Humanidades

As tensaµes sociais precederam as rupturas nas antigas sociedades Pueblo
Os problemas clima¡ticos por si são não foram suficientes para encerrar os períodos de desenvolvimento antigo de Pueblo no sudoeste dos Estados Unidos.
Por Washington State University - 26/04/2021


A seca costuma ser responsabilizada pelas interrupções peria³dicas das antigas sociedades Pueblo do sudoeste dos Estados Unidos, mas em um estudo com implicações potenciais para o mundo moderno, os arqueólogos encontraram evidaªncias de que a tensão social que se acumula lentamente provavelmente desempenhou um papel substancial em três convulsaµes drama¡ticas no desenvolvimento de Pueblo. As descobertas mostram que os agricultores de Pueblo frequentemente perseveravam durante as secas, mas quando as tensaµes sociais aumentavam, atémesmo secas modestas poderiam significar o fim de uma era de desenvolvimento. Crédito: Parque Nacional Mesa Verde, MEVE 11084

Os problemas clima¡ticos por si são não foram suficientes para encerrar os períodos de desenvolvimento antigo de Pueblo no sudoeste dos Estados Unidos.

A seca éfrequentemente responsabilizada pelas interrupções peria³dicas dessas sociedades Pueblo, mas em um estudo com implicações potenciais para o mundo moderno, os arqueólogos encontraram evidaªncias de que a tensão social que se acumula lentamente provavelmente desempenhou um papel substancial em três convulsaµes drama¡ticas no desenvolvimento de Pueblo.

As descobertas, detalhadas em um artigo no Proceedings of the National Academy of Sciences , mostraram que os fazendeiros de Pueblo frequentemente perseveravam durante as secas, mas quando as tensaµes sociais estavam aumentando, atémesmo secas modestas poderiam significar o fim de uma era de desenvolvimento.

"As sociedades coesas podem muitas vezes encontrar maneiras de superar os desafios clima¡ticos", disse Tim Kohler, arqueólogo da Washington State University e autor correspondente do estudo. "Mas as sociedades que são divididas por dina¢micas sociais internas de qualquer tipo - que podem ser diferenças de riqueza, disparidades raciais ou outras divisaµes - são fra¡geis por causa desses fatores. Então, os desafios clima¡ticos podem facilmente se tornar muito sanãrios."

Os arqueólogos hámuito especulam sobre as causas das convulsaµes ocasionais nas sociedades pré-espanholas criadas pelos ancestrais dos povos pueblos contempora¢neos. Essas comunidades ancestrais de Pueblo ocuparam uma vez a área de Four Corners dos Estados Unidos de 500 a 1300, onde hoje o Colorado faz fronteira com Utah, Arizona e Novo Manãxico.

Embora essas comunidades tenham frequentemente permanecido esta¡veis ​​por muitas décadas, elas passaram por várias transformações sociais perturbadoras antes de deixar a área no final dos anos 1200. Quando medições mais precisas indicaram que as secas coincidiram com essas transformações, muitos arqueólogos decidiram que esses desafios clima¡ticos eram sua causa prima¡ria.

Neste estudo, Kohler colaborou com cientistas da complexidade da Universidade de Wageningen na Holanda, liderados por Marten Scheffer, que mostraram que a perda de resiliencia em um sistema que se aproxima de um ponto de inflexa£o pode ser detectada por meio demudanças sutis nos padraµes de flutuação.

"Hoje enfrentamos vários problemas sociais, incluindo o aumento da desigualdade de riqueza junto com profundas divisaµes políticas e raciais, assim como a mudança climática não émais tea³rica", disse Kohler. "Se não estivermos prontos para enfrentar os desafios dasmudanças climáticas como uma sociedade coesa , havera¡ problemas reais."


"Esses sinais de alerta revelaram-se surpreendentemente universais", disse Scheffer, primeiro autor do estudo. "Eles se baseiam no fato de que a desaceleração da recuperação de pequenas perturbações indica perda de resiliencia."
 
Outra pesquisa encontrou sinais de "desaceleração cra­tica" em sistemas tão diversos como o cérebro humano, florestas tropicais e calotas polares a  medida que se aproximam de transições cra­ticas.

"Quando vimos os dados incrivelmente detalhados reunidos pela equipe de Kohler, pensamos que este seria o caso ideal para ver se nossos indicadores poderiam detectar quando as sociedades se tornam insta¡veis ​​- algo bastante relevante no contexto social atual", disse Scheffer.

A pesquisa usou análises de ananãis de a¡rvores de vigas de madeira usadas para construção, que forneceram uma sanãrie de tempo de atividade estimada de corte de a¡rvores ao longo de muitos séculos.

"Este registro écomo um terma´metro social", disse Kohler, que também éafiliado ao Crow Canyon Archaeological Center no Colorado e ao Santa Fe Institute no Novo Manãxico. "O corte e a construção de a¡rvores são componentes vitais dessas sociedades. Qualquer desvio do normal indica que algo estãoacontecendo."

Eles descobriram que a recuperação enfraquecida de interrupções na atividade de construção precedeu três grandes transformações das sociedades Pueblo. Essas desacelerações foram diferentes de outras interrupções, que mostraram rápido retorno ao normal nos anos seguintes. Os arqueólogos também notaram sinais crescentes de violência ao mesmo tempo, confirmando que a tensão provavelmente havia aumentado e que as sociedades estavam se aproximando de um ponto de inflexa£o.

Isso aconteceu no final do período conhecido como Basketmaker III, por volta do ano 700, bem como pra³ximo ao final dos períodos chamados Pueblo I e Pueblo II, por volta de 900 e 1140 respectivamente. Perto do final de cada período, também havia inda­cios de seca. As descobertas indicam que foram os dois fatores juntos - fragilidade social e seca - que representaram problemas para essas sociedades.

A fragilidade social não estava em jogo, entretanto, no final do período Pueblo III no final dos anos 1200, quando os fazendeiros de Pueblo deixaram os Quatro Cantos com a maioria se mudando para o sul. Este estudo apoia a teoria de que foi uma combinação de seca e conflito com grupos externos que fez com que os pueblos partissem.

Kohler disse que ainda podemos aprender com o que acontece quando os desafios clima¡ticos e os problemas sociais coincidem.

"Hoje enfrentamos vários problemas sociais, incluindo o aumento da desigualdade de riqueza junto com profundas divisaµes políticas e raciais, assim como a mudança climática não émais tea³rica", disse Kohler. "Se não estivermos prontos para enfrentar os desafios dasmudanças climáticas como uma sociedade coesa , havera¡ problemas reais."

 

.
.

Leia mais a seguir