Humanidades

Chave para fazer o seu melhor no trabalho? Seja vocêmesmo
Nãoenterre seu 'foda£o' interior, diz o especialista em gestão. Abrace a sua autenticidade
Por Christina Pazzanese - 01/03/2021


A autenticidade beneficia nosso desempenho, diz a professora Francesca Gino da Harvard Business School, que ensinou "Anatomia de um foda£o". Foto de arquivo de Jon Chase / Harvard

Hoje, os lideres mais inovadores não são os conformadores. Eles são os individualistas ousados ​​que trazm seus pra³prios caminhos. Assim, aprender a abraçar um de “dura£o” interna éa nova chave para o sucesso, diz Harvard Business School faculdade Francesca Gino , Tandon Fama­lia Professor de Administração de Empresas, e Frances X. Frei , UPS Professor Foundation of Management Service.

Muitas vezes, as pessoas são aconselhadas ou se sentem pressionadas a enterrar os aspectos especiais ou peculiares de suas personalidades, recalibrar sua fala ou estilos pessoais, ou pensar duas vezes antes de compartilhar opiniaµes honestas no trabalho para demonstrar que são "adequados". Mas essa abordagem éum desservia§o tanto para o funciona¡rio quanto para a empresa, Frei e Gino dizem.

A dupla deu recentemente um curso curto e intensivo para alunos de MBA, "Anatomy of a Badass", sobre como aprender a ser assumidamente ousado e autaªntico no trabalho, apresentando Bozoma Saint John , o carisma¡tico diretor de marketing da Netflix (uma vez descrito pelo Buzzfeed como o Pessoa “mais legal” que já subiu no palco em um evento da Apple). Pesquisas mostram que ser verdadeiro com quem vocêéleva a um maior desempenho profissional e satisfação pessoal e, se as empresas levam a sanãrio o aumento da diversidade e da inclusão, encorajar todos a trazer sua individualidade e opiniaµes nuas éum bom começo.

Gino, que estuda liderana§a inovadora e escreveu um livro de 2018 sobre violadores de regras bem-sucedidos, “Talento rebelde”, falou sobre o que significa ser autaªntico no trabalho e por que isso éimportante.

Perguntas & Respostas
Francesca Gino


Embora todos possam achar difa­cil se sentir conforta¡vel em sua própria pele, especialmente no trabalho, vocêdiz que a ideia por trás deste curso surgiu dos desafios que os negros, assim como outras pessoas marginalizadas, enfrentam, mesmo que mais empresas digam que desejam que todos se sintam bem-vindos e valorizados no trabalho.

GINO: Muitas vezes, quando falamos sobre locais de trabalho bons, indiferentes ou inclusivos, pensamos sobre as condições que cada um de nospode criar para promover um ambiente mais inclusivo, quer estejamos tendo uma conversa, uma reunia£o e outras interações. O que não damos muito Espaço, embora seja quase tão importante ou talvez atémais importante, éo que aconteceria se vocêfosse a pessoa que não se sente bem-vinda ou querida pelas opiniaµes e diferenças que apresenta? E éaa­ que ter essa coragem de apenas mostrar quem vocêéépoderoso. Então, como podemos realmente mostrar o que temos de melhor e apresentar nossas ideias, independentemente do contexto? Boz [Bozema Saint John] realmente fez isso, em alto e bom som.

O que significa ser dura£o?

GINO: Significa ter a coragem de apresentar todo o seu ser. Agora, autenticidade éuma palavra que émuito usada. Acho que a parte confusa para muitas pessoas éque geralmente se presume que, se vocêfor autaªntico, isso significa que vocênão estãofiltrando. E não éesse o caso. Vocaª estãopensando nisso. O que significa éque, nos momentos em que vocêe eu estamos em um encontro com outras pessoas, e todos estãosugerindo X e eu fundamentalmente acredito que devera­amos estar fazendo Y, sinto a coragem de dizer o que penso. Ou, se gosto de me vestir de uma certa maneira, não diminuo o tom simplesmente porque sou a única que me veste assim. De muitas maneiras diferentes, érevelar quem somos, em vez de verificar nossa identidade na porta enquanto vamos para o trabalho. a‰ realmente pensar sobre o que torna vocaª, vocaª;

Como a autenticidade afeta a vida profissional de alguém ?

GINO: Pesquisei bastante sobre autenticidade dentro das organizações. Aqui estãoalguns que surpreendem as pessoas: Um deles éa autenticidade que beneficia o nosso desempenho. Um dos estudos que fiz com alguns colegas mostra que as pessoas que fazem uma entrevista, se forem mais autaªnticas, o que pode significar responder a perguntas apresentando o verdadeiro vocêou não, acabam tendo mais chances de conseguir o emprego. Temos dados sobre empreendedores que apresentam ideias para capitalistas de risco: se seu argumento de venda for mais genua­no e autaªntico, vocêtera¡ três vezes mais chances de obter dinheiro pelo seu empreendimento. Portanto, háboas evidaªncias de que a autenticidade ajuda, especialmente quando comparada a outra estratanãgia em que vocêtenta atender a s expectativas da outra pessoa. Tambanãm temos evidaªncias de que a autenticidade permite que vocêse envolva com seu trabalho mais profundamente, [o que significa que vocaª] tem mais probabilidade de permanecer na organização e [também formar] um relacionamento mais profundo com seus colegas. E tenho pesquisas que mostram que, se vocêestãoentre uma minoria e estãopassando por uma experiência em que se sente exclua­do, a autenticidade pode, na verdade, amortecer essa experiência.

Requer outras qualidades inatas, como ser extrovertido ou criativo?

GINO: Podemos aprender a trazer a  tona o que háde dura£o em nosmesmos e parte do que fazemos émostrar a s pessoas como de uma pessoa que fez isso, [Sa£o Joa£o]. Frances e eu consideramos nosso papel colocar uma estrutura na casa, criando assim um momento de reflexa£o e guiando as pessoas atravanãs dessa reflexa£o. “Vamos identificar onde vocêacha que estãoa sua grandeza antes de realmente trazer isso para fora.” Mas também redefinindo suas expectativas. Vocaª estãoprimeiro impactando sua própria maneira de pensar dizendo a si mesmo: “Nãovejo nenhuma mulher gay como docente saªnior da HBS, então não espero ser promovido?” E assim, estãodizendo a s pessoas que elas precisam reformular e reformular suas expectativas e como podem alcana§a¡-las para que sejam um pouco mais ousadas na maneira como pensam sobre elas.

Steve Jobs, o falecido cofundador da Apple, era supostamente bastante autaªntico no trabalho e isso obviamente teve um grande impacto na identidade da empresa, em sua cultura e, em última análise, em seu sucesso. Mas muitas pesquisas mostram que as pessoas em posições de poder tem muito mais liberdade para contrariar as normas sociais do que aquelas com menos status. Existem limites para quem ou quanta autenticidade deve ser revelada? No primeiro dia de um novo emprego, quanto “dura£o” vocêdeveria ser?

GINO: O que adoro nessa pergunta éque acho que ela captura por que fica confuso quando pensamos sobre autenticidade. Um, quando somos autaªnticos, precisamos filtrar. Isso não significa que se eu adoro usar meu pijama, porque me sinto conforta¡vel, vou trabalhar de pijama. Ainda hájulgamento em termos de como trazer alguns de seus talentos para a frente. Além disso, ser autaªntico não significa que acredito fundamentalmente que minhas ideias são melhores do que as suas. Podemos ter a coragem de nos manifestar e apresentar nossas ideias, mas sempre de forma respeitosa. Eu acho que muitas vezes associamos a ideia de um [foda£o] como uma pessoa que fala alto e chega e esmaga os outros, mas essa não éa ideia. a‰ mais o que estamos pegando com isso. E a razãopela qual o usamos no tí­tulo do curso épara dizer que requer coragem. Mas isso não significa que não devamos respeitar os pontos de vista das outras pessoas. E devemos apresentar nossas ideias de forma que elas fazm parte da conversa, mas não necessariamente declaradas, já que a nossa éa única voz que devemos ouvir.

O que as pessoas podem fazer agora para comea§ar a viver suas vidas com mais autenticidade?

GINO: Encontrar aquele momento de reflexa£o, eu acho, éum bom primeiro passo. E então dizer, vou organizar meu trabalho ou meu dia para ter certeza de que vou trazer isso para a frente. A outra coisa que eu diria éque adoro essa ideia de reformular ou retrabalhar suas expectativas. [Uma] pessoa que vem a  mente quando penso sobre autenticidade - ela éafro-americana e uma mulher - éa cineasta e escritora Ava DuVernay. O que ébonito nela éque decidiu mudar de carreira quando estava na casa dos 30 anos. Ela sabia que, para ter sucesso como cineasta e escritora - ela costuma dizer isso em entrevistas - "vocêprecisa de tios ricos". E ela não tinha isso. Ela simplesmente decidiu pegar a ca¢mera e comea§ar a fazer suas próprias coisas de uma maneira que a tornou bastante bem-sucedida. Ela [fala] sobre ficar impressionada com pessoas que “criam seus pra³prios tetos. “Quando penso em reformular as expectativas, em termos do que todos podemos alcana§ar, não énos impedirmos pelos esterea³tipos que existem e apenas sermos quem somos. Eu acho que isso émuito fortalecedor. E fazer com que as pessoas reflitam sobre as expectativas e objetivos que tem para si mesmas.

A entrevista foi editada para maior clareza e extensão.

 

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