Em seu trabalho recente, Frick se concentrou no aprendizado de vieses, decisaµes tomadas com conhecimento ambaguo e escolha aleata³ria. Professora assistente de economia na Faculdade de Artes e Ciências, ela veio para Yale em 2017.
Mira Frick (Foto de Julia Luckett)
Mira Frick, uma economista de Yale que desenvolve modelos de como as pessoas tomam decisaµes e aprendem, recentemente ganhou uma Sloan Research Fellowship , que reconhece acadaªmicos em inicio de carreira em várias disciplinas cientaficas e técnicas por desempenho diferenciado e potencial para se tornarem lideres em seus respectivos campos.
Em seu trabalho recente, Frick se concentrou no aprendizado de vieses, decisaµes tomadas com conhecimento ambaguo e escolha aleata³ria. Professora assistente de economia na Faculdade de Artes e Ciências, ela veio para Yale em 2017.
Em uma entrevista, ela discutiu seu trabalho inovador, seu caminho para a economia e suas experiências em Yale. A entrevista foi editada e condensada.
Qual éo foco de sua pesquisa?
Mira Frick: Trabalho em modelos teóricos de como as pessoas tomam decisaµes e aprendem, tanto individualmente quanto em ambientes interativos. Muitas das minhas pesquisas recentes foram no campo florescente de “aprender com modelos mal especificadosâ€. Essa área e meu trabalho são motivados por evidaªncias crescentes da psicologia e da economia comportamental de que, em muitos contextos econa´micos, o aprendizado das pessoas égovernado por uma visão incorreta, tendenciosa ou simplificada de seu ambiente. Em uma sanãrie de artigos com meu colega de Yale Ryota Iijima e nosso coautor Yuhta Ishii na Penn State, exploramos como a incorporação de tais vieses altera as previsaµes dos modelos econa´micos tradicionais de aprendizagem individual e social.
Qual éum exemplo do seu trabalho recente?
Frick: Para dar um exemplo simples: suponha que um consumidor esteja interessado em comprar algum produto novo, mas não tenha certeza sobre sua qualidade ou segurança a longo prazo. Uma maneira de tentar aprender sobre isso éobservando as decisaµes de compra de outros consumidores. Mas uma complicação potencial ao tirar inferaªncias das decisaµes de outros consumidores éque ela pode não estar totalmente correta sobre os gostos, atitudes de risco ou caracteristicas idiossincra¡ticas semelhantes dos outros. Os modelos econa´micos tradicionais de aprendizagem tendem a encobrir essa complicação: eles supaµem que os consumidores fazem suposições corretas sobre as caracteristicas uns dos outros.
No entanto, em um artigo recente com Ryota e Yuhta, mostramos que atémesmo pequenas percepções erra´neas das caracteristicas de outras pessoas podem ter consequaªncias severas e levar a falhas drama¡ticas de aprendizado. Por exemplo, se os consumidores subestimam um pouco a tolera¢ncia ao risco de outras pessoas, descobrimos que eles acabara£o ficando confiantes nonívelde segurança mais alto possível do produto - não importa quanto seguro ou inseguro o produto realmente seja. Essas crena§as altamente confiantes, mas incorretas, podem obviamente levar a um comportamento muito ineficiente, como a adoção generalizada de produtos inseguros.
Quais são as implicações desses tipos de descobertas?
Frick: Parece inevita¡vel que o aprendizado das pessoas seja governado por uma certa percepção erra´nea: o mundo éaltamente complexo, e mesmo a pessoa mais sofisticada não serácapaz de perceber corretamente todos os aspectos de seu ambiente.
Ao mesmo tempo, como economistas, tendemos a pensar em nossos modelos como simples aproximações da realidade, de modo que, desde que as percepções erra´neas das pessoas não sejam muito severas, podemos sentir que éseguro ignora¡-los. Uma das implicações do meu trabalho com Ryota e Yuhta éque esse não precisa ser o caso: se as pessoas estãoum pouco erradas sobre seu ambiente, isso pode levar a falhas de aprendizado que são desvios dra¡sticos do que os modelos econa´micos tradicionais poderiam prever. Isso sugere que devemos levar a sanãrio os vieses de aprendizagem das pessoas e motiva mais pesquisas, tanto emparicas quanto tea³ricas, sobre quais vieses são relevantes em diferentes cenários econa´micos e como eles mudam as previsaµes dos modelos tradicionais
Mudando de assunto, como tem sido sua experiência como jovem professor em Yale?
Frick: O departamento de economia de Yale éum ambiente excepcionalmente estimulante e de apoio, e me sinto extremamente sortudo por poder comea§ar minha carreira aqui. O departamento e a Fundação Cowles tem uma longa história de excelaªncia em teoria econa´mica. Nosso grupo tea³rico éum dos maiores dopaís, com uma composição extraordinariamente equilibrada em termos de interesses de pesquisa e esta¡gios de carreira. Acho que temos atéum equilabrio de gaªnero quase perfeito oso que émuito raro na teoria econa´mica, onde as mulheres ainda estãobastante sub-representadas. Nosso grupo organiza quatro ou cinco eventos de pesquisa diferentes todas as semanas e duas grandes conferaªncias por ano. Isso cria um clima de pesquisa incrivelmente vibrante e traz nosso corpo docente e Ph.D. estudantes juntos em uma comunidade unida da qual eu realmente gosto de fazer parte.