Humanidades

A vida animal moderna pode ter origem no delta
O novo estudo descobriu pela primeira vez que esse ambiente era um delta marinho raso e rico em nutrientes, afetado por enchentes.
Por Universidade de Exeter - 22/03/2022


Artra³pode (Naroia). Crédito: Dr. Xiaoya Ma

Os ancestrais de muitas espanãcies animais vivas hoje podem ter vivido em um delta no que hoje éa China, sugere uma nova pesquisa.

A Explosão Cambriana, hámais de 500 milhões de anos, viu a rápida disseminação de espanãcies bilaterais ossimanãtricas ao longo de uma linha central, como a maioria dos animais de hoje (incluindo humanos).

O Chengjiang Biota, de 518 milhões de anos osem Yunnan, sudoeste da China oséum dos mais antigos grupos de fa³sseis de animais atualmente conhecidos pela ciência e um registro importante da Explosão Cambriana.

La¡ foram encontrados fa³sseis de mais de 250 espanãcies, incluindo vários vermes, artra³podes (ancestrais de camaraµes vivos, insetos, aranhas, escorpiaµes) e atéos primeiros vertebrados (ancestrais de peixes, anfa­bios, ranãpteis, aves e mama­feros).

O novo estudo descobriu pela primeira vez que esse ambiente era um delta marinho raso e rico em nutrientes, afetado por enchentes.

A área estãoagora em terra na prova­ncia montanhosa de Yunnan, mas a equipe estudou amostras de núcleos rochosos que mostram evidaªncias de correntes marinhas no ambiente passado.

"A Explosão Cambriana agora éuniversalmente aceita como um evento evolutivo rápido genua­no, mas os fatores causais para este evento tem sido debatidos hámuito tempo, com hipa³teses sobre gatilhos ambientais, genanãticos ou ecola³gicos", disse o autor saªnior Dr. Xiaoya Ma, paleobia³logo da a Universidade de Exeter e a Universidade de Yunnan.

"A descoberta de um ambiente deltaico lançou uma nova luz sobre a compreensão dos possa­veis fatores causais para o florescimento dessas comunidades marinhas bilaterais dominadas por animais cambrianos e sua excepcional preservação de tecidos moles.

“Os estressores ambientais insta¡veis ​​também podem contribuir para a radiação adaptativa desses primeiros animais”.

O coautor principal Farid Saleh, sedimentologista e tafonomista da Universidade de Yunnan, disse: "Podemos ver pela associação de numerosos fluxos sedimentares que o ambiente que hospeda a Biota de Chengjiang era complexo e certamente mais raso do que o que foi sugerido anteriormente na literatura para comunidades animais semelhantes."

Changshi Qi, o outro coautor principal e geoqua­mico da Universidade de Yunnan, acrescentou: "Nossa pesquisa mostra que a Biota de Chengjiang vivia principalmente em um ambiente deltaico de a¡guas rasas bem oxigenado.
 
“As inundações de tempestades transportaram esses organismos para os ambientes adjacentes com deficiência de oxigaªnio, levando a  preservação excepcional que vemos hoje”.

O coautor Luis Buatois, paleonta³logo e sedimentologista da Universidade de Saskatchewan, disse: “A biota de Chengjiang, como éo caso de faunas semelhantes descritas em outros lugares, épreservada em depa³sitos de granulação fina.

"Nossa compreensão de como esses sedimentos lamacentos foram depositados mudou drasticamente nos últimos 15 anos.

“A aplicação desse conhecimento recentemente adquirido ao estudo de depa³sitos fossila­feros de preservação excepcional mudara¡ drasticamente nossa compreensão de como e onde esses sedimentos se acumularam”.

Os resultados deste estudo são importantes porque mostram que a maioria dos primeiros animais tolerava condições estressantes, como flutuações de salinidade (sal) e grandes quantidades de deposição de sedimentos.

Isso contrasta com pesquisas anteriores sugerindo que animais semelhantes colonizaram ambientes marinhos de a¡guas mais profundas e mais esta¡veis.

"a‰ difa­cil acreditar que esses animais foram capazes de lidar com um ambiente tão estressante", disse M. Gabriela Ma¡ngano, paleonta³loga da Universidade de Saskatchewan, que estudou outros locais conhecidos de preservação excepcional no Canada¡, Marrocos. , e Groenla¢ndia.

Maximiliano Paz, pa³s-doutorando da Universidade de Saskatchewan, especializado em sistemas de granulação fina, acrescentou: “O acesso a núcleos de sedimentos nos permitiu ver detalhes na rocha que são comumente difa­ceis de apreciar nos afloramentos intemperizados da área de Chengjiang”.

Este trabalho éuma colaboração internacional entre a Universidade de Yunnan, a Universidade de Exeter, a Universidade de Saskatchewan, a Academia Chinesa de Ciências, a Universidade de Lausanne e a Universidade de Leicester.

A pesquisa foi financiada pela Chinese Postdoctoral Science Foundation, a Natural Science Foundation of China, o State Key Laboratory of Paleobiology and Stratigraphy, o Natural Sciences and Engineering Research Council of Canada, e pela George J. McLeod Enhancement Chair in Geology.

O artigo, publicado na revista Nature Communications , éintitulado: "A biota de Chengjiang habitava um ambiente deltaico".

 

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