Humanidades

'Uma pandemia dentro de uma pandemia': COVID-19, protestos lana§am um holofote sobre a desigualdade
A pandemia e os protestos após a morte de George Floyd em 25 de maio não são questões totalmente separadas, disseram Spanberger, Underwood e Winn.
Por James Shea, - 15/06/2020

Doma­nio paºblico

Em meio a protestos mundiais contra o racismo sistemico, uma congressista da regia£o de Richmond, a chefe de diversidade, patrima´nio e inclusão da Virga­nia e o diretor do Centro de Ca¢ncer Massey da Universidade Commonwealth da Virga­nia organizaram uma prefeitura virtual na quarta-feira para discutir as maneiras desproporcionais pelas quais as comunidades minorita¡rias foram afetadas pelo novo coronava­rus.

"Antes do ini­cio dos protestos, das manifestações e marchas pela Virga­nia e pelopaís, assistimos a discussaµes sobre eqa¼idade e justia§a, relacionadas a quem estava em nossos hospitais e quem estava em nossos necrotanãrios", disse a representante americana Abigail Spanberger. "O COVID-19, de acordo com os dados, estãoinfectando e matando americanos negros a taxas desproporcionais quando comparado a outros grupos anãtnicos. Na Virga­nia, em particular, os afro-americanos são 23% das mortes por COVID-19, mas representam 13,6% de nossos população."

O escrita³rio de Spanberger sediou o evento virtual. A ela se juntaram Janice Underwood, Ph.D., diretora de diversidade da Virga­nia, e Robert Winn, MD, diretor do Massey Cancer Center. Sua discussão centrou-se nos impactos desproporcionais da pandemia nas comunidades minorita¡rias no centro da Virga­nia e em todo opaís.

"O COVID-19 éuma crise única na geração que mudara¡ o mundo para sempre, mas também éuma oportunidade única na geração de nos catapultar para sistemas de saúde mais fortes para todos",

Lauren Underwood

Underwood disse que o va­rus estãoafetando comunidades negras do ponto de vista de morbidade, mas também comunidades hispa¢nicas, já que esse grupo tem a maior taxa de testes positivos para o va­rus na Virga­nia. Para lidar com as desigualdades em sua resposta ao COVID-19, o estado criou a Fora§a-Tarefa de Liderana§a em Ações COVID-19 da Commonwealth of Virginia. A força-tarefa éa primeira desse tipo para a Virga­nia e tem sido um modelo para grupos semelhantes em todo opaís, disse Underwood.

"Sabemos que estamos em uma pandemia e alguns de nosestãoem uma pandemia dentro de uma pandemia", disse Underwood. "E isso nunca foi tão claro para mim, a administração e o governador em particular. Certamente estamos juntos nesta tempestade, mas não estamos nos mesmos barcos".

A pandemia e os protestos após a morte de George Floyd em 25 de maio não são questões totalmente separadas, disseram Spanberger, Underwood e Winn. Os três escreveram um artigo em conjunto no Richmond Times-Dispatch de tera§a-feira intitulado "Os testes da Amanãrica são positivos para a nossa doença coletiva", nos quais eles argumentaram que opaís estão"no meio de uma doença que nos atormenta hámais de 400 anos". . " Esta doena§a, eles escreveram, éracismo estrutural. a‰ "insidioso e flagrante" e pode ser identificado "pelas desigualdades de moradia, educação e emprego".
 
"Outros sintomas incluem policiamento injusto, insegurança alimentar e falta de acesso a cuidados de saúde de qualidade", escreveram eles. "O mais ta³xico de seus sintomas, no entanto, éa desumanização de outros seres humanos, que - como um sistema imunológico defeituoso - induz o corpo a se atacar".

Eles escreveram que a solução étratar as causas-raiz, que sera£o mais desafiadoras do que criar uma vacina para o COVID-19 e exigira£o a vontade coletiva do povo americano.

Winn, durante a prefeitura, disse que muitas das conversas sobre a pandemia e os protestos parecem estar centradas na idanãia de que essas questões são novas. Mas as mesmas questões de educação ruim, moradia preca¡ria e violência estrutural foram discutidas durante a pandemia de gripe espanhola de 1918. Esses fatores contribua­ram para piores resultados de saúde para certas populações há100 anos, o mesmo que estãofazendo hoje.

"Essa pandemia e os protestos reuniram uma interseccionalidade de pensamentos para mim", disse Winn. "Estou pensando sobre onde estamos indo. A verdade éque, em 2020, continuo sendo o aºnico diretor de centro de câncer afro-americano nopaís. Fizemos alguns progressos, mas certamente temos que fazer".

No entanto, ele estãootimista em enfrentar a pandemia. Quando o surto começou, os profissionais médicos não tinham ideia de como tratar os pacientes. Agora, ensaios clínicos de vários medicamentos estãoem andamento e também para uma vacina. Winn acredita que o ressurgimento do va­rus ocorrera¡ no outono e no inverno, mas serámenos grave do que o que aconteceu na primavera.

"O que impediu esse va­rus de piorar são apenas pessoas individuais", disse Winn. "Pessoas individuais são capazes de fazer distanciamento social. Ser capaz de ser respeitoso usando ma¡scaras."

Os participantes do painel disseram que qualquer pessoa que participe de um protesto deve ser testada quanto ao va­rus. O governo federal forneceu financiamento para testes gratuitos.

Durante a prefeitura, os participantes do painel também foram acompanhados pela deputada norte-americana Lauren Underwood, uma democrata de Illinois e nenhuma relação com a Underwood da Virga­nia. Ela disse que a pandemia éuma oportunidade única para enfrentar os desafios sistema¡ticos nestepaís e discutir questões complexas existentes nos EUA e em seu sistema de saúde.

"O COVID-19 éuma crise única na geração que mudara¡ o mundo para sempre, mas também éuma oportunidade única na geração de nos catapultar para sistemas de saúde mais fortes para todos", disse Lauren Underwood.

 

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