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Gra¡fico de febre: a Terra teve sua década mais quente já registrada em 2010
E os cientistas disseram que não vaªem o fim da maneira como asmudanças climáticas provocadas pelo homem continuam quebrando recordes.
Por Seth Borenstein - 15/01/2020


Nesta foto de arquivo de 1 de novembro de 2019, 

A década que acabou de terminar foi de longe a mais quente já medida na Terra, terminada pelo segundo ano mais quente já registrado, informaram duas agaªncias norte-americanas na quarta-feira. E os cientistas disseram que não vaªem o fim da maneira como asmudanças climáticas provocadas pelo homem continuam quebrando recordes.

"Se vocêacha que já ouviu essa história antes, ainda não viu nada", disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, disse no final de uma década atormentado por incaªndios violentos, derretimento do gelo e condições climáticas extremas. que os pesquisadores se vincularam repetidamente a  atividade humana. "Isso éreal. Isso estãoacontecendo."

A média de 2010 foi de 14,4 graus Fahrenheit (14,7 graus Celsius) em todo o mundo, ou 1,4 graus (0,8 C) acima da média do século 20 e mais de um tera§o de um grau (um quinto de um grau C) mais quente que a década anterior, que foi o mais quente já registrado, de acordo com a Administração Nacional Ocea¢nica e Atmosfanãrica.

A década teve oito dos dez anos mais quentes já registrados. Os aºnicos outros anos no top 10 foram 2005 e 1998.

A NASA e a NOAA também calcularam que 2019 foi o segundo ano mais quente nos 140 anos de manutenção de registros. Cinco outras equipes globais de cientistas de monitoramento concordaram, com base nas leituras de temperatura obtidas nasuperfÍcie da Terra, enquanto várias medições baseadas em satanãlites disseram que estava entre o ano mais quente já registrado e o terceiro mais quente.

Va¡rios cientistas disseram que os pra³ximos anos sera£o ainda mais quentes, tirando esses anos dos livros de registro.

Nesta foto de arquivo de 16 de agosto de 2019, grandes icebergs flutuam para longe quando o sol nasce perto de Kulusuk, na Groenla¢ndia.
A década que acabou de terminar foi de longe a mais quente já medida na Terra, terminada pelo segundo ano mais quente já registrado, informou a NASA e a Administração Nacional Ocea¢nica e Atmosfanãrica na quarta-feira, 15 de janeiro de 2020. (AP Photo / Felipe Dana, Arquivo)
"Isso fara¡ parte do que vemos todos os anos atéestabilizarmos os gases do efeito estufa" da queima de carva£o, petra³leo e gás, disse Schmidt.


"a‰ preocupante pensar que podemos estar quebrando recordes globais de temperatura em rápida sucessão", disse Kim Cobb, cientista clima¡tico da Georgia Tech . "2020 estãoiniciando um clima horra­vel, e temo o que o resto do ano trara¡ a  nossa porta".

Schmidt, da NASA, disse que, no geral, a Terra estãoagora cerca de 1,2 ° C mais quente desde o ini­cio da era industrial, um número importante porque, em 2015, os lideres globais adotaram uma meta de impedir o aquecimento de 1,5 ° C. desde o surgimento da grande indústria em meados do século XIX. Ele disse que mostra que o objetivo global não pode ser alcana§ado. (A NOAA e a Organização Meteorola³gica Mundial reduziram ligeiramente o aquecimento desde o ini­cio da indaºstria.)

"Temos um forte aquecimento global induzido pelo homem", disse Friederike Otto, cientista clima¡tico da Universidade de Oxford. "O que observamos aqui éexatamente o que nosso entendimento fa­sico nos diz para esperar e não háoutra explicação".

Outras explicações que se baseiam em causas naturais - calor extra do sol, mais reflexo da luz solar por causa departículas vulcânica s na atmosfera e apenas variações aleata³rias do clima - "são pequenas demais para explicar a tendaªncia a longo prazo", cientista clima¡tico da Universidade de Princeton Michael Oppenheimer disse.

Os cientistas disseram que os dados de uma década são mais reveladores do que as medições de ano para ano, onde variações naturais como El Nino, o aquecimento peria³dico do Oceano Paca­fico, entram em cena.

"A mudança climática causada pelo homem éresponsável pelo aquecimento a longo prazo - éresponsável por que os anos 2010 foram mais quentes que os anos 2000, que foram mais quentes que os anos 90, etc.", disse Andrew Dessler, cientista clima¡tico da Universidade A&M do Texas. "Mas os humanos não são responsa¡veis ​​por que 2016 foi mais quente que 2015 ou por que 2019 foi mais quente que 2018".

A NOAA disse que a temperatura média global em 2019 era 58,7 graus (14,85 C), ou apenas alguns centanãsimos de grau atrás de 2016, quando o mundo recebeu calor extra de El Nino. Isso é1,71 graus (0,95 C) acima da média do século 20 e 2,08 graus (1,16 C) mais quente que o final do século XIX.

Partes da Europa, asia, Austra¡lia, áfrica e Amanãrica do Sul tiveram temperaturas recorde em 2019, assim como o Alasca, Nova Zela¢ndia e Novo Manãxico, disse a NOAA. O Alasca estava 6,2 graus mais quente que a média, a 32,2 F. Foi a primeira vez na história registrada que a temperatura média anual do Alasca estava acima de zero.

Os Estados Unidos, que tiveram apenas o 34º ano mais quente, foram atingidos por 14 desastres clima¡ticos que causaram US $ 1 bilha£o ou mais em danos no ano passado, segundo a NOAA.

Globalmente, os últimos cinco anos foram os cinco mais quentes já registrados, quase 1,7 graus (0,9 ° C) mais quentes que a média do século 20, segundo a NOAA. O último ano em que a Terra foi mais fria que a média do século XX foi em 1976, antes do nascimento do candidato presidencial democrata Pete Buttigieg, do presidente francaªs Emmanuel Macron e Donald Trump Jr..

Se vocêquer saber o que isso significa para as pessoas e o mundo, basta olhar para a Austra¡lia atingida por um incaªndio, disseram Schmidt e outros.

O aquecimento global já estãosendo observado nas ondas de calor, derretimento do lena§ol de gelo, mais incaªndios, tempestades mais fortes, chuvas indutoras de enchentes e aumento acelerado doníveldo mar, disse Hans-Otto Portner, chefe da equipe do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que analisa a impacto dasmudanças climáticas.

O gelo marinho, tanto no artico quanto na Anta¡rtica, atingiu seu segundonívelmais baixo em 40 anos de monitoramento, informou a NOAA.

Renee Salas, médica do pronto-socorro de Boston e professora de Harvard que estuda os efeitos dasmudanças climáticas na saúde, disse que "essas temperaturas não são apenas estata­sticas, mas tem nomes e histórias", mencionando um trabalhador da construção civil e um homem idoso sem ar condicionado que estavam seus pacientes neste vera£o.

"O planeta estãocom febre", disse Salas, "e esse éo sintoma".

 

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