Humanidades

Investidores de Wall Street reagem a smudanças climáticas
De bancos e seguradoras a pensaµes e fundos maºtuos, 97% dos 439 entrevistados acreditam que as temperaturas globais estãosubindo. Mais da metade afirma que os riscos clima¡ticos já são um fator em suas decisaµes de investimento
Por Jeremy Simon - 23/02/2020

A mudança climática estãosendo sentida em um canto do mundo diferente de onde se pode esperar: Wall Street, onde alguns dos maiores investidores estãocomea§ando a agir.


Essa éa descoberta de uma primeira pesquisa de investidores institucionais realizada em parte pela McCombs School of Business da Universidade do Texas em Austin. De bancos e seguradoras a pensaµes e fundos maºtuos, 97% dos 439 entrevistados acreditam que as temperaturas globais estãosubindo. Mais da metade afirma que os riscos clima¡ticos já são um fator em suas decisaµes de investimento, de acordo com "A Importa¢ncia dos Riscos Clima¡ticos para Investidores Institucionais", publicada na edição de mara§o de 2020 da The Review of Financial Studies .

"Esses investidores aceitaram que a mudança climática estãoacontecendo", disse Laura Starks, professora de finana§as da Texas McCombs, que elaborou a pesquisa com os colegas Philipp Kra¼ger, da Universidade de Genebra, e Zacharias Sautner, da Escola de Finana§as e Administração de Frankfurt. "Eles estãotentando entender como isso afetara¡ o risco e o retorno de seus portfa³lios."

A pesquisa também revela como as instituições estãocomea§ando a agir. Suas ta¡ticas variam de pedir a s empresas que catalogem as emissaµes de carbono e apoiar as resoluções dos acionistas. Se as instituições não estãosatisfeitas com as respostas dos executivos, algumas estãoalienando suas ações.

Tais medidas são apenas o começo, sugere a pesquisa. Em cinco anos, 91% esperam que os riscos clima¡ticos sejam financeiramente relevantes para seus investimentos.

Dos executivos que responderam a  pesquisa, 31% eram denívelC. Quarenta e oito por cento dos 439 entrevistados gerenciaram mais de US $ 100 bilhaµes em ativos. As respostas das instituições apresentam um quadro misto de quanto importantes elas consideram os riscos clima¡ticos. Apenas 10% a classificam como sua principal preocupação, em comparação com os riscos financeiros e operacionais padra£o. Mas três tipos de riscos clima¡ticos estãoaumentando rapidamente em urgência:

O risco de novas regulamentações já estãotendo consequaªncias financeiras para 55% dos entrevistados.

Em dois anos, 66% temem impactos fa­sicos em seus ativos devido a condições climáticas extremas, aumento doníveldo mar ou incaªndios florestais.

Dentro de cinco anos, 78% esperam efeitos tecnola³gicos, uma vez que tecnologias mais ecola³gicas destroem os que queimam carbono.

"O acordo de Paris significa que diferentespaíses tera£o que comea§ar a regular mais as emissaµes de carbono", disse Starks. "A indaºstria, como um todo, estãoapenas nos esta¡gios iniciais de abordagem dessa questão."

Como os investidores institucionais sentem que podem se proteger? Para muitos, o primeiro passo éavaliar o problema. Trinta e oito por cento estãoanalisando as pegadas de carbono dos ta­tulos que possuem, enquanto 24% consideram os riscos clima¡ticos ao selecionar novos investimentos.

O pra³ximo passo éconversar com gerentes corporativos. Enquanto 43% dos investidores institucionais discutiram riscos clima¡ticos em geral, 32% propuseram ações especa­ficas para reduzir as pegadas de carbono.

Os entrevistados nem sempre estãosatisfeitos com as respostas das empresas. Trinta por cento apresentaram propostas aos acionistas, como uma resolução bem-sucedida de 2017, que pediu a  Exxon Mobil para divulgar como os riscos clima¡ticos afetariam a empresa no futuro.

Um quinto tomou medidas mais dra¡sticas, como criticar publicamente a administração, tomar medidas legais ou a punição final: vender ações.

Mas, para a maioria, basta informar os executivos. "Uma empresa se torna mais consciente do que háem sua pegada de carbono, porque alguém estãoassistindo", disse Starks.

 Para mais detalhes sobre essa pesquisa, leia a matéria de destaque do McCombs Big Ideas.

 

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