Humanidades

Estudo de modelagem de doenças infecciosas lana§a daºvidas sobre o impacto da peste justiniana
A partir da modelagem, eles descobriram que era improva¡vel que qualquer rota de transmissão da praga tivesse a taxa de mortalidade e a duraça£o descritas nas fontes prima¡rias.
Por University of Maryland - 03/05/2020



Muitos alegaram que a Praga Justiniana (c. 541-750 dC) matou metade da população do Impanãrio Romano. Agora, a pesquisa hista³rica e a modelagem matemática desafiam a taxa de mortalidade e a gravidade dessa primeira pandemia de peste.

Pesquisadores Lauren White, Ph.D. e Lee Mordechai, Ph.D., do Centro Nacional de Sa­ntese Socioambiental da Universidade de Maryland (SESYNC), examinaram os impactos da Praga Justiniana com modelagem matemática. Usando a pesquisa moderna sobre a peste como base, os dois desenvolveram novos modelos matema¡ticos para reexaminar as fontes prima¡rias desde o momento do surto da peste justiniana. A partir da modelagem, eles descobriram que era improva¡vel que qualquer rota de transmissão da praga tivesse a taxa de mortalidade e a duração descritas nas fontes prima¡rias. Suas descobertas aparecem em um artigo intitulado "Modelando a praga justiniana: comparando rotas de transmissão hipotanãticas" no PLOS ONE .

"a‰ a primeira vez, ao que sabemos, que uma abordagem robusta de modelagem matemática foi usada para investigar a peste justiniana", disse a autora Lauren White, Ph.D., ecologista quantitativa de doenças e pa³s-doutorado no SESYNC. "Dado que hámuito pouca informação quantitativa nas fontes prima¡rias da Peste Justiniana, esta foi uma excelente oportunidade para pensar criativamente sobre como podera­amos combinar o conhecimento atual da etiologia da peste com descrições dos textos hista³ricos".

White e Mordechai concentraram seus esforços na cidade de Constantinopla, capital do Impanãrio Romano, que teve um surto relativamente bem descrito em 542 CE. Algumas fontes prima¡rias afirmam que a peste matou até300.000 pessoas na cidade, que tinha uma população de cerca de 500.000 pessoas na anãpoca. Outras fontes sugerem que a praga matou metade da população do impanãrio. Atérecentemente, muitos estudiosos aceitavam essa imagem da morte em massa. Ao comparar as rotas de transmissão buba´nica, pneuma´nica e combinada, os autores mostraram que nenhuma via de transmissão única imitava com precisão a dina¢mica do surto descrita nessas fontes prima¡rias.

A literatura existente freqa¼entemente pressupaµe que a Peste Justiniana afetou todas as áreas do Mediterra¢neo da mesma maneira. As novas descobertas deste artigo sugerem que, dada a variação dos padraµes ecola³gicos e sociais em toda a regia£o (por exemplo, clima, densidade populacional), éimprova¡vel que um surto de peste tenha impactado igualmente todos os cantos do impanãrio diverso.

"Nossos resultados sugerem fortemente que os efeitos da peste justiniana variaram consideravelmente entre diferentes áreas urbanas na antiguidade tardia", disse o co-autor Lee Mordechai, historiador ambiental e pa³s-doutorado no SESYNC quando escreveu o artigo. Atualmente, ele éprofessor na Universidade Hebraica de Jerusalém e co-lider da Iniciativa de Pesquisa em Hista³ria e Mudança Clima¡tica de Princeton (CCHRI). Ele disse: "Este artigo faz parte de uma sanãrie de publicações nos últimos anos que paµe em daºvida a interpretação tradicional da peste usando novas metodologias. a‰ um momento emocionante para fazer esse tipo de pesquisa interdisciplinar!"

Usando uma abordagem chamada análise de sensibilidade global, White e Mordechai foram capazes de explorar a importa¢ncia de qualquer para¢metro de modelo para determinar os resultados simulados da doena§a. Eles descobriram que vários parametros não estudados também são muito importantes na determinação dos resultados do modelo. White explicou: "Um exemplo foi a taxa de transmissão de pulgas para seres humanos. Embora a análise tenha descrito isso como um para¢metro importante, não houve pesquisas suficientes para validar uma faixa plausa­vel para esse para¢metro".

Essas varia¡veis ​​de alta importa¢ncia com informações ma­nimas também apontam para direções futuras para a coleta de dados empa­ricos. "Trabalhar com modelos matema¡ticos de doenças foi um processo perspicaz para mim como historiador", refletiu Mordechai. "Isso nos permitiu examinar os argumentos hista³ricos tradicionais com uma nova e poderosa lente".

Juntos, com outros trabalhos recentes de Mordechai, este estudo éoutro chamado para examinar as fontes e narrativas principais que cercam a Praga Justina¢nica de forma mais cra­tica.

 

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