Humanidades

Neandertais desapareceram da Europa mais cedo do que se pensava, diz estudo
A dataa§a£o anterior por radiocarbono dos restos da Caverna do Espia£o revelou idades tão recentes quanto aproximadamente 24.000 anos atrás, mas os novos testes empurra o rela³gio para entre 44.200 a 40.600 anos atrás.
Por Issam Ahmed - 09/03/2021


Os restos da manda­bula superior e inferior de um Neandertal da Caverna do Espia£o na Banãlgica

Os fa³sseis de Neandertal de uma caverna na Banãlgica que se acredita pertencerem aos últimos sobreviventes de sua espanãcie já descobertos na Europa são milhares de anos mais velhos do que se pensava, disse um novo estudo na segunda-feira.

A datação anterior por radiocarbono dos restos da Caverna do Espia£o revelou idades tão recentes quanto aproximadamente 24.000 anos atrás, mas os novos testes empurra o rela³gio para entre 44.200 a 40.600 anos atrás.

A pesquisa apareceu nos Proceedings of the National Academy of Sciences e foi realizada por uma equipe da Banãlgica, Gra£-Bretanha e Alemanha.

O coautor Thibaut Deviese, da University of Oxford e da Aix-Marseille University, disse a  AFP que ele e seus colegas desenvolveram um manãtodo mais robusto para preparar amostras, que foi mais capaz de excluir contaminantes.

Ter uma ideia firme de quando nossos parentes humanos mais pra³ximos desapareceram éconsiderado um primeiro passo fundamental para entender mais sobre sua natureza e capacidades, bem como por que eles eventualmente foram extintos enquanto nossos pra³prios ancestrais prosperaram.

O novo manãtodo ainda depende da datação por radiocarbono, considerada por muito tempo o padrãoouro de datação arqueola³gica, mas refina a forma como os espanãcimes são coletados.

Todas as coisas vivas absorvem carbono da atmosfera e de seus alimentos, incluindo a forma radioativa de carbono-14, que se decompaµe com o tempo.

Como as plantas e os animais param de absorver o carbono 14 quando morrem, a quantidade que resta quando são datados nos diz háquanto tempo eles viveram.

Quando se trata de ossos, os cientistas extraem a parte composta de cola¡geno por ser orga¢nico.

“O que fizemos foi dar um passo adiante”, disse Deviese, já que a contaminação do ambiente do cemitanãrio ou por meio de colas usadas em trabalhos de museu podem estragar a amostra.

Em vez disso, a equipe procurou os blocos de construção do cola¡geno, moléculas chamadas aminoa¡cidos e, em particular, selecionou aminoa¡cidos individuais específicos que eles podiam ter certeza que faziam parte do cola¡geno.

'Estrutura confia¡vel'

Os autores também dataram espanãcimes de Neandertal de dois locais adicionais na Banãlgica, Fonds-de-Foret e Engis, encontrando idades compara¡veis.

"Datar todos esses espanãcimes belgas foi muito emocionante, pois eles desempenharam um papel importante na compreensão e na definição dos Neandertais", disse o coautor Gregory Abrams, do Centro Arqueola³gico da Caverna Scladina, na Banãlgica.

"Quase dois séculos após a descoberta do filho neandertal de Engis, fomos capazes de fornecer uma idade confia¡vel."

O sequenciamento genanãtico foi, entretanto, capaz de mostrar que um osso do ombro de Neandertal datado de 28.000 anos atrás estava fortemente contaminado com DNA bovino, sugerindo que o osso tinha sido preservado com uma cola feita de ossos de gado.

"O namoro écrucial em arqueologia. Sem uma estrutura confia¡vel de cronologia, não podemos realmente estar confiantes na compreensão das relações entre os neandertais e o Homo sapiens", acrescentou o coautor Tom Higham, da Universidade de Oxford.

O uso de certas ferramentas de pedra foi atribua­do aos Neandertais e foi interpretado como um sinal de sua evolução cognitiva, disse Deviese.

Mas se a linha do tempo para a existaªncia dos neandertais estãosendo adiada, acrescentou Deviese, então as indaºstrias paleola­ticas deveriam ser reexaminadas para determinar se realmente foram obra das extintas espanãcies de homina­deos.

 

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