Humanidades

A população mundial em 2100 pode estar 2 bilhaµes abaixo das projeções da ONU
No final do século, 183 dos 195países - com excea§a£o do influxo de imigrantes - tera£o caa­do abaixo do limiar de substituia§a£o necessa¡rio para manter os na­veis populacionais , informou uma equipe internacional de pesquisadores no The Lancet.
Por Marlowe Hood - 15/07/2020


Até2100, mais de 20países - incluindo Japa£o, Espanha, Ita¡lia, Taila¢ndia, Portugal, Coreia do Sul e Pola´nia - vera£o suas populações diminuirem pelo menos pela metade

A Terra abrigara¡ 8,8 bilhaµes de almas em 2100, dois bilhaµes a menos do que as atuais projeções da ONU, de acordo com um grande estudo publicado quarta-feira que prevaª novos alinhamentos de energia global moldados por taxas decrescentes de fertilidade e envelhecimento da população.

No final do século, 183 dos 195países - com exceção do influxo de imigrantes - tera£o caa­do abaixo do limiar de substituição necessa¡rio para manter os na­veis populacionais , informou uma equipe internacional de pesquisadores no The Lancet.

Mais de 20países - incluindo Japa£o, Espanha, Ita¡lia, Taila¢ndia, Portugal, Coreia do Sul e Pola´nia - tera£o seus números diminua­dos em pelo menos metade.

A China caira¡ quase tanto, de 1,4 bilha£o de pessoas hoje para 730 milhões em 80 anos.

Enquanto isso, a áfrica Subsaariana triplicara¡ de tamanho para cerca de três bilhaµes de pessoas, com a Niganãria expandindo para quase 800 milhões em 2100, perdendo apenas para 1,1 bilha£o da andia.

"Essas previsaµes sugerem boas nota­cias para o meio ambiente, com menos estresse nos sistemas de produção de alimentos e menores emissaµes de carbono, além de oportunidades econa´micas significativas para partes da áfrica Subsaariana", disse o principal autor Christopher Murray, diretor do Institute for Health Metrics e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, disse a  AFP.

"No entanto, a maioria dospaíses fora da áfrica vera¡ forças de trabalho encolhendo e invertendo pira¢mides populacionais, o que tera¡ consequaªncias negativas profundas para a economia".

Para ospaíses de alta renda dessa categoria, as melhores soluções para sustentar os na­veis populacionais e o crescimento econa´mico sera£o políticas flexa­veis de imigração e apoio social para fama­lias que querem filhos, concluiu o estudo.

"No entanto, diante do decla­nio da população, háum risco muito real de que algunspaíses considerem políticas que restringem o acesso a servia§os de saúde reprodutiva, com consequaªncias potencialmente devastadoras", alertou Murray.

866 milhões de pessoas com mais de 80 anos

"a‰ imperativo que a liberdade e os direitos das mulheres estejam no topo da agenda de desenvolvimento de todos os governos".

A áfrica Subsaariana vera¡ sua população triplicar para cerca de três bilhaµes de
pessoas até2100

Os servia§os sociais e os sistemas de saúde precisara£o ser revisados ​​para acomodar populações muito mais velhas.
 
Amedida que a fertilidade diminui e a expectativa de vida aumenta em todo o mundo, o número de criana§as menores de cinco anos deve diminuir em mais de 40%, de 681 milhões em 2017 para 401 milhões em 2100, segundo o estudo.

No outro extremo do espectro, 2,37 bilhaµes de pessoas - mais de um quarto da população global - tera£o mais de 65 anos.

Aqueles com mais de 80 anos passara£o de 140 milhões hoje para 866 milhões.

Quedas acentuadas no número e na proporção da população em idade ativa também trara£o enormes desafios em muitospaíses.

"As sociedades lutara£o para crescer com menos trabalhadores e contribuintes", observou Stein Emil Vollset, professor do IHME.

O número de pessoas em idade ativa na China, por exemplo, caira¡ de cerca de 950 milhões hoje para pouco mais de 350 milhões atéo final do século - uma queda de 62%.

Prevaª-se que o decla­nio na andia seja menos acentuado, de 762 para 578 milhões.

Na Niganãria, por outro lado, a força de trabalho ativa aumentara¡ de 86 milhões hoje para mais de 450 milhões em 2100.

Essasmudanças tecta´nicas também reorganizara£o a hierarquia em termos de influaªncia econa´mica, prevaªem os pesquisadores.

A população em idade ativa da China caira¡ 48%, de 1,4 bilha£o de pessoas hoje
para 730 milhões em 80 anos

Um novo mundo multipolar

Em 2050, o produto interno bruto da China ultrapassara¡ o dos Estados Unidos, mas voltara¡ ao segundo lugar em 2100, prevaªem.

O PIB da andia aumentara¡ para ocupar o terceiro lugar, enquanto Japa£o, Alemanha, Frana§a e Reino Unido permanecera£o entre as dez maiores economias do mundo.

Prevaª-se que o Brasil caia no ranking do oitavo para o dia 13 e a Raºssia do número 10 para o 14º. Enquanto isso, as potaªncias hista³ricas Ita¡lia e Espanha caem dos 15 para os 25 e 28 melhores, respectivamente.

A Indonanãsia pode se tornar a 12ª maior economia do mundo, enquanto a Niganãria - atualmente em 28º - estãoprojetada para quebrar o top 10.

"Atéo final do século, o mundo serámultipolar, com andia, Niganãria, China e Estados Unidos como potaªncias dominantes", disse Richard Horton, descrevendo o estudo como descrevendo "mudanças radicais no poder geopola­tico".

Atéagora, as Nações Unidas - que previam 8,5, 9,7 e 10,9 bilhaµes de pessoas em 2030, 2050 e 2100, respectivamente - praticamente tiveram o monopa³lio da projeção da população global.

A diferença entre os números da ONU e do IHME depende crucialmente das taxas de fertilidade . A chamada "taxa de substituição" para uma população esta¡vel éde 2,1 nascimentos por mulher.

Os ca¡lculos da ONU assumem que ospaíses com baixa fertilidade hoje vera£o essas taxas aumentarem, em média, para cerca de 1,8 filho por mulher ao longo do tempo, disse Murray.

"Nossa análise sugere que, a  medida que as mulheres se tornam mais instrua­das e tem acesso a servia§os de saúde reprodutiva, optam por ter menos de 1,5 filho em média", explicou ele por e-mail.

"O crescimento conta­nuo da população global ao longo do século não émais a trajeta³ria mais prova¡vel para a população mundial".

Fundado em 2007 e apoiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, o IHME tornou-se uma referaªncia global para estata­sticas de saúde, especialmente seus relatórios anuais de Carga Global de Doena§as.

 

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