Humanidades

Os eleitores apoiam os titulares que apoiam seus interesses econa´micos
a‰ geralmente aceito que a competaªncia econa´mica éuma preocupaa§a£o central de todos os eleitores. Mas uma nova pesquisa, publicada recentemente na Politics and Society , mostra que nem sempre éesse o caso.
Por Sarah Whitebloom - 22/03/2021


'O desempenho econa´mico relativamente ruim de Margaret Thatcher em termos de desemprego não a impediu de ser reeleita várias vezes.' Crédito: Shutterstock. 

a‰ geralmente aceito que a competaªncia econa´mica éuma preocupação central de todos os eleitores. Mas uma nova pesquisa, publicada recentemente na Politics and Society , mostra que nem sempre éesse o caso.

O autor do estudo, Dr. Tim Vlandas , do Departamento de Pola­tica Social e Intervenção de Oxford , afirma que os eleitores são muito mais complexos - e propensos a votar nos titulares, dependendo de como o desempenho econa´mico os afeta especificamente, em vez de com base em uma avaliação geral da economia .

O estudo amplia o escopo da pesquisa sobre votação econa´mica, investigando como o impacto eleitoral da economia varia por grupo social em termos de comoDimensões particulares do desempenho econa´mico os afetam, não apenas em termos de competaªncia geral.

"Alto desemprego, aumento de prea§os ou austeridade não significam necessariamente um desastre pola­tico ... Por outro lado, maiores gastos paºblicos e baixo desemprego podem não se traduzir automaticamente em popularidade"


O Dr. Vlandas argumenta que os eleitores reagem de maneiras distintas a diferentes aspectos do desempenho econa´mico, visto que os afetam pessoalmente em vários graus. Como resultado, alto desemprego, aumento de prea§os ou austeridade não significam necessariamente um desastre pola­tico se certos grupos de eleitores politicamente poderosos não forem afetados diretamente. Por outro lado, maiores gastos paºblicos e baixo desemprego podem não se traduzir automaticamente em popularidade. Assim, os eleitores penalizam os pola­ticos em exerca­cio em graus variados, dependendo de sua exposição pessoal aDimensões especa­ficas da deterioração econa´mica.

O Dr. Vlandas diz: 'A sabedoria prevalecente sugere que o fraco desempenho econa´mico tem um efeito negativo nas chances de reeleição de presidentes pola­ticos, seja porque sinaliza falta de competaªncia ou porque afeta a vida dos eleitores.

"No entanto, essa expectativa estãosujeita a resultados conflitantes ... Neste artigo, construa­mos a ideia emergente de heterogeneidade entre os eleitorados, que desafia a suposição de que todos os eleitores podem ser considerados como penalizadores da incompetaªncia de maneira semelhante."

De acordo com o artigo, 'Diferentes grupos sociais tem perfis de risco diferentes e preferaªncias de políticas econa´micas e de bem-estar distintas, que tem implicações importantes para o comportamento eleitoral ... [por exemplo] a resposta eleitoral esperada a s políticas de austeridade éfortemente dependente donívelsocioecona´mico dos indivíduos recursos para suportar cortes em programas governamentais. '

"O desempenho econa´mico relativamente ruim de Margaret Thatcher em termos de desemprego não a impediu de ser reeleita várias vezes, de acordo com o estudo".  


O documento aponta para um pola­tico do Reino Unido que foi reeleito apesar [ou, talvez, por causa da] misanãria econa´mica, 'o desempenho econa´mico relativamente ruim de Margaret Thatcher em termos de desemprego não a impediu de ser reeleita várias vezes.'

No entanto, seu sucesso conta­nuo, de acordo com o jornal, 'poderia ter sido o resultado de políticas econa´micas que prejudicaram principalmente os pobres e os menos qualificados, ao mesmo tempo que beneficiaram alguns eleitores de alta renda e os idosos'.

O artigo afirma que éa experiência do indiva­duo, e não a competaªncia percebida do pola­tico, que éa chave, 'O impacto eleitoral da deterioração do desempenho econa´mico depende em grande parte dos perfis de risco dos indiva­duos, com os aposentados parecendo particularmente sensa­veis ao desempenho retrospectivo da inflação, pouco qualificados trabalhadores para os na­veis de desemprego, trabalhadores do setor paºblico e trabalhadores pouco qualificados para cortes no setor paºblico e indivíduos de alta renda para desenvolvimentos no mercado de ações. '

O Dr. Vlandas acrescenta, 'Os gastos paºblicos afetam principalmente a probabilidade de voto para os titulares tanto do setor paºblico quanto dos trabalhadores pouco qualificados, enquanto influencia as decisaµes eleitorais dos aposentados e dos que recebem alta renda consideravelmente menos ou nem um pouco.'

"Os gastos paºblicos afetam principalmente a probabilidade de voto para ocupantes do setor paºblico e trabalhadores pouco qualificados, enquanto influencia ... aposentados e pessoas de alta renda consideravelmente menos ou nem um pouco"

Dr. Tim Vlandas

Mas, diz ele, 'o padrãooposto emerge com a variação no desempenho do mercado de ações: os que recebem e pensionistas de alta renda respondem muito aos retornos do mercado de ações, ao passo que o setor paºblico e os trabalhadores de baixa renda não são afetados por eles'.

A pesquisa constatou que os pola­ticos em exerca­cio podem ser afetados: 'Os eleitores tem maior probabilidade de virar as costas aos titulares quando certos aspectos da economia se deterioram e são de particular importa¢ncia para os grupos sociais aos quais pertencem.'

O Dr. Vlandas diz: 'Com as taxas de desemprego pré-eleitoral ... a propensão para votar em candidatos decresce um pouco mais rapidamente entre as fileiras de trabalhadores pouco qualificados, ... [Mas] A resposta especa­fica do grupo a  inflação marca uma divisão clara entre pensionistas e o resto da população, com os primeiros sistematicamente penalizando os titulares durante os contextos eleitorais inflaciona¡rios. '

As descobertas, afirmam os autores, demonstram empiricamente a heterogeneidade dos grupos sociais em seus padraµes de votação econa´mica, fortalecendo o va­nculo eleitoral entre as preferaªncias políticas especa­ficas do grupo e as políticas governamentais.

O artigo fornece uma nova explicação para a razãode haver tão pouca evidência sobre punição eleitoral sistema¡tica contra governos que empreendem políticas, como ajuste fiscal e austeridade, que são prejudiciais para o crescimento (pelo menos no curto prazo): éapenas um subconjunto de a população que responde aos resultados econa´micos que convencionalmente se presume que capturam o voto econa´mico, com outras varia¡veis ​​sendo pea§as igualmente importantes de todo o quadro do voto econa´mico.

O estudo analisou quatro grupos sociais (trabalhadores pouco qualificados, aposentados, funciona¡rios do setor paºblico e indivíduos de alta renda) e quatro varia¡veis ​​econa´micas (desemprego, inflação, desempenho do mercado de ações e gastos paºblicos).

 

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