Os números que geram manchetes - os que causam infecções por Covid-19, por exemplo - contem naveis significativos de incerteza: suposições, limitações, extrapolações e assim por diante.
Especialistas e jornalistas hámuito assumem que revelar o "ruado" inerente aos dados confunde o paºblico e prejudica a confiana§a, afirmam pesquisadores da Universidade de Cambridge, apesar de pouco estudado.
Agora, uma nova pesquisa descobriu que a incerteza em torno de fatos e números importantes pode ser comunicada de maneira a manter a confianção do paºblico nas informações e em sua fonte, mesmo em questões controversas, como imigração emudanças climáticas.
Os pesquisadores dizem que esperam que o trabalho, financiado pela Fundação Nuffield, incentive os cientistas e a madia a serem mais ousados ​​ao relatar incertezas estatasticas.
"Naºmeros estimados com grandes incertezas são relatados como absolutos", disse Anne Marthe van der Bles, que liderou o novo estudo no Centro de Comunicação de Riscos e Evidaªncias do Centro Winton de Cambridge.
"Isso pode afetar a maneira como o paºblico vaª os riscos e a experiência humana, e pode produzir sentimentos negativos se as pessoas acabarem se sentindo enganadas", disse ela.
O co-autor Sander van der Linden, diretor do Laborata³rio de Decisão Social de Cambridge, disse: “O aumento da precisão ao relatar um número, incluindo uma indicação de sua incerteza, fornece ao paºblico melhores informações. Em uma era de notacias falsas que podem ajudar a promover a confiana§a. â€
A equipe de psica³logos e matema¡ticos se propa´s a ver se eles poderiam aproximar as pessoas da "verdade" estatastica em um relatório on-line no estilo de notacias sem prejudicar a confiabilidade percebida.  Â
Eles conduziram cinco experimentos envolvendo um total de 5.780 participantes, incluindo um experimento de campo exclusivo hospedado pela BBC News online, que mostrou a incerteza em torno de uma manchete de diferentes maneiras.
Os pesquisadores obtiveram os melhores resultados quando um número foi marcado como uma estimativa e acompanhado pelo intervalo numanãrico do qual foi derivado, por exemplo: '... a taxa de desemprego subiu para cerca de 3,9% (entre 3,7% e 4,1%) 'Â Â
Esse formato viu um aumento acentuado no sentimento e no entendimento de que os dados mantinham incerteza, mas pouco ou nenhum efeito negativo sobre os naveis de confianção nos pra³prios dados, aqueles que os forneceram (por exemplo, funciona¡rios paºblicos) ou aqueles que os informaram (por exemplo, jornalistas).
"Esperamos que esses resultados ajudem a garantir a todos os comunicadores de fatos e ciências que eles possam ser mais abertos e transparentes sobre os limites do conhecimento humano", disse o co-autor Prof David Spiegelhalter, presidente do Centro Winton da Universidade de Cambridge.
Catherine Dennison, chefe do Programa de Bem-Estar da Nuffield Foundation, disse: “Estamos comprometidos em construir confianção nas evidaªncias no momento em que éfrequentemente questionado. Este estudo fornece orientações aºteis para garantir que as estatasticas informativas sejam comunicadas com credibilidade ao paºblico. â€Â Â
Os resultados foram publicados hoje na revista Proceedings da National Academy of Sciences .
A maioria dos participantes do experimento foi recrutada atravanãs da plataforma online de crowdsourcing Prolific. Eles receberam textos curtos, em estilo de notacia, sobre um dos quatro tópicos: desemprego no Reino Unido, imigração no Reino Unido, populações de tigres indianos oumudanças climáticas.
A incerteza foi apresentada como uma única palavra adicionada (por exemplo, 'estimada'), um intervalo numanãrico, uma advertaªncia verbal mais longa - 'ha¡ incerteza em torno desse número: poderia ser um pouco maior ou menor' - ou uma combinação dessas, bem como a 'controle' de uma figura auta´noma sem incerteza, tapica da maioria das reportagens.
Eles descobriram que a palavra adicionada não se registrava nas pessoas e a advertaªncia mais longa registrava, mas diminuaa significativamente a confianção - os pesquisadores acreditam que era ambagua demais. A apresentação da faixa numanãrica (do manimo ao ma¡ximo) teve o equilabrio certo de sinalizar a incerteza com poucas evidaªncias de perda de confiana§a. Â
Exibições anteriores sobre tópicos contestados em reportagens, como migração, foram incluadas na análise. Embora as atitudes em relação a questãotenham importado como os fatos foram vistos, quando a abertura sobre a incerteza dos dados foi adicionada, ela não reduziu substancialmente a confianção nos números ou na fonte.
A equipe trabalhou com a BBC para realizar um experimento de campo em outubro de 2019, quando foram divulgados números sobre o mercado de trabalho do Reino Unido.
Na matéria online da BBC, os números eram apresentados como de costume, um 'controle' ou com alguma incerteza - uma advertaªncia verbal ou um intervalo numanãrico - e um link para uma breve pesquisa. As descobertas deste experimento do "mundo real" foram compataveis com os de outros experimentos de "condições de laboratório" do estudo. Â
"Recomendamos que os jornalistas e os que produzem dados daªem a s pessoas uma visão mais completa", disse a coautora Dra. Alexandra Freeman, diretora executiva do Winton Center.
"Se um número for uma estimativa, informe-os com precisão, colocando um manimo e um ma¡ximo entre paraªnteses posteriormente."
Sander van der Linden acrescentou: "Em última análise, gostaraamos de ver o cultivo do conforto psicola³gico em torno do fato de que conhecimento e dados sempre contem incerteza".
"A desinformação geralmente parece definitiva, e as notacias falsas tem um senso de certeza", disse ele.
“Uma maneira de ajudar as pessoas a navegar no ambiente de notacias pa³s-verdade de hoje éser honesto sobre o que não sabemos, como o número exato de casos confirmados de coronavarus no Reino Unido. Nosso trabalho sugere que as pessoas podem lidar com a verdade. â€
No maªs passado, David Spiegelhalter lançou um podcast sobre estatasticas, ' Risky Talk '. No primeiro episãodio, ele discute a comunicação de dados sobremudanças climáticas com Sander van der Linden e a Dra. Emily Shuckburgh, lider da nova iniciativa climática da Universidade, Cambridge Zero.