Miao Qian estãodesenvolvendo ferramentas para discernir e reverter preconceitos negativos implacitos em criana§as
Kris Snibbe / Fota³grafo da equipe de Harvard
Pesquisador de pa³s-doutorado na Iniciativa Desigualdade na Amanãrica, Miao Qian estuda preconceitos raciais implacitos em criana§as pequenas.
Miao Qian , pesquisador de pa³s-doutorado da Iniciativa Desigualdade na Amanãrica , estuda o desenvolvimento de preconceitos raciais implacitos em criana§as para entender melhor como e quando preconceitos e esterea³tipos inconscientes se formam no cérebro. Qian, que recebeu um Ph.D. em psicologia e educação para o desenvolvimento da Universidade de Toronto, prevaª um futuro em que as criana§as possam "desaprender" o preconceito inconsciente por meio de treinamento e educação, comea§ando cedo em suas vidas. O The Gazette falou com ela sobre sua vida crescendo em uma sociedade racialmente homogaªnea e a influaªncia de suas próprias experiências em sua pesquisa.
Perguntas e Respostas
Miao Qian
GAZETTE: Como vocêse interessou pelo vianãs racial?
QIAN: Eu tenho duas perguntas principais de pesquisa. O primeiro équando o vianãs racial surge em primeiro lugar, e o segundo anã, se esse vianãs existe na infa¢ncia, o que vamos fazer para reduzir esse vianãs? Meu caminho para essas questões de pesquisa émuito incomum. Eu cresci na China e, embora haja mais de 1 bilha£o de pessoas e haja alguma diversidade do ponto de vista local, em termos de diversidade racial, a China éamplamente homogaªnea. A primeira vez que vi uma pessoa de origem africana foi háquatro anos, quando eu estava obtendo meu mestrado na China. Fiz vários amigos dos Camaraµes e eles me contaram histórias de como eram discriminados na China. Eles compravam frutas e eram cobrados três ou quatro vezes mais pelo prea§o, ou as pessoas também gesticulavam para eles em restaurantes.
Dessas experiências, surgiu uma onda de paixa£o e entusiasmo para estudar o ta³pico do preconceito racial. Como estudante de psicologia do desenvolvimento, eu estava muito interessado em saber como esterea³tipos, preconceitos e discriminação chegam aténós. Depois, fiz meu doutorado. na Universidade de Toronto e Toronto éuma das cidades mais diversas do mundo, então minha experiência como minoria também me proporcionou uma perspectiva única sobre esse ta³pico. Embora Toronto seja uma das cidades mais diversas, ainda existe discriminação e preconceito com base em raça e etnia, sotaque e nacionalidade, por isso me fez pensar mais sobre como e quando isso acontece. E, se esse vianãs existe, como educamos as criana§as e o impedimos antes que se torne totalmente entrincheirado com a idade, a pressão da sociedade e as madias sociais? Agora, mudando para os EUA, corrida émuito calorosamente discutida. Estou trabalhando nessa questãoha¡ cerca de sete anos e me tornei muito apaixonado por esse ta³pico, por acabar com a desigualdade racial.
“Na China, as criana§as pequenas nem sabem sobre raça, porque esse não éum conceito muito comum que pais ou professores discutem com elas. Mas mesmo sem nenhum conhecimento sobre raça, eles ainda tem preconceito ... â€
GAZETTE:Â Como vocêadapta seu processo de pesquisa aos diferentes contextos e culturas em que trabalha?
QIAN:Â Na China, as criana§as pequenas nem sabem sobre raça, porque esse não éum conceito muito comum que pais ou professores discutem com eles. Mas mesmo sem nenhum conhecimento sobre raça, eles ainda tem preconceito, então eu estava interessado em como isso acontece em primeiro lugar. E quando me mudei para Toronto e depois para os EUA, fiquei muito interessado em saber como as experiências pessoais das criana§as em contextos raciais e culturais, ou sua exposição a diversidade em sua comunidade, escola ou bairro, faria diferença, em termos de se ter mais contato ou ter amigos de outra origem anãtnica reduziria o vianãs. Sempre falamos sobre diversidade, mas se a diversidade realmente faz diferença na formação de nossas atitudes ... não sabemos respostas sãolidas sobre essas questões, especialmente em criana§as pequenas.
GAZETTE: Como vocêmede o vianãs em criana§as?
QIAN: Existem mmuitas maneiras de entender as atitudes raciais. Eu poderia fazer perguntas a s criana§as como: "Vocaª gosta de asia¡ticos?" E depois "Quanto vocêgosta deles?", Com uma escala de um a cinco. Isso éo que chamamos de vianãs racial explacito, com base em auto-denaºncia. Existem outros aspectos de nossas mentes que desconhecemos, ou mesmo se soubermos sobre eles, podemos não estar dispostos a dizaª-lo. Isso éo que os psica³logos chamam de vianãs racial implacito. Medir preconceitos implacitos édifacil, especialmente para criana§as. Trabalho com criana§as de 3 a 5 anos de idade e a s vezes elas não tem a capacidade verbal de relatar seus sentimentos. Por exemplo, alguns não sabem as palavras para expressar seus gostos e desgostos, bem como os motivos. Quando as criana§as crescem,
GAZETTE: Vocaª teve que desenvolver ferramentas especiais para o seu trabalho?
QIAN: Meu trabalho sobre vianãs implacito foi inspirado pelo Dr. Mahzarin Banaji , que éprofessor de psicologia aqui. Atualmente, estou trabalhando com ela para desenvolver uma versão para criana§as do Teste de Vianãs Implacito, para medir a associação implacita na mente das criana§as sobre positividade e negatividade com diferentes raças. Eu desenvolvi um aplicativo e somos capazes de medir as associações de criana§as entre diferentes raças e atributos positivos ou negativos. Por exemplo, poderaamos medir a rapidez com que eles associam os negros a "bom" ou "ruim" usando palavras como amiga¡vel ou agrada¡vel, ou palavras como mau ou hostil. Com base no meu trabalho anterior, eu sei que criana§as chinesas a partir dos 3 anos de idade já mostram essa associação implacita. Eles tendem a associar coisas boas com sua própria raça, e palavraµes com outras raças. Estou trabalhando com o laboratório do professor Banaji no desenvolvimento e aprimoramento desse manãtodo [app] e no desenvolvimento de uma medição on-line para ver se podemos medir o vianãs de criana§as nos EUA. Queremos ver se as criana§as aqui, com apenas 3 anos de idade, mostram vianãs implacito ,
GAZETTE:Â Como vocêplaneja enfrentar a próxima parte do seu projeto: reduzir o vianãs entre as criana§as?
QIAN: Existe um famoso fena´meno da psicologia chamado "efeito de outra raça". Isso significa que criana§as desde muito jovens lembram e reconhecem seus rostos de "raça própria" mais do que rostos de "outras raças". Eles sentem que as pessoas de outras raças parecem iguais e édifacil diferenciar entre elas. Eu desenvolvi um jogo amiga¡vel para criana§as, baseado em aplicativo, baseado em um manãtodo de treinamento chamado treinamento de individuação, projetado para focar a atenção das criana§as nos indivaduos, em vez de apenas categorizar as pessoas como raça. Eu mostro um rosto para uma criana§a, e eles precisam se lembrar dos rostos, então eu os associo com um número ou um nome. Minha pesquisa na China indicou que o treinamento de individuação reduzia os preconceitos negativos implacitos das criana§as chinesas contra os negros. A pesquisa de acompanhamento no Canada¡ replicou ainda mais esse achado e apontou diretamente para o papel da amizade entre raças na facilitação dos efeitos do treinamento. O objetivo final éque desejemos reduzir o vianãs a longo prazo, para que também tenhamos uma idanãia de um treinamento on-line, para que os pais possam orientar seus filhos quando estiverem em casa ou em outros ambientes.
GAZETTE: Quais são alguns dos desafios que vocêenfrenta ao tentar medir essas atitudes implacitas?
QIAN: Os pais brancos costumam estar muito preocupados em conversar sobre raça com os filhos, em parte porque sentem que não éa hora de as criana§as não entenderem o conceito de raça. Poranãm, evidaªncias cientaficas sugerem que bebaªs com menos de 9 meses de idade conhecem a diferença de percepção entre diferentes grupos raciais. Eles não sabem que são "brancos" ou "negros", mas sabem que um grupo de pessoas édiferente deles. Nunca serámuito cedo para conversar com criana§as sobre raça, e éimportante conversar com criana§as desde tenra idade sobre por que somos diferentes e também por que temos semelhanças. Concentro-me em associações implacitas, que são como impressaµes digitais culturais em nossa mente que carregamos. Vocaª pode não saber que estãola¡, mas molda nossa tomada de decisão e julgamento sobre certas pessoas e membros de um grupo. Pessoas boas podem ter preconceitos implacitos,
Esta entrevista foi condensada e editada para maior clareza e duração.