Humanidades

A análise molecular revela os fa³sseis denisovanos mais antigos atéagora
Cercados por vesta­gios arqueola³gicos, como ferramentas de pedra e restos de comida, os achados lana§am luz sobre as estratanãgias de adaptaa§a£o desses primeiros homina­deos a  medida que se espalhavam pela Eura¡sia.
Por Max Planck Society - 29/11/2021


A entrada para a Caverna Denisova. Crédito: IAET, Siberian Branch Russian Academy of Sciences

Uma equipe internacional, liderada por pesquisadores das Universidades de Viena e Ta¼bingen, e da Sociedade Max Planck, identificou cinco novos fa³sseis humanos do local-chave da caverna Denisova, no sul da Sibanãria. Os restos mortais, que incluem três denisovanos e um neandertal, foram encontrados em um contexto seguro e bem datado de aproximadamente 200.000 anos. Cercados por vesta­gios arqueola³gicos, como ferramentas de pedra e restos de comida, os achados lana§am luz sobre as estratanãgias de adaptação desses primeiros homina­deos a  medida que se espalhavam pela Eura¡sia.

A caverna Denisova nas montanhas Altai, no sul da Sibanãria, ganhou fama há11 anos, quando o sequenciamento genanãtico de um osso rosado fa³ssil revelou um novo grupo humano atéentão desconhecido. Apesar do grupo ter sido chamado de "Denisovanos" em homenagem ao local, identificar mais restos denisovanos da caverna tem sido um desafio, já que quaisquer restos humanos são extremamente fragmentados e difa­ceis de localizar entre as centenas de milhares de ossos de animais que também estãopresentes . Sem vesta­gios de Denisovan definitivos, quando eles chegaram ao local, como viviam e como interagiam com outros humanos com quem compartilhavam o espaço permaneceu um mistanãrio.

Ao longo de quatro anos, uma equipe liderada pela Professora Assistente Katerina Douka do Departamento de Antropologia Evolutiva da Universidade de Viena, com colegas na Alemanha e na Raºssia, trabalharam para extrair e analisar protea­nas antigas e DNA de quase 4.000 fragmentos ósseos de Caverna de Denisova. Suas novas descobertas são relatadas na Nature Ecology and Evolution e fornecem informações robustas sobre os primeiros ocupantes da Caverna de Denisova e sua assinatura arqueola³gica.

Usando um manãtodo biomolecular conhecido como impressão digital de pepta­deos, ou ZooMS (Zooarchaeology by Mass Spectroscopy), a equipe se concentrou nas camadas mais antigas do local, que datam de 200.000 anos atrás e não tinham fa³sseis humanos atéagora. Esses manãtodos são o aºnico meio pelo qual os cientistas podem encontrar restos humanos entre os milhares de ossos do local, já que mais de 95% estavam fragmentados demais para os manãtodos de identificação padra£o. Samantha Brown, estudante de doutorado no Projeto ERC FINDER de Douka e agora lider de grupo jaºnior na Universidade de Ta¼bingen, analisou 3800 fragmentos ósseos de não mais de 4 cm de comprimento que antes eram considerados taxonomicamente não identifica¡veis. No final das contas, Brown identificou cinco ossos cujo cola¡geno combinava com o perfil pepta­dico dos humanos.

Fragmentos ósseos usados ​​para análise molecular Crédito: S. Brown

"Encontrar um novo osso humano teria sido legal, mas cinco? Isso superou meus sonhos mais selvagens", diz Brown.
 
"Ficamos surpresos ao descobrir novos fragmentos de ossos humanos preservando biomoléculas intactas de camadas tão antigas", disse Douka.

Dos cinco ossos humanos recentemente identificados, quatro continham fragmentos de DNA autaªnticos suficientes para permitir aos pesquisadores reconstruir seu genoma mitocondrial. Traªs deles alinhados com o tipo mtDNA Denisovan e um com o tipo Neandertal. Datados de 200.000 anos atrás, os novos ossos denisovanos são alguns dos fa³sseis humanos mais antigos que já foram sequenciados geneticamente.

"Denisova éum lugar incra­vel para a preservação de DNAs, e agora reconstrua­mos genomas de alguns dos fa³sseis humanos mais antigos e mais bem preservados", disse o Dr. Diyendo Massilani, pesquisador de pa³s-doutorado do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig que liderou o análises genanãticas dos novos fa³sseis.

As novas descobertas ajudam a preencher uma lacuna em relação a s adaptações arqueola³gicas dos primeiros denisovanos. Os denisovanos aparecem no local durante um período interglacial (período quente durante o qual o ambiente e as temperaturas eram semelhantes aos de hoje) e aproveitam a localização estratanãgica da caverna. Eles aparecem com uma tradição la­tica de pleno direito, utilizando matéria-prima encontrada no aluvia£o do vizinho rio Anui e herba­voros de caça, como bisaµes, ovas e veados vermelhos, anta­lopes gazela e saiga e atérinocerontes lanosos. Eles continuam a seguir padraµes de subsistaªncia semelhantes por vários milhares de anos. Por volta de 130-150.000 anos atrás, os Neandertais também aparecem no local, representados por um dos fa³sseis também descobertos no estudo atual.

O professor Tom Higham, membro da equipe, também da Universidade de Viena, afirma: "A aplicação de impressão digital biomolecular como a que aplicamos em Denisova nos permitiu encontrar mais fa³sseis humanos do que por meio de escavações arqueola³gicas formais. a‰ um grande avanço tanãcnico para Arqueologia Paleola­tica. "

A pesquisa na caverna Denisova continua por meio de trabalho de campo sistema¡tico e análises direcionadas de ossos e sedimentos com uma equipe de arqueólogos russos acampados la¡ por quase seis meses a cada ano. Ele continua sendo o aºnico local descoberto atéagora que contanãm evidaªncias da presença peria³dica de todos os três principais grupos de homina­deos, denisovanos, neandertais e humanos modernos, nos últimos 200.000 anos.

 

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