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O relatório da Iniciativa Energanãtica do MIT traz caminhos para o transporte pessoal sustenta¡vel
Inovidades tecnologiicas, políticas emudanças comportamentais sera£o necessa¡rias para alcana§ar as metas do acordo clima¡tico de Paris.
Por Kathryn Luu Iniciativa - 19/11/2019

Imagem cortesia da MIT Energy Initiative
O relatório "Insights sobre a mobilidade futura" do MITEI destaca a importa¢ncia de ações de curto prazo para garantir a sustentabilidade a longo prazo da mobilidade pessoal.

Em nossas vidas dia¡rias, todos fazemos escolhas sobre como viajamos e que tipo de vea­culo possua­mos ou usamos. Consideramos essas opções dentro das restrições de nosso sistema de transporte atual e consideramos as preocupações, incluindo custos, conveniaªncia e - cada vez mais - emissaµes de carbono. " Insights sobre a mobilidade futura ", um relatório multidisciplinar divulgado hoje pelo MIT Energy Initiative (MITEI), explora como as decisaµes individuais de viagem sera£o moldadas por interações complexas entre tecnologias, mercados, modelos de nega³cios, políticas governamentais e preferaªncias do consumidor - e o potencial consequaªncias a  medida que a mobilidade pessoal passa por tremendasmudanças nos pra³ximos anos.

O relatório éo culminar do estudo Mobilidade do Futuro , de três anos, do MITEI , que faz parte do Plano de Ação do MIT para Mudanças Clima¡ticas . O relatório destaca a importa¢ncia de ações de curto prazo para garantir a sustentabilidade a longo prazo da mobilidade pessoal. Os pesquisadores descobriram que a inovação tecnologiica conta­nua énecessa¡ria e deve ser acompanhada de políticas intersetoriais emudanças no comportamento do consumidor, a fim de cumprir as metas do Acordo de Paris para redução de emissaµes de gases de efeito estufa.

"Compreender o futuro da mobilidade pessoal requer uma análise integrada de tecnologia, infraestrutura, escolha do consumidor e pola­tica governamental", diz o diretor do MITEI Robert C. Armstrong, professor de engenharia química do MIT. "A equipe de estudo examinou como essas diferentesDimensões se desenvolvera£o e interagira£o, e o relatório oferece possa­veis caminhos para alcana§ar um sistema de transporte pessoal mais sustenta¡vel".

A equipe de estudo do corpo docente, pesquisadores e estudantes do MIT concentrou-se em cinco áreas principais de investigação. Eles investigaram o impacto potencial das políticas climáticas globais na composição da frota e no consumo de combusta­vel, e as perspectivas de propriedade e viagens de vea­culos, com foco nos EUA e na China. Eles também pesquisaram caracteri­sticas e participação futura de mercado de vea­culos a combusta­vel alternativo, incluindo vea­culos elanãtricos com células de combusta­vel e hidrogaªnio, e considerações de infraestrutura para carregamento e abastecimento, principalmente porque afetam a demanda futura. Outra área de foco principal foi o futuro da mobilidade urbana, especialmente o papel potencialmente perturbador dos servia§os de carona e vea­culos auta´nomos.

Os pesquisadores descobriram que háuma oportunidade considera¡vel de reduzir as emissaµes da mobilidade pessoal, melhorando a eficiência do trem de força e implantando vea­culos a combusta­vel alternativo nas próximas décadas. Essasmudanças devem ser acompanhadas da descarbonização da produção de combusta­veis e eletricidade que alimentam esses vea­culos, a fim de atingir as metas globais de mitigação de emissaµes e alcana§ar um ar mais limpo e outros benefa­cios ambientais e de saúde humana.

"Nossa análise mostra que a redução da intensidade de carbono da frota de vea­culos leves contribui para as metas de mitigação dasmudanças climáticas, como parte de uma solução maior", diz Sergey Paltsev, vice-diretor do Programa Conjunto do MIT sobre Ciência e Pola­tica de Mudanças Globais e pesquisador saªnior do MITEI. "Se quisermos alcana§ar metas internacionais para limitar o aumento da temperatura e outros impactos relacionados a smudanças climáticas, precisaremos de políticas climáticas abrangentes que promovam a adoção de vea­culos combusta­veis alternativos no setor de transportes e, simultaneamente, descarbonizem o setor de eletricidade".

Va¡rios fatores influenciam a decisão de um indiva­duo de adotar um vea­culo de combusta­vel alternativo, como um vea­culo elanãtrico a bateria. Os pesquisadores descobriram que os fatores inter-relacionados mais importantes que afetam a adoção de vea­culos alternativos incluem custo, autonomia e conveniaªncia de cobrana§a. Eles concluem que, a  medida que os volumes de produção aumentam, os custos com bateria e o prea§o de compra de vea­culos elanãtricos diminuira£o, o que, por sua vez, impulsionara¡ as vendas. Baterias melhoradas estenderiam a gama de vea­culos, reforçando a atratividade de vea­culos a combusta­vel alternativo para os consumidores. Uma maior implantação de vea­culos elanãtricos cria um mercado maior para a infraestrutura de carregamento dispona­vel ao paºblico, o que éessencial para oferecer suporte a  conveniaªncia do carregamento.

"Descobrimos que éprova¡vel a adoção substancial de vea­culos elanãtricos a bateria e que a extensão e a velocidade dessa transição para a eletrificação são sensa­veis a  evolução dos custos da bateria, disponibilidade de infraestrutura de carregamento e suporte a políticas", diz William H. Green , professor de química engenharia no MIT e na cadeira de estudo. Espera-se que esta implantação em larga escala de vea­culos elanãtricos a bateria os ajude a alcana§ar a paridade total de custo de propriedade com vea­culos com motores de combustão interna em aproximadamente 10 anos nos EUA. Tambanãm deve levar a novas oportunidades de nega³cios, incluindo soluções para o desenvolvimento econa´mico manãtodos de reciclagem de baterias em escala industrial.


Os pesquisadores também examinaram o papel das atitudes dos consumidores em relação a  propriedade e uso de carros, tanto nas economias estabelecidas quanto nas emergentes. Nos EUA, os pesquisadores analisaram tendaªncias populacionais e fatores socioecona´micos para estimar a demanda futura de vea­culos e viagens de vea­culos. Embora muitos tenham argumentado que a menor posse e uso de carros entre os millennials pode levar a uma frota reduzida de vea­culos pessoais nas próximas décadas, a equipe do estudo descobriu que as diferenças geracionais poderiam ser completamente explicadas por diferenças socioecona´micas - o que significa que não hádiferença significativa nas preferaªncias para propriedade ou uso de vea­culos entre a geração Y e as gerações anteriores. Portanto, o estoque de vea­culos leves e o número de milhas percorridas provavelmente aumentara¡ em aproximadamente 30% até2050 nos EUA. Além disso, a análise indica que o “orgulho do carro” - a atribuição de status social e imagem pessoal ao proprieta¡rio e ao uso de um carro - afeta a propriedade do carro tão forte quanto a renda. Uma análise do orgulho do carro nospaíses revelou que o orgulho do carro émaior nos mercados emergentes de vea­culos; entre os mercados estabelecidos, o orgulho do carro émais alto nos EUA

A adoção de novas tecnologias e modelos de nega³cios para mobilidade pessoal em escala exigira¡ grandesmudanças nas percepções e comportamentos dos consumidores, observa Joanna Moody, gerente de programas de pesquisa do Centro de Sistemas de Mobilidade do MITEI e autora coordenadora do relatório. "Os apegos simba³licos e emocionais a  propriedade e ao uso de carros, principalmente entre indivíduos de economias emergentes, podem representar uma barreira significativa a  adoção generalizada de alternativas mais sustenta¡veis ​​aos vea­culos particulares movidos a combusta­veis derivados de petra³leo", diz Moody. "Vamos precisar de esforços proativos por meio de políticas públicas para estabelecer novas normas sociais para derrubar essas barreiras."

Os pesquisadores também analisaram a China, o maior mercado de vendas de vea­culos novos, para analisar como as cidades formam políticas de transporte e estimar como essas políticas emnívellocal podem impactar o tamanho futuro do estoque de vea­culos na China. Atéo momento, seis grandes cidades chinesas e uma prova­ncia implementaram políticas de restrição de propriedade de carros em resposta a congestionamentos graves e poluição do ar. Nossos pesquisadores descobriram que, se as seis megacidades continuarem com essas restrições, a frota de vea­culos leves dopaís podera¡ ser 4% (12 milhões de vea­culos) menor até2030 do que seria sem essas restrições. Se as políticas forem adotadas em mais cidades da China que enfrentam desafios de congestionamento e poluição do ar, a frota podera¡ ser 10% (32 milhões de vea­culos) menor em 2030 do que seria sem essas restrições.

Por fim, a equipe explorou como a introdução de servia§os de mobilidade de vea­culos auta´nomos (AV) de porta em porta e de baixo custo interagira¡ com os modos de transporte existentes em cidades densas com sistemas de transporte paºblico existentes. Eles descobrem que a introdução deste serviço de mobilidade de baixo custo sem restrições pode levar ao aumento de congestionamentos, tempos de viagem e milhas de vea­culos percorridos - bem como a redução do número de passageiros no transporte paºblico. No entanto, esses impactos negativos podem ser mitigados se os servia§os de mobilidade de baixo custo forem introduzidos juntamente com políticas como “primeira / última milha” (usando AVs para transportar passageiros de e para estações de transporte paºblico) ou políticas que reduzam a propriedade de vea­culos particulares. As descobertas se aplicam mesmo a cidades com na­veis muito diferentes de serviço de transporte paºblico.

Com base na pesquisa iniciada no estudo Mobilidade do Futuro, o MITEI lançou agora um novo Centro de Energia de Baixo Carbono, o Centro de Sistemas de Mobilidade . Abordando a mobilidade de uma perspectiva sociotécnica, o centro identifica os principais desafios, investiga as tendaªncias futuras atuais e potenciais e analisa os impactos sociais e ambientais das soluções emergentes para a mobilidade global de passageiros e mercadorias.

O estudo Mobilidade do Futuro recebeu apoio de um consãorcio externo de empresas internacionais com experiência em vários aspectos do setor de transporte, incluindo energia, fabricação de vea­culos e infraestrutura. O relatório, suas descobertas e análises são apenas o trabalho dos pesquisadores do MIT.

Para obter mais informações ou acessar o relatório " Insights sobre mobilidade futura", visite  energy.mit.edu/insightsintofuturemobility .

 

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