Humanidades

Mistura de bebida parecida com cerveja com psicotra³picos sugere que as elites Wari usavam drogas para obter vantagens políticas
Nesse novo esfora§o, os pesquisadores estavam trabalhando em uma escavaa§a£o em Quilcapampa, no sul do Peru. Pesquisas anteriores mostraram que o local já foi o lar de uma aldeia Wari.
Por Bob Yirka - 12/01/2022


Representações do uso de Anadenanthera colubrina no Horizonte Manãdio: a  esquerda) a Estela de Ponce em Tiahuanaco retrata um indiva­duo de elite segurando um copo e um tablete de rapé(fotografia cortesia de A. Roddick); a  direita) uma embarcação do sa­tio Wari de Conchopata apresenta a a¡rvore e suas vagens reveladoras brotando da cabea§a do Deus do Cajado (ilustração cortesia de J. Ochatoma Paravicino). Crédito: DOI: 10.15184/aqy.2021.177

Uma equipe de pesquisadores do Dickinson College, do Royal Ontario Museum e da Universidade de Rochester encontrou evidaªncias de elites andinas pré-colombianas usando bebidas drogadas para promover vantagens políticas. Em seu artigo publicado na revista Antiquity , o grupo descreve a descoberta de evidaªncias de uma bebida parecida com cerveja misturada com uma droga psicotra³pica e dada a plebeus por um grupo de elite em sua sociedade, e sua teoria sobre por que isso foi feito.

Nesse novo esfora§o, os pesquisadores estavam trabalhando em uma escavação em Quilcapampa, no sul do Peru. Pesquisas anteriores mostraram que o local já foi o lar de uma aldeia Wari. O povo Wari viveu nas montanhas do que hoje éo Peru de aproximadamente 600 a 1000 EC. Trabalhos anteriores mostraram que o povo Wari estava dividido entre elites e plebeus. As elites eram compostas por lideres pola­ticos e religiososque tinham acesso a mercadorias que geralmente não estavam disponí­veis para todos os outros. Uma dessas mercadorias era a vilca, um forte alucinógeno feito das sementes da a¡rvore vilca. Elites os esmagavam e cheiravam o material dentro. As sementes não estavam prontamente disponí­veis para os plebeus porque as a¡rvores cresciam a aproximadamente 400 quila´metros montanhosos de onde viviam. Excursaµes planejadas pareciam ser o meio de obter as sementes.

Enquanto cavavam, os pesquisadores encontraram um grande número de restos de frutas da a¡rvore molle. Pesquisas anteriores mostraram que a fruta era usada para fazer uma bebida parecida com cerveja chamada chicha. Foi misturado com restos de outros alimentos, como batata e amendoim. A descoberta sugeriu que um grande banquete havia sido realizado no local. Um estudo mais aprofundado dos restos da festa mostrou que as sementes de vilca foram misturadas com a chicha, criando o que os pesquisadores descrevem como um estado psicodanãlico suave naqueles que estavam bebendo. E neste caso, pela grande quantidade de frutas que foram utilizadas, parece que os consumidores das bebidas eram plebeus.

Semente de Vilca recuperada do Componente II em Quilcapampa (escala em cm; fotografia
de M. Biwer). Crédito: DOI: 10.15184/aqy.2021.177

Os pesquisadores teorizam que as elites cravaram a cerveja como forma de demonstrar seu poder aos plebeus, solidificando sua posição. Eles também sugerem que isso também incutiu boa vontade entre os plebeus e as elites, permitindo que a sociedade funcionasse como uma unidade coesa.

 

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