Humanidades

Distinções versus dados: como um fila³sofo e um psica³logo medem o crescimento pessoal
Os estudiosos da UChicago debatem: 'Como vocêse torna a pessoa que gostaria de ser?'
Por Lucas McGranahan - 01/01/2020


(Da esquerda): o colunista do New York Times , David Brooks, modera uma discussão com o Assoc. Agnes Callard e Ayelet Fishbach.

O colunista do New York Times , David Brooks, iniciou um evento recente da Universidade de Chicago, ficando nosta¡lgico com relação a  sua alma mater. Grandes textos ali, ele lembrou, foram tratados “como se as chaves do reino, as chaves do segredo da vida, fossem encontradas nesses livros se vocêas lia bem e as estudava. E depois de provar esse vinho, vocênão podera¡ voltar a  Diet Coke.

O objetivo da noite foi dedicar esse tipo de consideração acadaªmica sanãria a uma pergunta pragma¡tica e perene: como vocêse torna a pessoa que gostaria de ser?

O evento fez parte de uma sanãrie chamada “ Uma reunia£o das mentes: nega³cios e humanos ” - uma sanãrie patrocinada pela Booth School of Business da  Universidade de Chicago  e pelo  Instituto Stevanovich sobre a formação do conhecimento  que explora os pontos em comum e as diferenças entre a economia e as humanidades. O evento no Gleacher Center contou com a participação do professor  Ayelet Fishbach , psica³logo; Agnes Callard , AB'97, professora associada de filosofia; e Brooks, AB'83, um  colunista de  opinia£o e administrador da UChicago, que atuou como moderador.

Nãofaltam conselhos sobre como viver. Enquanto Brooks admitiu que dar conselhos écomo ele ganha a vida, os dois participantes do painel ficaram canãticos sobre os benefa­cios de saber o que fazer. "Sou fila³sofo, e a primeira coisa que faa§o éfazer várias distinções", disse Callard, antes de distinguir entre o conselho de um amigo de confiana§a, que pode ser valioso, e o conselho pronto de um estranho, que geralmente énão.

Fishbach, a professora de Ciências Comportamentais e Marketing de Jeffrey Breakenridge Keller, destacou seu territa³rio disciplinar: “Agnes, como fila³sofa, começou com distinções. Comea§o com os dados. ”Ela citou experimentos sugerindo que dar conselhos érealmente mais benanãfico do que recebaª-los: um estudo mostrou que os alunos do ensino manãdio que lutavam com a lição de casa melhoravam mais se solicitados a dar conselhos aos colegas do que se aconselhados pelos experimentadores e resultados semelhantes foram encontrados em adultos que lutam contra o desemprego.

As diferenças metodola³gicas se tornaram um tema da noite. Segundo Callard, autor do livro  Aspiration: The Agency of Becoming  (Oxford University Press, 2018), os indivíduos são responsa¡veis ​​por se tornar quem são por meio de um processo de trazer novos valores a  vista e aspirar a viver de acordo com eles. Se isso estiver certo, a agaªncia individual desempenha um papel crucial nos projetos de autotransformação.

“A maioria das pessoas já passou por algum vale em suas vidas, o que eles dizem ser 'o momento de transformação'”.


- Colunista do New York Times David Brooks, AB'83

Tudo isso parecia um pouco subjetivo para Fishbach, que prefere ver o crescimento humano atravanãs das lentes da influaªncia ambiental: "Tenho muitos anos de prática explicando o comportamento das pessoas sem usar sua personalidade", disse ela a Callard. “Gostaria de encorajá-lo a tentar por um tempo. Isso realmente abre sua mente. Basta pensar em intervenções para os outros e para vocêmesmo que o ajudam a crescer. ”

Por sua parte, Brooks interpretou o crescimento pessoal mais como rendição do que como aspiração. "A maioria das pessoas já passou por algum vale em suas vidas, o que eles dizem ser 'o momento de transformação'", disse ele. “Vocaª chega a um ponto em que suaviza parte do solo espesso, o solo duro que vocêconstruiu sobre si mesmo ao longo da vida. E assim parece mais se aprofundar em si mesmo do que mudar de ser uma coisa para outra. ”

A próxima discussão do Meeting of the Minds, intitulada "Por que discordamos"  , ocorrera¡ em 6 de fevereiro de 2020  e contara¡ com o Prof Emir Kamenica, de Chicago Booth e Asst. Ginger Schulthe, do Departamento de Filosofia. A conversa serámoderada pela apresentadora e repa³rter de TV Marion Brooks.

 

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