Humanidades

As demissaµes levam a taxas mais altas de crimes violentos e crimes de propriedade
O estudo, publicado na revista Labor Economics, éum dos primeiros a estabelecer um nexo de causalidade entre a perda individual de empregos e a atividade criminosa subsequente.
Por Case Western Reserve University - 04/03/2020



Todo mundo sabe que perder o emprego da³i, mas os efeitos negativos não são sentidos apenas pelo trabalhador desalojado e sua fama­lia. Pesquisa recentemente publicada por um economista da Case Western Reserve University constata que a perda involunta¡ria de empregos também causa um aumento drama¡tico no comportamento criminoso.

O estudo, publicado na revista Labor Economics, éum dos primeiros a estabelecer um nexo de causalidade entre a perda individual de empregos e a atividade criminosa subsequente.

"As demissaµes levam a um aumento das acusações criminais contra trabalhadores deslocados, além de diminuir seus ganhos futuros e oportunidades de tempo integral", Mark Votruba, co-autor do estudo e professor associado de economia na Weatherhead School of Management da Case Western. Reserva.

Um mecanismo importante por trás desses efeitos parece ser o efeito perturbador da perda de emprego nas agendas dia¡rias. Tanto para crimes violentos quanto para crimes relacionados a drogas / a¡lcool, as taxas de cobrana§a aumentaram muito mais nos dias aºteis do que nos finais de semana.

"O velho ditado de que ma£os ociosas são a oficina do diabo parece ter alguma verdade", disse Votruba. "Esse va­nculo infeliz (com crimes durante a semana) destaca a importa¢ncia de fatores psicola³gicos - como sofrimento mental, autocontrole, preocupações financeiras e frustração - na determinação de comportamentos contraproducentes".

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A pesquisa utilizou dados de mais de 1 milha£o de trabalhadores noruegueses demitidos, com idades entre 18 e 40 anos, dos quais quase 84.000 sofreram uma perda involunta¡ria de empregos durante o período de análise. Esses registros que vinculam atividades criminais e de emprego não estãodisponí­veis nos EUA.

De acordo com o estudo, os trabalhadores que foram dispensados ​​não tiveram culpa própria e experientes:

um salto de 60% nas acusações de crimes de propriedade no ano após uma redução;


uma redução nos ganhos de 10 a 15% nos anos imediatos após o deslocamento;


um aumento substancial na probabilidade de permanecer desempregado ou trabalhar menos do que o tempo inteiro;


um aumento geral de 20% nas taxas de acusação criminal no ano seguinte a  demissão;


e um aumento drama¡tico de crimes não patrimoniais - violações graves e violentas no tra¢nsito, além de atos relacionados a drogas / a¡lcool - cometidos durante a semana.


"A resposta criminal não se refere apenas a  substituição da renda perdida dos trabalhadores. Esses resultados sugerem que outros fatores importantes estãoem ação, incluindo os efeitos psicola³gicos da perda de emprego", disse Votruba.

Se trabalhadores deslocados nos EUA exibem uma resposta semelhante ao crime na Noruega continua sendo uma questãoem aberto, embora haja motivos para acreditar que os efeitos seriam mais fortes nos EUA, segundo pesquisadores.

"A Noruega tem uma forte rede de segurança social que torna a perda de emprego menos dolorosa la¡ do que nos EUA. Tanto a renda quanto os efeitos psicola³gicos da perda de emprego provavelmente são mais graves nos EUA", disse Votruba, pesquisador associado do Statistics Norway durante o estudo.

Os autores do estudo acreditam que suas descobertas podem ajudar os formuladores de políticas a entender melhor a relação entre perda de emprego e crime, e projetar intervenções políticas que minimizem o custo que o deslocamento impaµe aos indivíduos e a  sociedade.

"Os EUA provavelmente nunca fornecera£o tanto apoio de renda aos trabalhadores deslocados, mas os programas projetados para desencorajar o abuso de a¡lcool e drogas entre os jovens deslocados ou mantaª-los envolvidos em atividades de produtividade enquanto os desempregados podem ser ferramentas políticas eficazes para reduzir o crime", afirmou. Votruba.

Os dados permitiram que os pesquisadores seguissem homens por mais de 15 anos nas décadas de 1990 e 2000; não havia crime suficiente entre as mulheres para incluir no estudo.

 

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