Uma análise computacional de mais de 1 milha£o de tweets de falantes de sueco encontrou poucas evidaªncias de polarização significativa dentro dessa rede sobre o tema da imigração osmesmo após a crise de refugiados na Suanãcia em 2015. Elizaveta Kopacheva e Victoria Yantseva, da Linnaeus University, Suanãcia, apresentam essas descobertas na revista de acesso aberto PLOS ONE em 9 de fevereiro de 2022.

As plataformas de ma­dia social podem permitir o ativismo de base e expor as pessoas a novas ideias, mas também podem criar ca¢maras de eco e causar polarização de grupo . No entanto, a maioria das pesquisas sobre a polarização causada pelas ma­dias sociais se concentrou no apoio a partidos pola­ticos ou na filiação, negligenciando uma seleção mais ampla de questões sociais, como a imigração.

Para ampliar a compreensão, Kopacheva e Yantseva estudaram uma rede de falantes de sueco que discutiram imigração no Twitter de 2012 a 2019. A equipe de pesquisa aplicou ferramentas anala­ticas conhecidas como análise de rede e processamento de linguagem natural a quase 1.200.000 tweets para explorar a dina¢mica das interações entre usuários ativos na rede e quantificar a polarização em seus sentimentos em relação a  imigração.

Essa análise revelou o desenvolvimento de diferentes comunidades de discussão dentro da rede ao longo do tempo. No entanto, apesar de a imigração ser considerada um tema polaªmico, os pesquisadores não encontraram evidaªncias significativas de polarização entre usuários da rede e comunidades.

Além disso, a dina¢mica de polarização não mudou significativamente após a crise de refugiados de 2015, quando um número sem precedentes de requerentes de asilo chegou a  Suanãcia e o governo lutou para acomoda¡-los adequadamente. No entanto, os pesquisadores notaram uma mudança de sentimento após a crise de 2015, com os tweets dos usuários se tornando mais negativos em tom e uma proporção decrescente de tweets com um tom neutro.

Os autores discutem os mecanismos potenciais que podem fundamentar suas descobertas e descrevem os pra³ximos passos possa­veis. Por exemplo, pesquisas futuras poderiam incorporar mais informações sobre o comportamento dos usuários do Twitter e considerar usuários menos ativos, ou poderia examinar o impacto potencial da expansão do Twitter em 2017 do comprimento ma¡ximo permitido de cada tweet .

No geral, dizem os pesquisadores, suas descobertas podem ajudar a esclarecer o papel potencial que as ma­dias sociais podem desempenhar na redução da radicalização e do populismo de direita.

Os autores acrescentam: "Nãodetectamosmudanças permanentes nos na­veis de polarização que possam ser atribua­das diretamente a  crise, que se aplica tanto aonívelda rede quanto da comunidade. Ainda assim, vimos uma mudança moderada, mas duradoura, para uma tonalidade mais negativa das mensagens dos usuários após a crise e uma queda na participação de tweets neutros."