Equipes gestoras sentiram o peso de manter os vanculos entre estudantes, famalias e escolas, driblando as desigualdades sociais do Paas
A pandemia de covid-19 expa´s desigualdades profundas da sociedade brasileira, sentidas, principalmente, na educação. O fechamento das escolas, medida adotada mundialmente para conter o conta¡gio, pediu a implementação do ensino a distância, fato que corroborou as desigualdades, além de exigir adaptações a s pressas das equipes gestoras, que sentiram o peso do trabalho.Â
Segundo Tease Garcia, professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeira£o Preto (FFCLRP) da USP, o principal desafio foi “manter, contribuir e exercitar a mediação†dos vanculos entre os estudantes, as famalias e as escolas. Mas, avalia a professora, a importa¢ncia da escola e sua gestãodemocra¡tica foram ressaltadas, já que a pandemia ensinou “que alguns equipamentos sociais oscomo a escola ossão fundamentais para a sobrevivaªncia das pessoasâ€.Â
A professora conta que, em muitas regiaµes do Paas, as escolas foram os locais onde famalias e estudantes buscaram suporte, seja pelo contato para a manutenção do ano letivo a distância ou, nas ocasiaµes mais difaceis, para buscar cestas ba¡sicas e assegurar a sobrevivaªncia. Esses fatos, avalia, mostram a releva¢ncia dos laa§os entre as equipes gestoras e a comunidade.Â
Gestãodemocra¡tica nas escolas
A gestãodemocra¡tica éo “princapio organizativo para que qualquer grupo possa enfrentar uma dificuldade desse tamanhoâ€, diz a professora Tease, referindo-se a pandemia. Destaca ainda que a organização do trabalho pedaga³gico e a gestãofinanceira da escola também “são são via¡veis em uma sociedade democra¡tica se realizadas democraticamenteâ€.Â
E, lembra, no Brasil, a gestãodemocra¡tica éinstituada por lei. “Na³s temos alguns instrumentos que já são consagrados na história da humanidade como instrumentos propiciadores e facilitadores no estabelecimento de relações democra¡ticasâ€, enfatiza, citando o a“rga£o Colegiado de Gestão, previsto na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. Esse órgão éconhecido como Conselho de Escola e reaºne, com igual poder, todos os segmentos (pais, estudantes, funciona¡rios, professores e gestores) “porque são eleitos como representantes dos seus pares e éum espaço em que todos os votos tem o mesmo valorâ€.Â
Foto: PixabayÂ
A própria Constituição apresenta o princapio da gestãodemocra¡tica, que orienta “o ensino nos estabelecimentos oficiais de educaçãoâ€, diz, lembrando que ainda existem as legislações infraconstitucionais, como o Estatuto da Criana§a e do Adolescente; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; os planos nacionais de educação, que “tratam um pouco mais detalhadamente da gestãodemocra¡tica nas escolasâ€, e as legislações municipais e estaduais.
A professora ainda complementa que “quando a comunidade participa da escolha do dirigente escolar, que, “constitucionalmente, precisa ser um funciona¡rio paºblico, um professor, de modo geral, nomeado por cargo paºblico, os laa§os são construados de forma muito mais sãolidaâ€. Desta forma, finaliza, a possibilidade de um candidato constituir um programa eleitoral, se comprometer com os objetivos e atuar de maneira “mais coerente com as demandas do local onde atua épotencializadaâ€.Â
 Eleições
Todas as redes públicas estaduais de ensino no Brasil, conta Tease, realizam “eleições para composição da equipe gestora†com a participação da comunidade escolar. E, de acordo com a professora, vários modelos de pleitos são usados, desde “aquele que, eu entendo que mais fortalece os laa§os entre o gestor e a comunidade, a eleição, pura e simplesâ€, atéos que são conhecidos como modelos habridos, ou binários: primeiro, uma seleção de competaªncia por meio de uma prova, uma certificação, que varia em cada um dos Estados brasileiros; segundo, a escolha de profissionais habilitados por esta prova de competaªncia que se encontram capacitados a concorrer a direção da escola.