Humanidades

Aprendizagem ambiental em lugares inesperados
Uma ampla gama de organizaa§aµes focadas em áreas aparentemente tão da­spares como justia§a social, religia£o e artes desempenham papanãis importantes em ajudar as pessoas a compreender e agir em questões ambientais.
Por Rob Jordan - 27/05/2021

Cada respiração, mordida e gole que tomamos éum lembrete de que nenhuma barreira separa os humanos do meio ambiente. Como tantas partes fundamentais de nossas vidas estãointerligadas com o mundo mais amplo, pode não ser nenhuma surpresa que uma ampla gama de organizações focadas em áreas aparentemente tão da­spares como justia§a social, religia£o e artes desempenhem papanãis importantes em ajudar as pessoas a compreender e agir sobre questões ambientais.

As escoteiras em Palo Alto, Califa³rnia, se preparam para entrevistar os
membros da comunidade sobre a expansão de um museu e zoola³gico
local que oferece educação ambiental e cienta­fica.
(Crédito da imagem: NM Ardoin)

Um estudo de Stanford, publicado em 22 de maio na Environmental Education Research , identifica cerca de 1.000 organizações apenas na área da Baa­a de Sa£o Francisco que criam uma rede interconectada de oportunidades para aprender e agir sobre questões ambientais. Os provedores, dos mais importantes aos menos esperados, trabalham juntos para garantir que a aprendizagem ambiental seja um processo “vitala­cio, vitala­cio”.

A análise foi coautora de Deborah Wojcik, uma ex-pesquisadora de pa³s-doutorado em Stanford e atual diretora de programas e servia§os para estudantes de graduação na Pratt School of Engineering da Duke University; Nicole Ardoin , professora associada da Stanford  Graduate School of Education e Rachelle Gould, aluna do Programa Interdisciplinar Emmett em Meio Ambiente e Recursos (EIPER) na School of Earth, Energy & Environmental Sciences e ex-pesquisadora de pa³s-doutorado em Stanford. Atualmente, Gould éprofessor assistente na Escola Rubenstein de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Universidade de Vermont.

Abaixo, Wojcik, Ardoin e Gould explicam o “ecossistema comunita¡rio de aprendizagem ambiental” que o artigo descreve e discutem como as organizações que ultrapassam fronteiras podem ajudar a capacitar as pessoas para fazermudanças positivas em suas comunidades. 

Como uma organização que aparentemente não tem nada a ver com o meio ambiente, como um centro comunita¡rio ou banco de alimentos, pode desempenhar um papel fundamental no fornecimento de oportunidades de aprendizagem ambiental?

Onde e como obtemos nossos alimentos, bem como quais alimentos decidimos comprar e por quaª, tem enormes implicações não apenas para nossa saúde pessoal e de nossa fama­lia, mas também para nossa comunidade e ecossistema em geral. Os bancos de alimentos, como instituições, representam locais confia¡veis ​​de reunia£o da comunidade que oferecem oportunidades de aprendizagem. Esses e outros lugares podem enfatizar, por exemplo, os benefa­cios de uma dieta a  base de vegetais e gra£os integrais para a saúde humana e planeta¡ria.

Da mesma forma, um centro comunita¡rio pode hospedar uma discussão na prefeitura sobre as opções de transporte do bairro; apoiar projetos de charrettes para criar e melhorar rotas seguras de bicicleta para a escola; e colaborar em um consãorcio que fornece recursos humanos, financeiros e de capital para criar um cintura£o verde de um esfora§o de trilhos para trilhas. 

Por que seu estudo pode ser de interesse para comunidades marginalizadas? Existe uma conexão com a justia§a ambiental?

Muitas, senão a maioria, das questões ambientais também são questões de justia§a. A rede organizacional que descrevemos demonstra muitas insta¢ncias de organizações cujo foco principal éa justia§a social, colaborando com organizações cujo foco principal éo meio ambiente e vice-versa.

Para comunidades marginalizadas e organizações compostas por pessoas tradicionalmente sub-representadas no espaço ambiental, esperamos que essas descobertas ajudem a destacar parte do trabalho crítico que já estãofazendo e vão fazendo hádécadas. Para outros, esperamos oferecer ideias de caminhos potenciais para uma colaboração mais rica e autaªntica.

O que as organizações que focam apenas tangencialmente no meio ambiente podem estar interessadas em aprender com o seu trabalho?

Descobrimos que a proximidade geogra¡fica - que em nosso estudo significa que as organizações compartilham um “paa­s de origem” - foi um forte determinante dos agrupamentos que surgiram. Compartilhar um lugar comum parecia motivar as organizações a também compartilhar recursos, espaço e informações e apoiar ativamente as missaµes organizacionais umas das outras. As organizações muitas vezes trabalharam juntas para criar um senso de lugar mais forte e, em seguida, concentraram esforços coletivos para “aumentar o bolo” de recursos que beneficiavam esse lugar compartilhado.

Essas fortes colaborações não apenas apoiaram as organizações com foco no meio ambiente, mas também permitiram que as organizações em rede construa­ssem seu pra³prio impulso em torno do envolvimento da comunidade, aumentando a coeraªncia e a releva¢ncia nas vidas de seus constituintes.

O que as organizações ambientais, como o Sierra Club nacional e os fundos de investimento locais, podem fazer para construir coalizaµes com organizações que normalmente não consideramos focadas no meio ambiente?

Muitos grupos em escala nacional e regional fazem parceria por meio de esforços como a iniciativa Outdoors for All , que apa³ia o acesso universal aprimorado a  natureza. Outros, como a National Recreation and Parks Association e a Golden Gate National Parks Conservancy, colaboram com os provedores de saúde em iniciativas como prescrições de parques , uma sanãrie de programas que visam melhorar o bem-estar por meio de experiências na natureza. Esses programas buscam ampliar os benefa­cios de ambientes ricos na natureza para a saúde física e mental. Notavelmente, essas parcerias tem se expandido, junto com a quantidade total de tempo gasto ao ar livre e em terras públicas, entre todos os grupos de idade no ano passado em particular .

 

.
.

Leia mais a seguir