Humanidades

Impacto negativo das ma­dias sociais afeta meninas e meninos em diferentes idades osestudo
Meninas e meninos podem ser mais vulnera¡veis ​​aos efeitos negativos do uso das ma­dias sociais em diferentes momentos da adolescaªncia, de acordo com uma pesquisa publicada por uma equipe internacional de cientistas
Por Oxford - 10/04/2022


Menina infeliz usando um smartphone: os dados mostram que as meninas experimentam uma ligação negativa entre o uso de ma­dia social e a satisfação com a vida quando tem 11-13 anos e meninos quando tem 14-15 anos. Crédito: Shutterstock.

As meninas podem experimentar uma ligação negativa aos 11-13 anos, os meninos aos 14-15,

O aumento do uso de ma­dia social também pode afetar a satisfação com a vida aos 19 anos, mas

Adolescentes com menor satisfação com a vida usam consistentemente mais as ma­dias sociais.

Meninas e meninos podem ser mais vulnera¡veis ​​aos efeitos negativos do uso das ma­dias sociais em diferentes momentos da adolescaªncia, de acordo com uma pesquisa publicada por uma equipe internacional de cientistas, incluindo especialistas do Oxford Internet Institute .

Em um estudo publicado na Nature Communications , os dados do Reino Unido mostram que as meninas experimentam uma ligação negativa entre o uso de ma­dia social e a satisfação com a vida quando tem 11 a 13 anos e os meninos quando tem 14 a 15 anos. O aumento do uso de ma­dia social também prevaª menor satisfação com a vida aos 19 anos.

"A sensibilidade ao uso de ma­dia social pode estar ligada amudanças no desenvolvimento, possivelmentemudanças na estrutura do cérebro, ou a  puberdade, que ocorre mais tarde em meninos do que em meninas"


Isso sugere que a sensibilidade ao uso de ma­dias sociais pode estar ligada amudanças de desenvolvimento, possivelmentemudanças na estrutura do cérebro, ou a  puberdade, que ocorre mais tarde em meninos do que em meninas. Mas, para ambos, o uso de ma­dia social aos 19 anos foi novamente associado a uma diminuição na satisfação com a vida. Nessa idade, dizem os pesquisadores, épossí­vel quemudanças sociais oscomo sair de casa ou comea§ar a trabalhar osnos tornem vulnera¡veis.

A ma­dia social mudou fundamentalmente a forma como os jovens passam o tempo, compartilham informações e conversam com outras pessoas. Isso levou a uma preocupação generalizada sobre seu potencial impacto negativo. No entanto, mesmo após anos de pesquisa, ainda háuma incerteza considera¡vel sobre como as ma­dias sociais se relacionam com o bem-estar. A equipe procurou uma conexão entre o uso estimado de ma­dia social e a satisfação com a vida relatada e encontrou os principais períodos da adolescaªncia em que o uso de ma­dia social foi associado a uma diminuição subsequente na satisfação com a vida. Os pesquisadores também descobriram que adolescentes que tem satisfação com a vida abaixo da média usam mais as ma­dias sociais.

"Os pesquisadores também descobriram que adolescentes que tem satisfação com a vida abaixo da média usam mais as ma­dias sociais mais tarde."


Amy Orben, da Universidade de Cambridge, que liderou o estudo, disse: “A ligação entre o uso de ma­dia social e o bem-estar mental éclaramente muito complexa. Mudanças em nossos corpos, como desenvolvimento cerebral e puberdade, e em nossas circunsta¢ncias sociais parecem nos tornar vulnera¡veis ​​em momentos específicos de nossas vidas.'

Ela sustentou: 'Eu não diria que existe uma faixa eta¡ria especa­fica com a qual todos devemos nos preocupar. Todos nosdevera­amos refletir sobre o uso das ma­dias sociais e encorajar essas conversas, mas precisamos entender o que estãoimpulsionando essasmudanças entre as faixas eta¡rias e entre os sexos. Existem diferenças individuais muito grandes, então pode haver certos adolescentes que se beneficiam do uso das ma­dias sociais enquanto, ao mesmo tempo, alguém éprejudicado.'

"Todos devemos refletir sobre o uso de nossas ma­dias sociais e incentivar essas conversas, mas precisamos entender o que estãoimpulsionando essasmudanças entre as faixas eta¡rias e entre os sexos"


O professor Andrew Przybylski , diretor de pesquisa do Oxford Internet Institute, disse: 'Atualmente, a quantidade de tempo que os jovens passam nas ma­dias sociais éuma 'caixa preta' para cientistas e pais. Para melhorar nossa ciaªncia, precisamos de melhores dados e, para melhorar a paternidade em torno da tecnologia, precisamos iniciar uma nova conversa. Nãose trata de ma­dia social ser boa ou ruim, ésobre o que os jovens estãofazendo, por que eles estãousando e como eles se sentem sobre isso se encaixa no quadro geral da vida familiar.'

Orben acrescentou: “Com nossas descobertas, em vez de debater se a ligação existe ou não, agora podemos nos concentrar nos períodos de nossa adolescaªncia em que agora sabemos que podemos estar em maior risco e usar isso como um trampolim para explorar alguns dos perguntas realmente interessantes.'

"Nãose trata de ma­dia social ser boa ou ruim, ésobre o que os jovens estãofazendo, por que eles estãousando e como eles se sentem sobre isso se encaixa no quadro geral da vida familiar"


O professor Przybylski concordou e disse: 'Para identificar quais indivíduos podem ser influenciados pelas ma­dias sociais, são necessa¡rias mais pesquisas que combinem dados comportamentais objetivos com medidas biológicas e cognitivas do desenvolvimento. Por isso, pedimos a s empresas de ma­dia social e outras plataformas online que fazm mais para compartilhar seus dados com cientistas independentes e, se não estiverem dispostos, que os governos mostrem que levam a sanãrio o combate aos danos online, introduzindo legislação para obrigar essas empresas a serem mais abrir.'

A equipe, incluindo psica³logos, neurocientistas e modeladores, analisou dois conjuntos de dados do Reino Unido compreendendo cerca de 84.000 indivíduos com idades entre 10 e 80 anos. Estes inclua­ram dados longitudinais osou seja, dados que rastreiam indivíduos ao longo de um período de tempo osde 17.400 jovens de 10 a 21 anos. Os pesquisadores são das Universidades de Cambridge e Oxford, e do Instituto Donders para Canãrebro, Cognição e Comportamento.

Os pesquisadores fazem questãode salientar que, embora suas descobertas mostrem emnívelpopulacional que existe uma ligação entre o uso de ma­dias sociais e o bem-estar mais pobre, ainda não épossí­vel prever quais indivíduos estãoem maior risco.

 

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