Usando dados de cerca de meio milha£o de americanos e europeus, Blanchflower e Oswald descobriram que, todas as outras coisas iguais, as pessoas relataram felicidade atingindo o fundo do poa§o em seus 40 e poucos anos.
Em 2007, David Blanchflower foi co-autor de um estudo com Andrew Oswald. Eles reuniram evidaªncias de que as crises da meia-idade são reais, generalizadas e não apenas compostas por pais yuppies frustrados. Usando dados de cerca de meio milha£o de americanos e europeus, Blanchflower e Oswald descobriram que, todas as outras coisas iguais, as pessoas relataram felicidade atingindo o fundo do poa§o em seus 40 e poucos anos. O estudo lançou uma indústria caseira para acadaªmicos e jornalistas, que trabalharam para desenvolver suas descobertas ou separa¡-las.
Os estudiosos tinham muitas objeções. Blanchflower e Oswald, eles disseram, são economistas sem nega³cios que invadem o territa³rio dos psica³logos; eles estudaram apenaspaíses ricos; seus dados não eram bons o suficiente. "E isso me fez pensar: 'Bem, precisamos voltar e refazaª-lo'", diz Blanchflower. Blanchflower lançou dois artigos sobre felicidade este maªs e, ele diz, ele tem outro a caminho.
"As pessoas que fazem bem são aquelas com recursos, assistaªncia médica, famalia, amigos e bons vizinhos".
Um de seus estudos usa uma ampla gama de dados de 132países e confirma a descoberta de seu artigo de 2007. Quando vocêcontrola estatisticamente coisas como educação e status de emprego, a felicidade, ele acha, ésempre uma curva em "U" durante a vida das pessoas. Ou seja, comea§a alto na juventude, depois desce e atinge o fundo na meia-idade, e volta a velhice. Isso éverdade em todos ospaíses que ele analisa, incluindo 95países em desenvolvimento. Ele acha que as pessoas são, em média, mais infelizes aos 48 anos nospaíses em desenvolvimento e aos 47 anos nospaíses desenvolvidos. "A curva da felicidade estãoem toda parte", conclui.
Existem muitas razões possaveis para uma crise de meia idade - dos efeitos fasicos do envelhecimento a s tensaµes exercidas nos pais que ganham dinheiro -, mas Blanchflower acredita que parte da razãoéque chegamos a um ponto em que fica claro que não alcana§aremos tudo. nossos sonhos e aspirações. No começo, isso éum golpe. Mas então percebemos que estãotudo bem e comea§amos a querer aproveitar o tempo que nos resta. Ele acredita que este éum processo natural e aponta para um estudo na Proceedings da Academia Nacional de Ciências que atéencontrou um padrãosemelhante entre os grandes samios.
Em um segundo estudo , Blanchflower tenta entender por que tantos adultos de meia-idade estãose matando cada vez mais, intencionalmente ou por meio de drogas e a¡lcool, uma categoria que os economistas Anne Case e Angus Deaton chamam de "mortes do desespero". Blanchflower acredita que este grupo estãorespondendo não apenas aos sentimentos de angaºstia que surgem com a meia-idade, mas aos efeitos persistentes da Grande Recessão. Ele também culpa o declanio a longo prazo da coesão social e do envolvimento cavico nas comunidades por contribuir para o problema. As pessoas se sentem mais isoladas. Blanchflower acredita que sistemas de apoio social e profissionais de saúde podem ajudar. "As pessoas que fazem bem são aquelas com recursos, assistaªncia médica, famalia, amigos e bons vizinhos".
A boa notacia éque o retorno a felicidade após a meia-idade parece ser quase universal. Blanchflower, para dar apenas um exemplo, tem 67 anos. Ele diz que estãofeliz. Ele éava´. Ele passa grande parte do tempo pescando na Fla³rida. De fato, quando conversamos com ele, ele havia acabado de pescar um peixe vermelho de 10 cm nos pesadelos da Fla³rida. Ele nos enviou uma foto. Olhe para aquele rosto feliz, o sorriso de uma curva radiante em forma de U.
David Blanchflower pegou um peixe grande e estãofeliz com isso.
Foto de Blake Matherly (amigo de pesca de Blanchflower) / David Blanchflower