Humanidades

Fingir emoções no trabalho faz mais mal do que bem
O ditado
Por University of Arizona - 17/01/2020

Crédito: CC0 Public Domain

O ditado "finge atévocêconseguir" - a ideia de que alguém pode fingir uma atitude positiva para obter benefa­cios da vida real - geralmente sai pela culatra quando usado com colegas de trabalho, de acordo com um estudo liderado por um pesquisador da Universidade do Arizona.

Em vez disso, dizem os pesquisadores, fazer um esfora§o para realmente sentir as emoções que vocêexibe émais produtivo.

Allison Gabriel, professora associada de administração e organizações da Eller College of Management, liderou uma equipe que analisou dois tipos de regulação emocional que as pessoas usam no trabalho: atuação superficial e atuação profunda.

"A atuação superficial estãofingindo o que vocêestãoexibindo para outras pessoas. Por dentro, vocêpode ficar chateado ou frustrado, mas por fora estãotentando o seu melhor para ser agrada¡vel ou positivo", disse Gabriel. "A ação profunda estãotentando mudar a maneira como vocêse sente por dentro. Quando vocêestãoatuando profundamente, estãorealmente tentando alinhar como se sente com a forma como interage com outras pessoas."

"De muitas maneiras", acrescentou Gabriel, "tudo se resume a 'vamos ser bons um com o outro'. Nãoapenas as pessoas se sentira£o melhor, mas o desempenho e as relações sociais das pessoas também podem melhorar".


O estudo entrevistou adultos que trabalham em uma ampla variedade de indaºstrias, incluindo educação, fabricação, engenharia e servia§os financeiros.

"O que quera­amos saber ése as pessoas escolhem se envolver na regulação das emoções ao interagir com seus colegas de trabalho, por que elas escolhem regular suas emoções se não háuma regra formal exigindo que elas o fazm e quais benefa­cios, se houver, elas saia desse esfora§o ", disse Gabriel.

Colocar um sorriso no rosto

Gabriel diz que, quando se trata de regular emoções com colegas de trabalho, quatro tipos de pessoas emergiram do estudo:

Na£o-atores ou envolvidos em na­veis insignificantes de ação superficial e profunda;

Atores baixos, ou aqueles comsuperfÍcie ligeiramente mais alta e ação profunda;

Atores profundos, ou aqueles que exibiram os na­veis mais altos de ação profunda e baixos na­veis de ação superficial; e,

Reguladores ou aqueles que exibiram altos na­veis de ação superficial e profunda.
Em cada estudo, os não atuantes compuseram o menor grupo, com os outros três grupos sendo similares em tamanho.

Os pesquisadores identificaram vários fatores para o envolvimento na regulação da emoção e os classificaram em duas categorias: pra³-social e gerenciamento de impressaµes. Os motivos pra³-sociais incluem querer ser um bom colega de trabalho e cultivar relacionamentos positivos. Os motivos do gerenciamento de impressaµes são mais estratanãgicos e incluem o acesso a recursos ou a boa aparaªncia na frente de colegas e supervisores.

A equipe descobriu que os reguladores, em particular, eram motivados por motivos de gerenciamento de impressaµes, enquanto os atores profundos eram significativamente mais propensos a serem motivados por preocupações pra³-sociais. Isso significa que atores profundos estãooptando por regular suas emoções com colegas de trabalho para promover relações positivas de trabalho, em vez de serem motivados ao obter acesso a mais recursos.

Falsificação versus sensação

"O principal argumento", diz Gabriel, "éque os atores profundos - aqueles que realmente estãotentando ser positivos com seus colegas de trabalho - o fazem por razões pra³-sociais e obtem benefa­cios significativos desses esforços".

Segundo os pesquisadores, esses benefa­cios incluem receber na­veis significativamente mais altos de apoio de colegas de trabalho, como ajuda nas cargas de trabalho e ofertas de aconselhamento. Atores profundos também relataram na­veis significativamente mais altos de progresso em seus objetivos de trabalho e confianção em seus colegas de trabalho do que nos outros três grupos.

Os dados também mostraram que a mistura de altos na­veis de ação superficial e profunda resultou em tensão física e mental.

"Os reguladores sofreram mais com nossos indicadores de bem-estar, incluindo na­veis crescentes de sentimento emocionalmente exausto e inautaªntico no trabalho", disse Gabriel.

Lições aprendidas

Enquanto alguns gerentes com quem Gabriel falou durante o curso de sua pesquisa ainda acreditam que as emoções tem pouco a ver com o local de trabalho, os resultados do estudo sugerem que háum benefa­cio em mostrar emoções positivas durante as interações no trabalho, disse ela.

"Acho que a idanãia de 'fingir atévocêfazer' sugere uma ta¡tica de sobrevivaªncia no trabalho", disse Gabriel. "Talvez esboa§ar um sorriso para simplesmente sair de uma interação seja mais fa¡cil a curto prazo, mas a longo prazo, isso prejudicara¡ os esforços para melhorar sua saúde e os relacionamentos que vocêtem no trabalho".

"De muitas maneiras", acrescentou Gabriel, "tudo se resume a 'vamos ser bons um com o outro'. Nãoapenas as pessoas se sentira£o melhor, mas o desempenho e as relações sociais das pessoas também podem melhorar. "

A pesquisa épublicada online no Journal of Applied Psychology

 

.
.

Leia mais a seguir