Perguntas e respostas: finalistas do Climate Grand Challenges na construção de equidade e justia§a em soluções climáticas
Os lideres do corpo docente discutem as oportunidades e os obsta¡culos para desenvolver, dimensionar e implementar seu trabalho rapidamente.
Os professores das equipes da categoria “Construindo equidade e justia§a em soluções climáticas†compartilham seus pensamentos sobre a necessidade de soluções inclusivas que priorizem populações desfavorecidas, minorita¡rias e indagenas. Imagem: iStockphoto
Nota: Esta éa primeira de uma sanãrie de entrevistas de quatro partes que destacara¡ o trabalho dos finalistas do Climate Grand Challenges, antes do anaºncio de abril de vários projetos emblema¡ticos plurianuais.
Os finalistas da primeira competição Climate Grand Challenges do MIT receberam cada um US$ 100.000 para desenvolver planos ousados ​​e interdisciplinares de pesquisa e inovação projetados para atacar alguns dos problemas clima¡ticos mais difaceis e não resolvidos do mundo. As 27 equipes estãoabordando quatro áreas problema¡ticas do Grande Desafio: construir equidade e justia§a nas soluções climáticas; descarbonizar indaºstrias e processos complexos; remoção, gestãoe armazenamento de gases de efeito estufa; e usando dados e ciência para melhorar a previsão de riscos clima¡ticos. Â
Em uma conversa preparada para o MIT News , professores de três das equipes da categoria “Construindo equidade e justia§a em soluções climáticas†da competição compartilham seus pensamentos sobre a necessidade de soluções inclusivas que priorizem populações desfavorecidas e vulnera¡veis ​​e discutem como estãotrabalhando para acelerar suas pesquisas para alcana§ar o maior impacto. As respostas a seguir foram editadas para maior extensão e clareza.
A Estrutura de Resiliaªncia Equitativa
Qualquer esfora§o para resolver os problemas clima¡ticos globais mais complexos deve reconhecer os encargos desiguais suportados por diferentes grupos, comunidades e sociedades ose deve ser equitativo e eficaz. Janelle Knox-Hayes , professora associada do Departamento de Estudos e Planejamento Urbano, lidera uma equipe que estãodesenvolvendo processos e prática s para resiliencia equitativa, comea§ando com um projeto piloto local em Boston nos pra³ximos cinco anos e estendendo-se a outras cidades e regiaµes do opaís. O Equitable Resilience Framework (ERF) éprojetado para criar transformações econa´micas, sociais e ambientais de longo prazo, aumentando a capacidade de sistemas e comunidades interconectadas de responder a uma ampla gama de eventos relacionados ao clima.Â
Qual éo problema que vocêestãotentando resolver?
R: A desigualdade éum dos impactos severos dasmudanças climáticas e repercute nos esforços de mitigação e adaptação. a‰ importante que as estratanãgias climáticas abordem os desafios da desigualdade e, se possível, concebam estratanãgias que melhorem a justia§a, a equidade e a inclusão, ao mesmo tempo que melhoram a eficácia dos esforços de mitigação e adaptação. Nossa estrutura oferece um plano de como comunidades, cidades e regiaµes podem comea§ar a realizar esse trabalho.
Quais são as barreiras mais significativas que impactaram o progresso atéo momento?
R: Ha¡ uma inanãrcia considera¡vel na formulação de políticas. A mudança climática exige um repensar, não apenas de diretrizes, mas de caminhos e técnicas de formulação de políticas. Este éum obsta¡culo e parte do motivo pelo qual nosso projeto foi projetado para ser ampliado a partir de projetos-piloto locais. Outra consideração éque o setor privado pode ser mais adapta¡vel e a¡gil na adoção de técnicas criativas. Trabalhando com o MIT Climate and Sustainability Consortium , pode haver maneiras de modificar o ERF para ajudar as empresas a enfrentar desafios internos semelhantes de adaptação e resiliencia.
Proteger e melhorar os sumidouros naturais de carbono
O desmatamento e a degradação florestal de ecossistemas estratanãgicos na Amaza´nia, áfrica Central e Sudeste Asia¡tico continuam a reduzir a capacidade de captura e armazenamento de carbono por meio de sistemas naturais e ameaa§am atémesmo os planos de descarbonização mais agressivos. John Fernandez , professor do Departamento de Arquitetura e diretor da Environmental Solutions Initiative, reflete sobre seu trabalho com Daniela Rus , professora de engenharia elanãtrica e ciência da computação e diretora do Laborata³rio de Ciência da Computação e Inteligaªncia Artificial, e Joann de Zegher , professora assistente de Gerenciamento de Operações do MIT Sloan, para proteger as florestas tropicais, implantando uma solução em três partes que integra avanços tecnola³gicos direcionados, envolvimento profundo da comunidade e oportunidades bioecona´micas inovadoras.Â
Por que o problema que vocêprocura resolver éum “grande desafioâ€?
R: Estamos tentando trazer a tecnologia mais recente para monitorar, avaliar e proteger as florestas tropicais, bem como outros ecossistemas ricos em carbono e altamente biodiversos. Este éum grande desafio porque sumidouros naturais em todo o mundo estãoameaa§ando liberar enormes quantidades de carbono armazenado que podem levar ao aquecimento global descontrolado. Quando combinada com um profundo envolvimento da comunidade, particularmente com comunidades indagenas e afrodescendentes, essa abordagem integrada promete oferecer uma eficácia substancialmente aprimorada na conservação, aliada a um desenvolvimento local robusto e sustenta¡vel.
O que se sabe sobre esse problema e quais perguntas permanecem sem resposta?
R: Satanãlites, drones e outras tecnologias estãoadquirindo mais dados sobre sumidouros de carbono naturais do que nunca. O problema bem descrito em certos locais, como o leste da Amaza´nia, que passou de um sumidouro laquido de carbono para agora um emissor laquido positivo de carbono. Tambanãm ésabido que os povos indagenas são os guardiaµes mais eficazes dos ecossistemas que armazenam as maiores quantidades de carbono. Uma das questões-chave que ainda precisam ser respondidas édeterminar as oportunidades de bioeconomia inerentes a riqueza natural das florestas tropicais e outros ecossistemas importantes que são importantes para a proteção e conservação sustentadas.
Reduzir as disparidades baseadas em grupos na adaptação ao clima
Raa§a, etnia, casta, religia£o e nacionalidade estãofrequentemente ligadas a vulnerabilidade aos efeitos adversos dasmudanças climáticas e, se não forem controladas, ameaa§am exacerbar desigualdades de longa data. Uma equipe liderada por Evan Lieberman , professor de ciência polatica e diretor do MIT Global Diversity Lab e MIT International Science and Technology Initiatives, Danielle Wood , professora assistente do Programa de Artes e Ciências da Madia e do Departamento de Aerona¡utica e Astrona¡utica, e Siqi Zheng, professor de sustentabilidade urbana e imobilia¡ria do Centro de Ima³veis e do Departamento de Estudos e Planejamento Urbano, busca reduzir as disparidades anãtnicas e raciais na capacidade de adaptação das comunidades urbanas a smudanças climáticas. Trabalhando com parceiros em nove cidades costeiras, eles medira£o a distribuição de cargas e resiliencia relacionadas ao clima por meio de satanãlites, um aplicativo ma³vel personalizado e processamento de linguagem natural de madia social, para ajudar a projetar e testar campanhas de comunicação que fornea§am informações precisas sobre riscos e remediação para grupos impactados.Â
Como esse problema evoluiu?
R: As disparidades baseadas em grupos continuam a se intensificar dentro e entre ospaíses, em parte devido a alguma aleatoriedade na localização de eventos clima¡ticos adversos, bem como legados profundos de desenvolvimento humano desigual. Por sua vez, grupos econa´mica e politicamente privilegiados rotineiramente acumulam recursos para adaptação. Em alguns casos osnotadamente nos Estados Unidos, no Brasil e no que diz respeito a migração relacionada ao clima, no sul da asia ostem havido uma grande quantidade de pesquisas que documentam a extensão de tais disparidades. No entanto, carecemos de manãtricas comuns e, na maioria das vezes, essas disparidades são são compreendidas onde os principais atores politizaram os problemas subjacentes. Em grande parte do mundo, grupos relativamente vulnera¡veis ​​e excluados podem nem mesmo estar plenamente conscientes da natureza dos desafios que enfrentam ou dos recursos de que necessitam.
Quem se beneficiara¡ mais com sua pesquisa?Â
R: Os maiores beneficia¡rios sera£o os membros dos grupos vulnera¡veis ​​que carecem de recursos e infraestrutura para resistir a choques clima¡ticos adversos. Acreditamos que seráimportante desenvolver soluções para que grupos relativamente privilegiados não as percebam como punitivas ou de soma zero, mas sim como soluções de longo prazo para benefacio coletivo que sejam sãolidas e justas.