Humanidades

O neurocientista que defende direitos iguais para LGBT +
Duncan Astle éum neurocientista com a missão de entender por que o cérebro de algumas criana§as se desenvolve de maneira diferente de outras - e como isso afeta não apenas sua educação, mas também suas vidas.
Por Charis Goodyear - 28/02/2021


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Duncan Astle éum neurocientista com a missão de entender por que o cérebro de algumas criana§as se desenvolve de maneira diferente de outras - e como isso afeta não apenas sua educação, mas também suas vidas. Ele também preside a Rede de Funciona¡rios LGBT + da Universidade. Ele fala sobre a recente decisão da Rede de assinar uma declaração de que os direitos trans são direitos humanos.

Estudamos o desenvolvimento do cérebro em criana§as - como ele muda a  medida que as criana§as crescem e os diferentes fatores que podem molda¡-lo. Estamos superinteressados ​​em criana§as que frequentam o ensino regular, mas que estãorealmente lutando - então elas podem estar três ou quatro anos atrasadas em relação ao que deveriam estar.

Nossa sensação éque a maneira como essas criana§as foram estudadas no passado foi muito simplista. Se vocêtentar colocar as criana§as em grupos organizados, perdera¡ muitas informações. Acreditamos que a variabilidade entre as criana§as não éum rua­do a ser controlado, éalgo interessante de ser estudado. 

a‰ vital levar essa variabilidade a sanãrio, pois os caminhos em que as criana§as estãopodem durar a vida toda. Existem consequaªncias indiretas não apenas em termos de como eles se saem na escola, mas também em como eles fazem a transição para a força de trabalho e sua saúde física e mental ao longo do tempo - afetando-os como indiva­duos, suas comunidades e a sociedade de forma mais ampla.

Uma das coisas realmente importantes que nossa pesquisa mostrou éque o ra³tulo de diagnóstico de uma criana§a não prediz realmente o tipo de áreas de dificuldade que ela tem, e o diagnóstico simplesmente não fornece informações aºteis suficientes para os professores. Quando vocêdiz isso para algumas pessoas em nosso campo, elas ficam horrorizadas - elas basicamente pensam que vocêéum herege. Mas quando vocêvai a uma escola e diz isso aos professores, eles dizem: “bem, eu poderia ter dito isso anos atrás!”

Minha parte favorita do meu trabalho são as pessoas com quem trabalho. Eles são muito divertidos e muito inteligentes, e suas conversas são vitalizantes.

Eu me sinto realmente sortudo por na minha unidade de pesquisa haver várias pessoas LGBT +. Essa visibilidade para membros da comunidade LGBT + pode ser transformadora. Tambanãm temos a bandeira do arco-a­ris hasteada durante todo o ano - isso cria um ambiente onde vocêda¡ a todos permissão para serem eles mesmos.

Um dos desafios para a comunidade LGBT + égarantir que os jovens tenham diversos modelos. Lembro-me de quando era criana§a e não havia gays para quem pudesse olhar e pensar: “Posso me identificar com isso, me sinto assim, posso me ver nesse cena¡rio”. Acho que a visibilidade éimportante.

Fora do laboratório, faa§o parte da Rede de Funciona¡rios LGBT + da Universidade. Perguntaram-me se eu poderia assumir a presidaªncia do grupo e, portanto, no ini­cio de 2020, pouco antes do primeiro bloqueio, assumi esta posição. 

A rede éum porta-voz para dar voz a s preocupações da comunidade LGBT + em Cambridge. Tambanãm émuito divertido. Mesmo no bloqueio, assistimos a filmes juntos via Zoom - meu conhecimento sobre cinema Queer melhorou dramaticamente nos últimos 12 meses! 

No outono passado, a LGBT + Staff Network assinou a declaração de Stonewall: 'direitos trans são direitos humanos'. A narrativa conta­nua e o discurso paºblico em torno das pessoas trans e não bina¡rias são extremamente negativos, e quera­amos dizer publicamente que não estamos bem com isso. Esta declaração étão importante, pois envia uma mensagem poderosa para as transcomunidades e todos os outros que os empregadores estãodo seu lado. 

Acho que, como umpaís, ainda estamos no esta¡gio em que as coisas podem ser ditas que parecem superficialmente boas, mas na verdade são transfa³bicas. Na³s nos tornamos melhores em identificar a homofobia disfara§ada de 'preocupações lega­timas', mas estamos muito atrasados ​​quando se trata de reconhecer a transfobia pelo que ela anã. 

O Reino Unido éum ambiente cada vez mais hostil para pessoas trans e não bina¡rias. Dados recentes mostram que em um período de 12 meses cerca de 41% das pessoas trans e 31% das pessoas não bina¡rias sera£o vitimas de crimes de a³dio, e esses na­veis estãoaumentando. 

Uma minoria vocal procura apagar as identidades de pessoas trans e não bina¡rias e tenta restringir ou remover seus direitos. a‰ raro uma nota­cia sobre pessoas trans apresentar a voz ou perspectiva de uma pessoa trans real. Isso cria um terreno fanãrtil para uma campanha geral de desinformação. Isso acontece no mundo exterior, mas também pode acontecer nas universidades. 

Queremos tornar nossa instituição o mais inclusiva possí­vel e fazer tudo o que pudermos para levar a conversa mais ampla para coisas que realmente importam. a‰ hora de parar de debater o direito de outras pessoas de existir e comea§ar a discutir coisas importantes, por exemplo, como melhoramos o acesso a suporte e saúde de qualidade. 

Duncan falara¡ sobre sua pesquisa sobre o impacto do COVID na saúde mental dos jovens no Festival de Cambridge. Ele se juntara¡ a outros acadaªmicos importantes para discutir: como a insegurança afeta o bem-estar? O evento acontecera¡ no sa¡bado, 3 de abril, das 13h a s 14h GMT. 

Ele élider de programa na Unidade de Cognição e Ciências do cérebro do MRC, Escola de Medicina Cla­nica, e membro do Robinson College. Em 2020, ele ganhou o Praªmio de Impacto de Pesquisa do Estabelecido Vice-Chanceler Acadaªmico.

Este perfil éparte de  This Cambridge Life  - histórias de pessoas que tornam a Universidade de Cambridge única.

 

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