The Walking Dead: como os dramas apocalapticos nos ajudam a navegar em tempos turbulentos
Ha¡ muito tempo os escritores são obcecados com o fim do mundo, lana§ando visaµes apocalapticas de que o paºblico a¡vido vem se destacando.
Estes são tempos politicamente caa³ticos, mas, olhando para a atual safra de drama televisivo, os telespectadores podem concordar que os sinais já existem hálgum tempo. Ha¡ muito tempo os escritores são obcecados com o fim do mundo, lana§ando visaµes apocalapticas de que o paºblico a¡vido vem se destacando. Pense em histórias alternativas sombrias, desastres catastra³ficos - naturais e polaticos - pragas, vampiros e zumbis. Muitos zumbis.
A Amazon nos trouxe O Homem do Castelo Alto (em andamento em 2015), a BBC nos forneceu SS-GB (2017), o Channel 4 serviu o Handmaid's Tale (em andamento em 2017), a Netflix produziu Containment (2016), um remake do filme belga o drama Cordon e, por último, mas certamente não menos importante, háo Walking Dead da Fox (2010 em andamento). Todas são visaµes espetaculares, horripilantes e emocionantes, detalhando o colapso do mundo como o conhecemos.
A sanãrie Walking Dead estãoentre as mais populares e retornou para a nona temporada em 8 de outubro. Se sua irmã, Fear the Walking Dead, for levada em consideração, isso representa uma sanãrie surpreendente de 13 que retrata o colapso da civilização. a‰ muito drama do fim do mundo, mas como observou a psica³loga junguiana Marie-Louise von Franz :
"As pessoas que são emocionalmente dominadas por uma história ou uma idanãia repetem-na sem parar e não conseguem parar de falar sobre isso ou contar e recontar ... a‰ um meio de [liberar] um forte impacto emocional".
O drama importa porque esboa§a na imaginação um sentido do que épossível. Nunca ésobre os zumbis. Na imaginação popular, esconde-se a possibilidade de aniquilação nuclear, pandemias, misoginia e repressão, fundamentalismo religioso, nacionalismo extremo e colapso ambiental. A humanidade deixou de estar a mercaª da natureza para ter o poder de destrua-la. Nãoéde admirar que nosso drama especulativo seja tão sombrio.
As narrativas do apocalipse em si não são novidade. Popularmente, eles estãoassociados a visaµes excessivas de destruição e morte, mas a palavra "apocalipse" éderivada da palavra grega apokalypsis (a palavra de abertura, de fato, de Apocalipse 1: 1 ), que significa simplesmente "descobrir" ou, como o livro em si échamado: Revelação. A literatura apocalaptica ésobre revelar o que foi oculto.
O livro bablico do Apocalipse éapenas um dos vários textos que remontam aos tempos pré-cristãos, coincidindo com períodos de grande revolta polatica e cultural, que continuam a ser bem escritos no período medieval. Existem versaµes coptas, siraacas e atéisla¢micas do apocalipse, todas surgindo em tempos de crise e mudança.
Pa³s apocalipse
A maioria desses escritos contanãm um certo pessimismo e uma preocupação com o fim da história e o cataclismo ca³smico, mas eles realmente existem para incentivar os oprimidos. O estudioso do apocalipse John J Collins aponta que a maioria dos escritos apocalapticos implica um desafio de ver o mundo de uma maneira radicalmente diferente. a‰ uma imaginação revoluciona¡ria projetada para gerar visaµes não do que anã, mas do que pode ser. O foco real da literatura apocalaptica não ésobre o espeta¡culo do colapso, mas sobre o que vem depois.
Como o acadêmico de estudos religiosos Stephen O'Leary explica em seu ensaio na Encyclopedia of Apocalypticism :
"A madia moderna, particularmente a televisão e o cinema, ocupa um papel em nossa sociedade ana¡logo a s narrativas religiosas, arte e teatro no período pré-moderno ... como fonte de teatro para a imaginação coletiva".
Mas os escritores de nossas narrativas apocalapticas contempora¢neas parecem estar sofrendo de uma falha dessa imaginação. Eles são ha¡beis na primeira parte das narrativas tradicionais do apocalipse, detalhando o que estãoerrado, com as visaµes que acompanham o mundo antigo sendo varridas, mas e a segunda parte? O que vem depois? O quaª mais?
Se aceitarmos que eles estãorefletindo uma preocupação com o fim do mundo como o conhecemos, o que deveria haver em seu lugar? Nãoéhora de termos algumas histórias que mostram dicas de como superamos, resistimos ou atéevitamos essas coisas? Uma pontada ocasional de luz, ou a possibilidade de esperana§a para um resultado que não contenha sobreviventes se matando sem parar por causa de recursos cada vez menores, seria bem-vinda.
Os dramas de Walking Dead estãose movendo nessa direção. O final da quarta temporada do programa de spin-off Fear the Walking Dead viu os sobreviventes partirem em uma missão para ajudar outras pessoas e promover um senso de comunidade - uma mudança acentuada de direção da narrativa "sobrevivaªncia a qualquer custo" atéaquele momento .
No meio da oitava temporada de The Walking Dead, um personagem chamado Georgie foi apresentado, que deu a comunidade de sobreviventes de Hilltop um livro chamado A Key to the Future, que explicava como criar tecnologia medieval (como moinhos de vento e aquedutos) para ajudar a comunidade a se tornar mais auto-suficiente. Novamente, uma grande mudança de brigar pelas sobras da civilização que marcaram a sanãrie atéaquele momento.
A 8ª temporada se concentrou em uma história de emancipação, onde várias comunidades se uniram para se libertar do The Saviours, um grupo que exigia dazimos de suprimentos com ameaa§as e violência extrema. O primeiro episãodio da nona temporada de The Walking Dead foi chamado de Um Novo Comea§o , com trailers sugerindo que a nova sanãrie explorara¡ como ou se os que restaram podem encontrar uma maneira de viver juntos pacificamente.
Ou talvez não. O paºblico desta franquia de mortos-vivos tem caado (embora ainda seja alto em comparação com programas rivais), então talvez os espectadores ainda estejam mais interessados ​​em violência e ação de alta octanagem do que quaisquer noções de paz duradoura e trabalho conjunto. O paºblico pode se divertir com visaµes de "queimar tudo", mas eventualmente os pensamentos devem se voltar para o que vem a seguir. Vamos torcer para que os escritores estejam prontos para abraçar uma verdadeira revolução da imaginação.