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O cyberbullying pode amplificar os sintomas de depressão e TEPT
O cyberbullying teve o impacto de amplificar os sintomas de depressão e transtorno de estresse pa³s-trauma¡tico em jovens internados em um hospital psiquia¡trico adolescente, de acordo com um novo estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry .
Por Kate Anderton - 21/01/2020

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O cyberbullying teve o impacto de amplificar os sintomas de depressão e transtorno de estresse pa³s-trauma¡tico em jovens internados em um hospital psiquia¡trico adolescente, de acordo com um novo estudo publicado no Journal of Clinical Psychiatry . O estudo abordou a prevalaªncia e os fatores relacionados ao cyberbullying em adolescentes internados.

"Mesmo diante de um cena¡rio de desafios emocionais nas criana§as que estudamos, observamos que o cyberbullying teve um impacto adverso. a‰ real e deve ser avaliado", disse Philip D. Harvey, Ph.D., professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade. da Faculdade de Medicina de Miami Miller, coautora do artigo "Cyberbullying e sua relação com os sintomas atuais e a história do trauma na primeira infa¢ncia".

Ele diz que as criana§as com hista³rico de abuso foram mais propensas a serem vitimas de cyberbullying, sugerindo que as avaliações para trauma na infa¢ncia também devem incluir avaliações para o cyberbullying. Da mesma forma, as criana§as que relatam serem vitimas de cyberbullying devem ser avaliadas quanto a um hista³rico de trauma na infa¢ncia.

O cyberbullying épossivelmente mais pernicioso do que outras formas de bullying por causa de seu alcance. O assanãdio moral pode ser viral e persistente. Para realmente ser intimidador, tem que ser pessoal - um comenta¡rio diretamente negativo, tentando fazer a pessoa se sentir mal".

Dr. Philip D. Harvey, professor de psiquiatria e ciências do comportamento,
Faculdade de Medicina Miller da Universidade de Miami

O estudo ajudou a confirmar outros fatos sobre o cyberbullying:

  • Estar on-line regularmente ou o tempo gasto nas ma­dias sociais não foram fatores determinantes em quem foi va­tima de cyberbullying.
  • O cyberbullying abrange todas as classes econa´micas e etnias.
  • Os adolescentes que sofreram bullying no passado tiveram um risco maior de sofrer bullying novamente.

Estudo do impacto do cyberbullying em uma população psiquia¡trica de internação

O estudo de 50 pacientes internados em psiquiatria de 13 a 17 anos examinou a prevalaªncia do cyberbullying e relacionou-a ao uso de ma­dias sociais, na­veis atuais de sintomas e histórias de experiências adversas no ini­cio da vida.

Realizado de setembro de 2016 a abril de 2017 em um hospital psiquia¡trico suburbano no Condado de Westchester, Nova York, o estudo solicitou aos participantes que completassem dois questiona¡rios de trauma na infa¢ncia e um questiona¡rio sobre cyberbullying.

Vinte por cento dos participantes relataram ter sofrido cyberbullying nos últimos dois meses antes da admissão. Metade dos participantes foi intimidada por mensagens de texto e metade no Facebook. Imagens ou va­deos transmitidos, Instagram, mensagens instanta¢neas e salas de bate-papo foram outros vea­culos de cyberbullying.

Aqueles que sofreram bullying tiveram uma severidade significativamente maior de transtorno de estresse pa³s-trauma¡tico (TEPT), depressão, raiva e dissociação de fantasia do que aqueles que não sofreram bullying.

Links para trauma na infa¢ncia

Os participantes que relataram ter sofrido cyberbullying também relataram na­veis significativamente mais altos de abuso emocional ao longo da vida no Questiona¡rio de Trauma da Infa¢ncia do estudo do que aqueles que não sofreram bullying. Esses mesmos jovens não relataram umnívelsignificativamente mais alto de outros tipos de trauma (abuso fa­sico, abuso sexual, negligaªncia emocional ou negligaªncia física).

Mais estudos são necessa¡rios para estabelecer se pode haver alguma conseqa¼aªncia única do abuso emocional infantil que aumenta a probabilidade de os adolescentes problemáticos sofrerem ou denunciarem o cyberbullying.

Conclusaµes

Enquanto todos os participantes deste estudo eram pacientes psiquia¡tricos, os que sofreram bullying tiveram pontuações significativamente mais altas nas escalas de TEPT, depressão, raiva e dissociação do que aqueles que não sofreram bullying. Harvey diz que essa descoberta éconsistente com pesquisas anteriores.

O Dr. Harvey incentiva psica³logos, psiquiatras e outros conselheiros a perguntarem rotineiramente aos jovens se eles foram abusados ​​ou traumatizados quando eram mais jovens e se estãosendo intimidados agora.

Ele diz que adicionar essas perguntas a  avaliação cla­nica de adolescentes pode trazer a  luz sintomas que poderiam ter sido ignorados. Além disso, fatores que podem estar causando ou contribuindo para esses sintomas podem ser direcionados para uma intervenção especa­fica.

Pais e adolescentes podem tomar medidas para desencorajar o assanãdio moral, diz o Dr. Harvey. "Nãoédifa­cil bloquear alguém na Internet, seja por mensagens de texto, Facebook, Twitter ou envio de fotos. Pergunte por que as pessoas estãoescolhendo vocêpara intimidar? Se éalgo que vocêestãopostando, avalie isso e faz uma alteração".

 

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