Humanidades

Ex-comunidades de mineração de carva£o tem menos féna pola­tica do que outras áreas 'deixadas para trás'
Aqueles em áreas de ex-mineraça£o também são menos propensos a votar em novos partidos populistas e nacionalistas em comparaça£o com seus pares socioecona´micos em outros lugares.
Por Fred Lewsey - 21/09/2021


Os restos do antigo fosso em Pleasley, perto de Mansfield. Crédito: Nãohájogo via Flickr


"Narrativas de decla­nio são importantes na identidade atual das antigas áreas de mineração, embora a vida profissional da maioria dos residentes tenha comea§ado muito depois do fechamento dos poa§os"

Maria abreu

Comunidades antes dependentes da indústria do carva£o estãoagora mais desencantadas politicamente, com os residentes menos propensos a votar, do que lugares com na­veis semelhantes de privação, mas sem a “narrativa de decla­nio” que prevalece nas antigas áreas de mineração. 

Pesquisadores da Universidade de Cambridge e da Cardiff Business School usaram dados de pesquisas sobre atitudes sociais e políticas coletadas na Gra£-Bretanha entre 2009-2019, uma década dominada pela austeridade e Brexit.

A equipe identificou bairros que haviam visto um grande número de empregados na indústria do carva£o no ini­cio dos anos 1980. Os entrevistados dessas áreas foram 'combinados' com os entrevistados com caracteri­sticas pessoais, na­veis de renda e educação semelhantes, de locais com na­veis compara¡veis ​​de pobreza - mas sem hista³rico de mineração.

A tendaªncia geral revelou que as pessoas que agora vivem em comunidades antes dependentes da mineração de carva£o estãomenos engajadas - e se sentem muito menos informadas sobre - pola­tica do que aquelas em bairros "deixados para trás" equivalentes.

Moradores de áreas carbona­feras tem menos probabilidade do que seus colegas socioecona´micos de terem votado na última eleição, tem muito menos probabilidade de dizer que pretendem votar no futuro e acreditam que o mesmo se aplica a seus vizinhos.

Eles também são mais ca­nicos sobre a eficácia geral da democracia e mais propensos a acreditar que “os funciona¡rios paºblicos não se importam”. 

Descobriu-se que a saúde mental autorrelatada era significativamente mais baixa em antigas comunidades de mineração do que em áreas igualmente carentes, enquanto o ceticismo em relação a smudanças climáticas era um pouco maior, assim como uma atitude positiva em relação a s ma£es que trabalham.

O estudo, publicado na revista Applied Geography , usou respostas de mais de 14.000 indivíduos que foram pesquisados ​​todos os anos.  

“Narrativas de decla­nio são importantes na identidade atual de antigas áreas de mineração, embora a vida profissional da maioria dos residentes tenha comea§ado muito depois do fechamento dos poa§os”, disse a coautora do estudo, Dra. Maria Abreu, da Universidade de Cambridge.

“Para as pessoas em comunidades que passaram por uma decadaªncia econa´mica repentina e rápida, parece haver um aumento da insularidade e da desconfianção dos sistemas pola­ticos em comparação com aqueles que também são privados, mas não tem uma história local compartilhada de decla­nio.”

O estudo mostra um aumento do engajamento pola­tico durante o período de campanha do Brexit, com áreas de ex-mineradoras inclinando-se para Sair. Mas mesmo o Brexit não aumenta o interesse pola­tico aonívelvisto em locais compara¡veis ​​além do período de campanha do referendo.

Na verdade, o engajamento pola­tico continua a crescer em outras áreas 'deixadas para trás', enquanto nas antigas comunidades de mineração ele cai novamente após 2017.

Esse descontentamento com a pola­tica contemporâneatambém se estende a novos partidos populistas e nacionalistas. Embora tenham favorecido a licena§a no referendo, os que vivem nas comunidades carbona­feras tem menos probabilidade de votar no UKIP, SNP ou Plaid Cymru do que aqueles em outras áreas com lutas sociais e econa´micas semelhantes. 

“Parece que a esquerda moderna pode não ter perdido as pessoas em antigas comunidades de mineração para o populismo ou partidos nacionalistas emergentes, mas sim a apatia e o cinismo”, disse Abreu, do Departamento de Economia Territorial de Cambridge.

Além disso, e ao contra¡rio das representações cinematogra¡ficas e percepções do paºblico, a pesquisa não detectou nenhum senso maior de coesão da comunidade em antigos bairros de mineração em comparação com outras áreas economicamente deprimidas.

“Já se passaram mais de trinta anos desde que um grande número de pessoas foi a  clandestinidade em busca de trabalho, muito tempo para que relacionamentos sociais fortes diminua­ssem”, disse o coautor, Dr. Calvin Jones, da Cardiff Business School. “A perda de solidariedade entre essas comunidades pode ter sido agravada pela austeridade nos últimos anos.”

“No entanto, também épossí­vel que as outras comunidades carentes com as quais comparamos áreas de mineração anteriores - de conjuntos residenciais a cidades costeiras decadentes - na verdade tenham na­veis de coesão social mais elevados do que se poderia esperar.”

O estudo usou dados denívelindividual da última década, coletados pela pesquisa Understanding Society (UK Longitudinal Household Survey). Os pesquisadores dividiram isso em pequenas áreas do censo - bairros de cerca de 1.500 pessoas - e combinaram com outros dados socioecona´micos para comparar os indivíduos que vivem em áreas de mineração com aqueles em outras áreas com na­veis compara¡veis ​​de privação, gastos com bem-estar e ruralidade.

Para definir as antigas comunidades de mineração de carva£o, Abreu e Jones usaram os dados do censo de 1981 para identificar áreas onde pelo menos 10% dos homens adultos haviam sido empregados no setor de "Energia e agua", e sobrepuseram isso com mapas geola³gicos para reduzir os bairros em 10 milhas de depa³sitos de carva£o.

As comunidades que atenderam a esses critanãrios estãoespalhadas por grande parte do norte e midlands, com concentrações particulares encontradas em South Wales, nordeste da Inglaterra e Tyneside, os campos de carva£o de Lanarkshire ao sul de Glasgow e midlands entre Nottingham e Leeds.  

 

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