Humanidades

Aumento do uso de tecnologia impulsionando novas formas de abuso domanãstico
Um novo relatório do Home Office descobriu que os perpetradores de abuso domanãstico estãousando cada vez mais tecnologias digitais e online para monitorar, ameaa§ar e humilhar suas vitimas.
Por Universidade de Portsmouth - 24/01/2022


Crédito: Pixabay

Um novo relatório do Home Office descobriu que os perpetradores de abuso domanãstico estãousando cada vez mais tecnologias digitais e online para monitorar, ameaa§ar e humilhar suas vitimas.

O relatório, baseado em um projeto financiado pelo UK Home Office Domestic Abuse Perpetrators Research Fund e compilado por pesquisadores das Universidades de Portsmouth e Kent, encontrou um número crescente de casos e relatos de abuso domanãstico facilitado pela tecnologia ( TFDA ), onde os perpetradores estãoengajados em uma ampla gama de comportamentos abusivos que incorporam ofensas sob a Lei de Uso Indevido de Computador de 1990 (CMA) e ferramentas digitais. Esses incluem:

Usando spyware para acessar as contas de seus parceiros ou ex-parceiros e também para monitorar seus movimentos.

Criar contas falsas para abusar e assediar vitimas ou se passar por vitimas e apresenta¡-las de forma depreciativa.

Usando novas formas de tecnologia (por exemplo, dispositivos inteligentes, assistentes de voz, ca¢meras conectadas, rastreadores/tags GPS) e eletrodomanãsticos inteligentes (por exemplo, sistemas de aquecimento) para monitorar, perseguir e assediar as vitimas.
Perseguindo e controlando suas vitimas por meio de aplicativos de localização e geolocalização nas ma­dias sociais.

Abuso sexual baseado em imagens, também conhecido como 'pornografia de vingana§a', em que os agressores ameaa§am divulgar fotos ou va­deos a­ntimos para amigos ou familiares ou divulgar publicamente online.

Acesso não autorizado de e-mails e contas de ma­dia social.

A principal autora do relatório, Dra. Lisa Sugiura, professora saªnior de criminologia e crimes cibernanãticos da Universidade de Portsmouth, disse : e humilhar suas vitimas.

"As habilidades técnicas não são necessa¡rias para perpetuar a maioria das formas de abuso tecnola³gico. Muitas das ferramentas usadas são tecnologias cotidianas, prontamente dispona­veis, acessa­veis e familiares. Os aplicativos são acessa­veis e fa¡ceis de usar."

O Dr. Jason Nurse, Professor Associado de Segurança Cibernanãtica na Universidade de Kent, foi coautor do relatório e comentou: "Os autores são adeptos de se ajustar a novas tecnologias e explorar ferramentas lega­timas. sistemas) e campainha e ca¢meras Ring, também estãosendo usados ​​em contextos de abuso domanãstico, além das várias tecnologias osde ursinhos de pelaºcia com ca¢meras secretas a rastreadores de carro osque encontramos comercializadas online para perseguir e espionar o parceiro. "
 
Os pesquisadores afirmam que, embora a tecnologia seja um facilitador, o abuso online éoutro comportamento coercitivo e controlador que pode fazer parte de um padrãomais amplo de abuso domanãstico. Enquanto para algumas vitimas não hábuso fa­sico, as tecnologias digitais são usadas para outras formas de comportamentos nocivos, que não são menos graves.

O relatório também descobriu que as criana§as estãocada vez mais envolvidas em casos de TFDA, especialmente em situações parentais compartilhadas pa³s-separação. As criana§as estãosendo usadas para facilitar o abuso do outro pai, com seus dispositivos, como telefones, tablets e consoles de jogos, sendo explorados pelos agressores para monitorar e manter o controle sobre as vitimas.

Dr. Sugiura disse: "Dentro de relacionamentos coercitivos e de controle, o uso de tecnologia para promover esse abuso éprova¡vel. Os perpetradores podem já ter manipulado o acesso a s contas de seus parceiros ou já estãoacessando-os ou espionando-os sem que seus parceiros saibam".

O relatório forneceu várias recomendações para combater comportamentos prejudiciais, incluindo:

Altere todas as senhas em contas e dispositivos quando um relacionamento terminar. Isso inclui dispositivos inteligentes e dispositivos conectados a  Internet em toda a casa.
Evite senhas que um parceiro a­ntimo ou ex-parceiro possa adivinhar.

Verifique todos os dispositivos com conectividade a  Internet para rastreadores de spyware pré-instalados (telefones celulares, laptops, rastreadores de fitness inteligentes e wearables, etc). Os cookies devem ser exclua­dos e o hista³rico do navegador limpo.

Esteja ciente de que presentes, brinquedos e outros itens aparentemente inocentes podem conter ca¢meras secretas, microfones ou rastreadores GPS, portanto, verifique esses itens se eles vieram de um parceiro abusivo.

Verifique a privacidade e o uso de imagens faciais e enderea§os de e-mail em contas de ma­dia social.

Tambanãm recomenda que as respostas políticas, legislativas e de apoio considerem essas prática s de abuso em rápido desenvolvimento. Os pesquisadores pedem a inclusão especa­fica do papel que as tecnologias podem desempenhar na facilitação e exacerbação do abuso domanãstico no Projeto de Lei de Abuso Domanãstico; treinar a pola­cia para identificar potenciais infrações penais em áreas subutilizadas (por exemplo, Infrações de Uso Indevido de Computador), que muitas vezes podem ser usadas mais cedo em casos contra infratores; que as empresas de tecnologia fazm mais para impedir a criação de contas falsas e a remoção daqueles que o fazem repetidamente; e para os varejistas on-line reprimirem a venda de kits e tecnologias de espionagem, particularmente aqueles comercializados diretamente para rastreamento e espionagem de parceiros.

Dr. Sugiura disse: "Amedida que a tecnologia se torna cada vez mais arraigada em nossas vidas cotidianas, acelerada ainda mais pela pandemia de COVID, que impulsionou muito mais interações e tarefas humanas on-line, o TFDA são aumentara¡ e aumentara¡ ainda mais o risco de danos, a menos que ocorram intervenções apropriadas na prevenção e fiscalização.

“Esperamos que nossas descobertas informem estudos que fornea§am diretrizes de segurança digital para indiva­duos, capacitem e protejam as vitimas e também fornea§am orientações para o governo e as plataformas sobre como limitar o acesso dessas tecnologias aos criminosos”.

Os autores do relatório reconhecem que hánecessidade de mais pesquisas sobre as experiências de grupos sub-representados, incluindo vitimas masculinas do TFDA, bem como vitimas e perpetradores que são BAME/ LGBTQI+ / tem deficiências, e que estudos futuros devem se concentrar em trabalhar com prestadores de servia§os especializados em abuso domanãstico que apoiar esses grupos.

 

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