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O que estãona mente das pessoas quando elas compram ações?
Os economistas adorariam saber o que estãoacontecendo na mente das pessoas, mas como isso nem sempre épossí­vel, eles criam modelos para prever como as pessoas se comportara£o.
Por Whitney Clavin - 25/09/2019



Quando as pessoas compram ações, elas tendem a ter crena§as sobre o desempenho dos investimentos e quais são as apostas mais arriscadas. Os economistas adorariam saber o que estãoacontecendo na mente das pessoas, mas como isso nem sempre épossí­vel, eles criam modelos para prever como as pessoas se comportara£o. Os modelos estãoagindo como se as pessoas tivessem certas crena§as em mente.

A teoria mais popular desse tipo, chamada teoria subjetiva da utilidade esperada, ou SEU, modela o comportamento das pessoas ao fazer escolhas financeiras em circunsta¢ncias incertas. A teoria sustenta que uma pessoa que tenta decidir entre duas ações, digamos IBM e Google, se comporta como se tivesse crena§as subjetivas sobre o quanto arriscado éo investimento pessoal, assim como sobre a probabilidade de uma ação se sair melhor que a outra.

"Como analistas, não podemos medir o que estãona mente das pessoas, mas podemos modelar seu comportamento. Podemos analisar as escolhas que elas fazem", diz Federico Echenique , professor de Economia de Allen e Lenabelle Davis. "Por exemplo, se alguém compra suco de laranja, presumimos que ele gosta de suco de laranja. Uma preferaªncia ésignificativa se eu puder criar um experimento de escolha no qual permito que alguém escolha entre um item e outro e eles escolham um item. Para noseconomistas, preferaªncia significa escolha ".

Echenique, com Kota Saito, professor de economia da Caltech e outros colegas, tem se ocupado de olhar mais de perto a teoria do SEU e modelos relacionados nos últimos anos. Em 2015 e 2016, os pesquisadores publicaram um trabalho tea³rico propondo novas ferramentas matemáticas para testar se o comportamento éconsistente com a teoria SEU. Uma premissa ba¡sica do SEU éque os indivíduos compram menos quando os prea§os estãomais altos. No entanto, os pesquisadores tiveram dificuldade em validar essa condição nos dados derivados de decisaµes reais que as pessoas tomam em seu dia-a-dia porque não se pode controlar as condições econa´micas fundamentais subjacentes, como o que estãopor trás de retornos incertos nas ações. Por exemplo, os vários indicadores da força ou fraqueza relativa da economia podem levar a esperar retornos do mercado de ações em 2019 muito diferentes do que se poderia esperar em 2020.

Dadas as ambiga¼idades inerentes aos dados de campo, Echenique e Saito optaram por testar suas teorias em experimentos controlados em laboratório com estudantes universita¡rios e, mais recentemente, em experimentos on-line em um estudo financiado pelo Instituto TIAA, o braa§o de pesquisa da empresa de planejamento financeiro. Nessas experiências, os sujeitos escolheram quanto investir em um conjunto de ativos dos quais ganhariam recompensas moneta¡rias com base no desempenho dos ativos. Os participantes tiveram a opção de comprar duas ações, para as quais os prea§os unita¡rios variavam, enquanto as condições econa´micas fundamentais subjacentes ao desempenho das ações eram mantidas fixas. O SEU preveria que o investimento em ações caras deve se refletir em crena§as otimistas. Embora as crena§as sejam inobserva¡veis, apresentando aos sujeitos várias oportunidades de investimento com fundamentos subjacentes fixos, O SEU presume que hálimites para a frequência com que os investidores comprara£o as ações mais caras. No entanto, tanto os experimentos de laboratório quanto os online geraram resultados surpreendentes, mostrando que a maioria das pessoas não era tãosensívelao prea§o como a teoria do SEU teria previsto.

Os dados também revelaram que aqueles que obtiveram uma classificação mais alta em testes cognitivos e financeiros anteriores agiram de forma significativamente mais consistente com o SEU. Por outro lado, a idade de uma pessoa não afetou o resultado dos testes. "A idade não épreditiva de conformidade com a teoria", diz Echenique. "Isso éde particular interesse para os planejadores da TIAA e de aposentadoria que desejam avaliar como indivíduos de uma idade diferente respondem a decisaµes financeiras".


"Nossos dados mostraram que as decisaµes das pessoas não eram inteiramente consistentes com a teoria", diz Saito. "Embora o modelo tenha previsto com precisão a direção geral na qual as pessoas reagiriam a prea§os e quantidades, geralmente comprando menos ativos a  medida que se tornam mais caras, seu comportamento de compra não mudou na medida em que a teoria do SEU previsse". Os pesquisadores disseram que também ficaram surpresos ao não ver diferenças entre os alunos que testaram em um laboratório e os adultos que responderam a s perguntas da pesquisa por meio de um programa de computador.

Quais são os pra³ximos passos? Os economistas estãopensando em como eles podem revisar as teorias do SEU para serem mais precisos.

"Uma maneira de ajustar o modelo seria torna¡-lo menos preciso e exigir apenas a interação entre prea§os e quantidades", diz Echenique. "Dessa maneira, estara­amos colocando menos aªnfase na ideia de que as pessoas tem probabilidades em mente para várias ações".

A pesquisa da equipe Caltech éfinanciada pela National Science Foundation e TIAA.

 

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