Humanidades

Pesquisadores estudam o papel da cultura em se sentir doente
Os cientistas sociais pensam que os valores de uma pessoa podem moldar visaµes internas sobre
Por Milady Nazir - 03/02/2020



As sensações físicas e mentais que associamos ao adoecimento são uma resposta biológica natural a  inflamação no corpo. No entanto, a força e a gravidade dessas sensações va£o além da biologia e podem ser afetadas por gaªnero, etnia e várias normas sociais que todos nosinternalizamos. Essas são as últimas descobertas da pesquisa, de acordo com cientistas sociais da UTSA, que descobriram um va­nculo entre a cultura de uma pessoa e como se classifica como doente.

Os cientistas sociais pensam que os valores de uma pessoa podem moldar visaµes internas sobre "doenças socialmente apropriadas". Isso tem implicações em como indivíduos diferentes podem tomar mais medidas ao lidar com doena§as, em vez de espalhar outras doena§as.

Eric Shattuck, antropa³logo biola³gico do Institute for Health Disparities Research da UTSA; o professor de sociologia Thankam Sunil, diretor do IHDR; e Xiaohe Xu, presidente do Departamento de Sociologia da UTSA, descobriram que a expressão da doença éafetada por gaªnero, renda e valores culturais .

Especificamente, os participantes do estudo que (1) obtiveram menos do que a renda familiar média dos EUA, (2) afirmaram ser esta³icos com alta tolera¢ncia a  dor ou (3) apresentar sintomas de depressão apresentaram maior probabilidade de expressar estar doente. Nos homens com va­nculos familiares mais fortes, também era mais prova¡vel que se sentisse doente.

"a‰ ira´nico. Vocaª acha que ser esta³ico significaria maior probabilidade de ser reservado, mas, de acordo com nossa pesquisa, isso tem o efeito oposto", disse Shattuck. "Os esta³icos podem ter o direito de se gabar e manter uma doença por mais tempo do que o necessa¡rio".

"Talvez as pessoas se sintam mais conforta¡veis ​​relatando estar doente quando estãoresfriado", disse Shattuck, "mas e aquelas infecções estigmatizadas, como o HIV. E o coronava­rus? Como as doenças infecciosas são reivindicadas usando lentes culturais ou econa´micas?"


Segundo os pesquisadores, os esta³icos - independentemente do sexo - e indivíduos com renda familiar abaixo de US $ 60.000 eram mais propensos a alegar estar doentes.

"Em relação aos na­veis de renda mais baixos, talvez esses indivíduos tenham maior probabilidade de afirmar estar doente porque não tem necessariamente os meios para procurar atendimento médico e, portanto, os sintomas se tornaram graves", acrescentou Shattuck. "Isso talvez os tenha lembrado da doena§a."

Os pesquisadores também apontaram que homens com laa§os familiares mais fortes tinham maior probabilidade de relatar sensações de doença mais fortes no ano passado.

"Pode ser que o apoio familiar permita que os homens se sintam mais bem cuidados e, portanto, confiem nessa rede de segurança social ", disse Shattuck.

Os pesquisadores analisaram as pesquisas autorreferidas de 1.259 entrevistados que afirmaram estar doentes com influenza ou resfriado comum no ano passado. Os participantes também foram solicitados a classificar seus sentimentos atuais de doença de "não doente" a "gravemente doente" usando uma escala do tipo Likert para controlar qualquer possí­vel efeito composto.

O comportamento da doena§a, incluindo letargia, retraimento social emudanças de apetite, é"uma das respostas que todas as criaturas vivas, das formigas a s abelhas e aos seres humanos, parecem ter em comum. No entanto, normas socioecona´micas e culturais desempenham um papel conosco", disse Shattuck. "Por exemplo, outros pesquisadores mostraram que a maioria das pessoas que trabalham em muitos campos, incluindo a medicina, costuma aparecer trabalhando enquanto estãodoente. Se vocêpensar sobre isso, trata-se de cultura do trabalho e tem consequaªncias. "

O pra³ximo passo para os pesquisadores érepetir o estudo com indivíduos que estãoativamente doentes versus aqueles que tiveram que se lembrar de uma doena§a. areas de investigação futura explorara£o como a gravidade de uma doença afeta a notificação de estar doente.

"Talvez as pessoas se sintam mais conforta¡veis ​​relatando estar doente quando estãoresfriado", disse Shattuck, "mas e aquelas infecções estigmatizadas, como o HIV. E o coronava­rus? Como as doenças infecciosas são reivindicadas usando lentes culturais ou econa´micas?"

 

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