Humanidades

Provas mais antigas de atividade humana encontradas nas Amanãricas
Para investigar o local, a equipe foi pioneira em técnicas geofa­sicas não invasivas lideradas por Thomas Urban, cientista pesquisador da Faculdade de Artes e Ciências e do Laborata³rio Cornell Tree Ring.
Por Cornell University - 23/09/2021


Thomas Urban conduz uma pesquisa com magneta´metro de pegadas de mamutes em White Sands. Crédito: David Bustos / Cornell University

Pegadas encontradas no Parque Nacional White Sands, no Novo Manãxico, fornecem as primeiras evidaªncias inequa­vocas da atividade humana nas Amanãricas e oferecem uma visão da vida hámais de 23.000 anos.

As pegadas foram formadas em lama macia nas margens de um lago raso que agora faz parte de Alkali Flat, uma grande praia em White Sands. Pesquisadores do US Geological Survey dataram essas trilhas usando datação por radiocarbono das camadas de sementes acima e abaixo dos horizontes da pegada. As datas variam em idade e confirmam a presença humana ao longo de pelo menos dois milaªnios, com os rastros mais antigos datando de cerca de 23.000 anos atrás, o que corresponde ao auge do último ciclo glacial - tornando-os as pegadas humanas mais antigas conhecidas nas Amanãricas.

A pesquisa, publicada na Science em 24 de setembro, foi conduzida por cientistas de Cornell, da Bournemouth University, do National Park Service, do US Geological Survey e da University of Arizona. As pegadas em White Sands foram descobertas pela primeira vez por David Bustos, gerente de recursos do parque.

Para investigar o local, a equipe foi pioneira em técnicas geofa­sicas não invasivas lideradas por Thomas Urban, cientista pesquisador da Faculdade de Artes e Ciências e do Laborata³rio Cornell Tree Ring.

Pegadas encontradas no Parque Nacional White Sands, no Novo Manãxico,
fornecendo as primeiras evidaªncias de atividade humana nas
Amanãricas. Crédito: Cornell University

"A detecção e a geração de imagens com tecnologia não destrutiva expandiram muito nossa capacidade de estudar essas pegadas nota¡veis ​​em seu contexto mais amplo", disse Urban. "Agora temos uma janela única para a vida durante o Pleistoceno na Amanãrica do Norte, e este novo estudo fornece a primeira evidência inequa­voca de uma presença humana sustentada nas Amanãricas milhares de anos antes do que a maioria dos arqueólogos pensava ser prova¡vel."

As pegadas contam uma história interessante de como era a vida naquela anãpoca, dizem os pesquisadores. A julgar pelo tamanho, as pegadas foram deixadas principalmente por adolescentes e criana§as mais novas, com um adulto ocasional. Rastros de animais - mamutes, preguia§as gigantes, lobos terra­veis e pa¡ssaros - também estãopresentes.

"a‰ um local importante porque todos os rastros que encontramos mostram uma interação de humanos na paisagem ao lado de animais extintos", disse a coautora Sally Reynolds, da Bournemouth University. "Podemos ver a coexistaªncia entre humanos e animais no local como um todo e, ao sermos capazes de datar com precisão essas pegadas, estamos construindo uma imagem maior da paisagem."
 
A arqueologia tradicional depende da descoberta de ossos e ferramentas, mas muitas vezes pode ser difa­cil de interpretar. As pegadas humanas fornecem evidaªncias inequa­vocas de presença e também de comportamento. Anteriormente, pensava-se que os humanos entraram na Amanãrica cerca de 16.000 anos atrás, após o derretimento das camadas de gelo norte-americanas, que abriu rotas de migração . No entanto, as pegadas mostram uma migração muito anterior de humanos para as Amanãricas.

"As pegadas deixadas em White Sands da£o uma imagem do que estava acontecendo, adolescentes interagindo com criana§as e adultos", disse Matthew Bennett, da Universidade de Bournemouth, que ajudou a conduzir o estudo. "Podemos pensar em nossos ancestrais como bastante funcionais, caçadores e sobreviventes, mas o que vemos aqui também éa atividade laºdica e de diferentes idades se unindo. Um verdadeiro insight sobre essas pessoas primitivas."

 

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