O que a ciência comportamental nos diz sobre se as pessoas cumprem medidas que não são obrigata³rias?
Pa¢nico de mulher comprando papel higiaªnico. Crédito: Shutterstock
O Governo do Reino Unido estãopedindo a s pessoas para limitar o contato não essenciais e viajar para trabalhar a partir de casa, a fim de retardar a propagação do COVID-19. Mas, atéo momento, não implementou um sistema de regulamentação forçada dos movimentos, diferentemente de outrospaíses da Europa. A ação do Reino Unido depende muito de indivíduos que cumpram com as mensagens oficiais - fazendo o que lhes édito. seráque vai dar certo?
"A ação do Reino Unido depende fortemente de indivíduos que cumpram as mensagens oficiais "
O que a ciência comportamental nos diz sobre se as pessoas cumprem medidas que não são obrigata³rias? Se vocêapela ao senso de 'fazer a coisa certa', as pessoas tendem a fazaª-lo, de acordo com a Dra. Kate Orkin, pesquisadora saªnior em economia comportamental da Blavatnik School of Government de Oxford, em duas entrevistas recentes no programa da BBC 'Beyond 100 Days '. .
A pesquisa da economia comportamental a partir de contextos não-pandaªmicos sugere que tornar os comportamentos um dever moral seráeficaz, diz o Dr. Orkin. Isso sugere que a abordagem baseada em conformidade do governo do Reino Unido pode ter algum sucesso. Por outro lado, pode ser ineficaz tentar mudar um comportamento problema¡tico, destacando que muitas outras pessoas estãofazendo isso.
O Dr. Orkin cita um estudo que documenta os esforços no Parque Nacional da Floresta Petrificada do Arizona para impedir as pessoas de remover madeira petrificada. Os pesquisadores testaram sinais com mensagens diferentes. Uma placa dizia: "Muitas pessoas continuam pegando a madeira e isso estãomudando o estado do parque". Quando esse sinal foi levantado, mais madeira foi retirada. De acordo com o Dr. Orkin: "Em contraste, quando os sinais simplesmente pediam a s pessoas que não pegassem a madeira, muito menos madeira era usada".
"Se vocêapela ao senso das pessoas de 'fazer a coisa certa', elas tendem a fazaª-lo"
Ela argumenta que as recentes declarações do ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio, foram um modelo aqui. Em 12 de mara§o, ele fez um forte apelo ao dever cavico, dizendo: 'Nossos ava³s foram convocados para a guerra; nos pedem para ficar em casa.
Ele também destacou que "a grande maioria dos cidada£os estãorespeitando as regras" - um fator essencial para incentivar as pessoas a obedecer éque elas saibam que outras pessoas estãofazendo o mesmo. Â
As pessoas devem perceber o quanto elas se influenciam. O Dr. Orkin diz: " Uma forte influaªncia nas decisaµes das pessoas para se protegerem dos riscos éo que as pessoas ao seu redor estãofazendo".
Ela diz que, se as pessoas seguirem o conselho do governo, isso influenciara¡ as pessoas a seu redor a fazaª-lo também.
Essas lições também se aplicaram durante a recente escassez de águana Cidade do Cabo, áfrica do Sul e Bogota¡, Cola´mbia . Segundo Orkin, as pessoas "se uniram" para fazer cortes macia§os e rápidos no consumo de águaantes das cidades ficarem sem a¡gua, após fortes apelos das administrações locais.
Então, por que as pessoas entram em pa¢nico comprando papel higiaªnico, mesmo quando são instruadas a não fazer isso?
"Então, por que as pessoas entram em pa¢nico comprando papel higiaªnico, mesmo quando são instruadas a não fazer isso?"
Existem duas razões principais, de acordo com o Dr. Orkin. Ela diz: 'A pesquisa mostra que, quando as pessoas sentem que não tem controle, são mais propensas a comprar itens aºteis, itens com um objetivo'.
Mas, diz ela, o conteaºdo das mensagens éoutro fator: "Se vocêdisser a s pessoas que todo mundo estãofazendo algo ruim [como comprar pa¢nico em papel higiaªnico], elas também o fara£o".
Existem, no entanto, soluções simples. Por exemplo, ela diz que muitas lojas impuseram limites ao número de itens essenciais que os consumidores podem comprar, ajudando-os a superar suas próprias reações emocionais.
"a‰ realmente importante que as pessoas entendam a psicologia por trás de fazer as coisas", diz o Dr. Orkin.
Dra. Kate Orkin lidera o Grupo de Pesquisa sobre Mente e Comportamento no Centro de Estudos das Economias Africanas da Escola de Governo Blavatnik.