Humanidades

Escrever cartas a  ma£o demonstrou ser a melhor técnica para aprender a ler
Escrever cartas a  ma£o ensina habilidades de leitura com mais eficácia em comparaça£o com digitar e assistir a va­deos.
Por Jill Rosen - 11/07/2021


Getty Images

Embora a escrita a  ma£o esteja cada vez mais sendo ofuscada pela facilidade dos computadores, um novo estudo descobriu que não devemos nos precipitar em jogar la¡pis e papel fora: a escrita ajuda as pessoas a aprender certas habilidades surpreendentemente mais rápido e significativamente melhor do que aprender o mesmo material por meio digitando ou assistindo a va­deos.

"A questãoque existe para pais e educadores épor que nossos filhos deveriam gastar todo o tempo escrevendo a  ma£o", diz a autora saªnior Brenda Rapp , professora de ciências cognitivas da Universidade Johns Hopkins. "Obviamente, vocêsera¡ um redator melhor se praticar. Mas, como as pessoas escrevem menos, talvez quem se importe? A verdadeira questãoanã: existem outros benefa­cios na escrita que tem a ver com leitura, ortografia e compreensão? Descobrimos que definitivamente existem. "

O trabalho aparece na revista Psychological Science .

Rapp e o autor principal Robert Wiley , um ex-aluno de PhD da Universidade Johns Hopkins que agora éprofessor na Universidade da Carolina do Norte, Greensboro, conduziu um experimento no qual 42 pessoas aprenderam o alfabeto a¡rabe, dividido em três grupos de alunos: escritores, digitadores e observadores de va­deo.

Todos aprenderam as letras uma de cada vez, assistindo a va­deos delas sendo escritas junto com a audição de nomes e sons. Depois de serem apresentados a cada letra, os três grupos tentariam aprender o que acabaram de ver e ouvir de maneiras diferentes. O grupo de va­deo teve um flash de uma carta na tela e teve que dizer se era a mesma letra que tinham acabado de ver. Os digitadores teriam que encontrar a letra no teclado. Os redatores tiveram que copiar a carta com caneta e papel.

No final, depois de atéseis sessaµes, todos conseguiram reconhecer as letras e cometeram poucos erros durante o teste. Mas o grupo de redação atingiu essenívelde proficiaªncia mais rápido do que os outros grupos - alguns deles em apenas duas sessaµes.

Em seguida, os pesquisadores queriam determinar em que medida, se éque os grupos poderiam generalizar esse novo conhecimento. Em outras palavras, todos eles podiam reconhecer as letras, mas alguém poderia realmente usa¡-las como um profissional, escrevendo com elas, usando-as para soletrar novas palavras e usando-as para ler palavras desconhecidas?

O grupo de redatores era melhor - decisivamente - em todas essas coisas.

"A principal lição éque, embora todos fossem bons em reconhecer letras, o treinamento de redação foi o melhor em todas as outras medidas. E eles exigiram menos tempo para chegar la¡", disse Wiley.

"Tenho três sobrinhas e um sobrinho agora e meus irmãos me perguntam se devemos pegar la¡pis e canetas para eles? Digo que sim, deixe-os brincar com as letras e comea§ar a escrevê-las e escrevê-las o tempo todo. Comprei todos os dedos pintar para o Natal e disse-lhes que vamos fazer cartas. "


O grupo de redação acabou com mais das habilidades necessa¡rias para leitura e ortografia deníveladulto especializado. Wiley e Rapp dizem que éporque a caligrafia reforça as lições visuais e auditivas. A vantagem não tem nada a ver com caligrafia - éque o simples ato de escrever a  ma£o fornece uma experiência perceptivo-motora que unifica o que estãosendo aprendido sobre as letras (suas formas, seus sons e seus planos motores), que por sua vez cria conhecimento mais rico e aprendizado mais completo e verdadeiro, afirma a equipe.

“Com a escrita, vocêobtanãm uma representação mais forte em sua mente que permite que vocêse mova em direção a esses outros tipos de tarefas que não envolvem de forma alguma a escrita a  ma£o”, disse Wiley.

Embora os participantes do estudo fossem adultos, Wiley e Rapp esperam ver os mesmos resultados em criana§as. As descobertas tem implicações para as salas de aula, onde la¡pis e cadernos ficaram em segundo plano nos últimos anos para tablets e laptops, e o ensino de caligrafia cursiva estãopraticamente extinto.

As descobertas também sugerem que adultos tentando aprender um idioma com um alfabeto diferente devem complementar o que estãoaprendendo por meio de aplicativos ou fitas com a papelada a  moda antiga.

Wiley, por exemplo, estãogarantindo que as criana§as de sua vida tenham um estoque de material para escrever.

"Tenho três sobrinhas e um sobrinho agora e meus irmãos me perguntam se devemos pegar la¡pis e canetas para eles? Digo que sim, deixe-os brincar com as letras e comea§ar a escrevê-las e escrevê-las o tempo todo. Comprei todos os dedos pintar para o Natal e disse-lhes que vamos fazer cartas. "

 

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