Humanidades

Restrições pandaªmicas limitam a capacidade das mulheres de lidar com parceiros abusivos
Publicado no Global Social Welfare, o estudo compartilha insights sobre o impacto dos bloqueios e restria§aµes relacionados a  pandemia nas mulheres que sofrem de VPI. Embora medidas estritas de saúde pública, incluindo distanciamento fa­sico...
Por Kim McCready - 18/05/2022


Os bloqueios devido ao COVID-19 tiveram um impacto significativo nas estratanãgias de enfrentamento de mulheres que sofrem violência por parceiro a­ntimo, de acordo com um novo estudo. Crédito: Rodnae Productions/Pexels

A pandemia do COVID-19 afetou substancialmente a forma como as mulheres que sofrem violência por parceiro a­ntimo (VPI) lidaram com sua situação abusiva, de acordo com um novo estudo liderado pela professora de ciências da saúde Tara Mantler e Kim Jackson, professora da Arthur Labatt Family School of Nursing.

Publicado no Global Social Welfare, o estudo compartilha insights sobre o impacto dos bloqueios e restrições relacionados a  pandemia nas mulheres que sofrem de VPI. Embora medidas estritas de saúde pública, incluindo distanciamento fa­sico e ordens de permanaªncia em casa, tenham ajudado a mitigar os danos da pandemia, elas exacerbaram involuntariamente os riscos para as mulheres que sofrem VPI, limitando seu acesso aos servia§os e impactando severamente suas estratanãgias usuais de enfrentamento.

A VPI pode incluir abuso fa­sico, sexual ou emocional, além de intimidação, ameaa§as, isolamento e manipulação.

“Ordens de permanaªncia em casa mantinham as mulheres na presença de seus agressores, o que, por sua vez, restringia sua privacidade e permitia a vigila¢ncia, isolando-as de apoios e servia§os sociais”, explicou Mantler. "O estresse do desemprego, ansiedades financeiras e aumento do uso de a¡lcool, todos fatores de risco conhecidos para VPI, também se tornaram mais prevalentes durante esses pedidos".

Para as mulheres que sofrem de VPI, o acesso a uma rede social de apoio durante o bloqueio tornou-se mais difa­cil, pois os servia§os de apoio foram fechados ou oferecidos apenas virtualmente. Os locais de encontro com as redes sociais também estavam fechados ou inacessa­veis. A falta de privacidade e a vigila¢ncia estendida do parceiro complicaram a capacidade das mulheres de falar livremente nas plataformas de chamadas online e de encontrar um local seguro para expressar suas emoções.

O impacto da pandemia em sua situação financeira também significou a perda de sua estratanãgia de enfrentamento mais importante. Os recursos financeiros proporcionam a s mulheres algumnívelde autonomia e podem ser a diferença entre elas poderem sair de uma situação abusiva ou não.

As mulheres conseguiram encontrar novas estratanãgias de enfrentamento para se adaptar ao novo paradigma da pandemia, descobriram os pesquisadores. As estratanãgias de enfrentamento fa­sico que eram alcana§a¡veis ​​durante as ordens de ficar em casa, como sair para passear ou participar de hobbies arta­sticos, permitiram que as mulheres se distraa­ssem de suas circunsta¢ncias por um tempo. Parte de suas estratanãgias de enfrentamento social estava em saber que havia uma rede de apoio la¡ fora e encontrar conforto nesse conhecimento, mesmo que não pudessem acessa¡-lo.

Valorizando a experiência vivida e a resiliencia das participantes, o estudo questionou quais recursos eles consideravam mais benéficos para a assistaªncia a s mulheres que vivenciam a VPI, permitindo-lhes sugerir estratanãgias que as ajudariam a mantaª-las seguras.

"a‰ importante perguntar a ela o que ela precisa fazer para se manter segura", disse Mantler. "As mulheres sabem melhor o que as ajuda a lidar."

Os participantes do estudo identificaram centros comunita¡rios, educação para mulheres para ajuda¡-las a identificar sinais de VPI e servia§os presenciais, como aconselhamento, como recursos de alta prioridade necessa¡rios, juntamente com atividades que proporcionam uma pausa tempora¡ria de parceiros abusivos.

Mais importante ainda, as mulheres enfatizaram que os recursos financeiros são necessa¡rios, embora reconhea§am que as estratanãgias de sobrevivaªncia financeira podem não estar disponí­veis para as mulheres devido a limitações de recursos e controle do agressor.

“Ao disputar proteções e recursos, éimportante reconhecer a nuance entre dizer que háuma crise pandaªmica versus uma crise de VPI e dizer que, mesmo diante de uma crise de pandemia, a crise de VPI precisa ser considerada para que os danos possam ocorrer. ser reduzido de forma mais eficaz", disse Mantler.

Espera-se que a publicação dos dados do estudo ajude a aumentar a conscientização sobre a necessidade de recursos e apoio para estratanãgias de enfrentamento para mulheres que sofrem VPI durante uma crise de saúde pública, disseram os autores. Eles também esperam que isso crie uma base para políticas de saúde pública e servia§os sociais informados sobre inclusão, protegendo populações em risco tanto da pandemia quanto dos perigos da VPI.

 

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