa dopaís. A composição da rede congrega pesquisadoras de todas as áreas do conhecimento: Ciências Sociais, Ciências Sociais Aplicadas, Artes e Humanidades; Engenharias, Ciências e Exatas; Medicina, Saúde e Ciências Biola³gicas. 

As organizadoras contam que uma das primeiras ações do grupo seráa construção de um banco de dados, que ira¡ reunir pesquisas e ações em curso. A coordenação entre as áreas do conhecimentos, que permita dar respostas conjuntamente aos diversos problemas enfrentados, éum dos focos do grupo, que segue aberto a novas adesaµes. 

Lana§amento

No evento de lana§amento da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, a apresentação do grupo ficou a cargo das professoras Luciana Tatagiba, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, e da professora Vanessa Elias, da área de Pola­ticas Paºblicas da Universidade Federal do ABC. Ambas integram o Comitaª Executivo da rede, composto de 24 mulheres. 

“Somos mais de três mil mulheres cientistas de diferentes áreas e regiaµes dopaís. Somos mulheres que dedicamos nossas vidas a  ciência e que nos unimos em defesa da vida das mulheres na pandemia”, afirmou Luciana Tatagiba. Segundo a professora, a ideia éconstruir a gestãoda rede de forma descentralizada, dando conta da diversidade das regiaµes e integrando as diversas áreas do conhecimento para dar respostas a s graves crises enfrentadas.

A professora Vanessa Elias contou que a rede foi construa­da conjuntamente a partir de conversas com colegas cientistas, e cresceu de forma muito rápida. “[A rede] cresceu muito e cresceu em função do completo envolvimento de muitas mulheres. Nos propomos a ajudar na construção e no aprimoramento de políticas públicas, a pautar o tema das mulheres no debate paºblico e a colocar as mulheres no centro das políticas públicas”.

Foram ainda apresentados, durante o lana§amento, os três eixos de organização da rede. No eixo Mulheres, a apresentação foi realizada pelas professoras Elaine Nascimento (UFPI), Fla¡via Biroli (UnB) e Karina Calife (FCMSCSP). No eixo Pola­ticas Paºblicas, pelas professoras Teresa Campello (FSP-USP), La­gia Kerr (UFC) e Ana Cla¡udia Farranha (UnB). No eixo Ciência, por Ester Sabino (USP), Cornanãlia Eckert (UFGRS) e Jaqueline Goanãs de Jesus (IMT/FM-USP).

 

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