Isotônico criado por pesquisadora da Ufpi a base de Cajuína, não tem corantes, saborizantes, nem aromatizantes artificiais e deve ser referência no mercado das bebidas esportivas.
Isotônico a base de cajuína
A invenção da Profa. Dra. Luanne Morais Vieira Galvâo, realizada no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em produtos farmacêuticos e correlatos (LITE/UFPI), é um isotônico a base de cajuína, foi formulado para ser consumido pelos praticantes de atividades físicas (profissionais ou amadores), facilitando a sua reidratação e reposição de minerais durante ou após a prática de exercícios físicos. A formulação do repositor hidroeletrolítico consiste de uma composição de ingrediente contendo: água, suco de caju (cajuína), sacarose, cloreto de sódio, citrato de sódio, fosfato de potássio e ácido cítrico.
Diferente da maioria das bebidas esportivas no mercado, o isotônico a base de cajuína não tem corantes, saborizantes e nem aromatizantes artificiais, ressaltou a cientista. A cor, sabor e aroma da bebida são características fornecidas pela própria cajuína. Além do mais, a correção nas quantidades de sais e carboidratos para valores determinados pela ANVISA tendo em vista que a própria cajuína já é fonte de uma quantidade significativa desses compostos".
Uma bebida isotônica é aquela que apresenta concentração de substâncias ou minerais semelhantes as encontradas nos fluidos orgânicos. O balanço entre os eletrólitos (minerais) evita a desidratação durante a prática esportiva. Um isotônico deve possuir a mesma pressão osmótica que o sangue humano. Essa característica permite que a bebida seja rapidamente absorvida após o consumo. Os electrólitos estão envolvidos na maioria dos processos biológicos e os mais importantes são: sódio, cloreto, potássio, cálcio, magnésio e fósforo.
Os repositores hidroleletrolíticos tem se tornado o suplemento mais consumido por praticantes de atividade física. No Brasil, estima-se que o consumo de bebida isotónico é de 0,5 litro por ano por habitante, mas chega a 15 litros por habitante por ano nos EUA, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR).
O desenvolvimento da nova bebida esportiva vem ao encontro do que buscam muitos consumidores e da própria tendência atual do mercado, de oferecer produtos com menos ingredientes artificiais. O isotônico de cajuína possuem concentração semelhante aos fluidos corporais, de forma que podem ser transferidas, facilmente, para a corrente sanguínea, repondo perdas causadas por transpiração excessiva ou diarreia, enfatizou Luanne Moraes.
Desenvolvimento em laboratório
Para chegar a versão final do isotônico, foram testadas 9 formulações, variando as concentrações dos constituintes, para chegar ao melhor sabor e que atendesse ao que a legislação estabelece para produção de bebidas eletrolíticas, quanto a quantidade de sódio, potássio, carboidrato, entre outros. Por fim, foi analisada a estabilidade da bebida, que não necessita de refrigeração durante o transporte ou armazenamento, e apresenta prazo de validade de 180 dias. A bebida é contra indicada para diabéticos pela quantidade considerável de carboidratos (açúcar), de 5,2 gramas por 100 ml de isotônico a base de cajuína.
Professora. Dra. Luanne Morais Vieira Galvão coordenadora da pesquisa
Após chegarmos a formulação ao produto, estudamos por 180 dias e realizamos análises laboratoriais (que avaliam os parâmetros físico-químicos); microbiológicas (que avaliam a contaminação microbiológica); e sensorial, em que mais de 280 degustadores voluntários apreciaram e opinaram sobre a cor, o sabor e o aroma, além de apontar a intenção de compra. Cor e aroma foram os parâmetros dos quais os provadores mais gostaram. Disseram também que, no geral, comprariam o isotônico de cajuína, relatou a pesquisadora.
Os testes do novo produto foram realizados no Laboratório de Inovação Tecnológica e Empreendedorismo em produtos farmacêuticos e correlatos (LITE/UFPI) bem como no Laboratório de Alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI), onde a pesquisadora é docente de cursos ligados a área de tecnologia de alimentos.
Para o desenvolvimento do produto, além da UFPI e do IFPI - onde a pesquisadora fez boa parte das análises - o trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Piauí ( Fapepi ) e da empresa FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais.
O Isotônico são comercializado o site
Para o isotônico ser produzido em larga escala e chegar a grandes pontos de venda, os pesquisadores proprietários da startup envolvida e a própria pesquisadora esperam despertar o interesse do empresariado para a realização da transferência de tecnologia. No momento o isotônico a base de cajuína estão sendo produzido por uma empresa incubada na UFPI, a FitoFit - Suplementos e Produtos Naturais e é comercializado inicialmente via site da empresa.
O parceiro negocia os termos para exploração comercial da patente e paga os royalties a Universidade, que divide em partes iguais entre os pesquisadores; o departamento que desenvolveu o produto; e a própria instituição, para investimentos.