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Tentilhaµes e trepadeiras de Darwin
Uma equipe internacional de pesquisadores do Reino Unido e da Espanha abordou a questãode por que a rápida evolua§a£o dessas aves sob uma perspectiva diferente. O estudo foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution
Por Guillermo Navalon - 06/02/2020


 Tentilhaµes e apicultores de Darwin

Os tentilhaµes de Darwin estãoentre os exemplos mais famosos de radiação adaptativa na evolução dos vertebrados modernos e seu estudo tem sido relevante desde as jornadas do HMS Beagle no século XVIII, que catalisaram algumas das primeiras idanãias sobre seleção natural na mente de um jovem. Charles Darwin.

Apesar de muitos anos de estudo que levaram a uma compreensão detalhada da biologia dessas aves empoleiradas, incluindo impressionantes estudos de décadas em populações naturais, ainda existem perguntas sem resposta. Especificamente, os fatores que explicam por que esse grupo particular de aves evolua­ram para ser muito mais diversificado em espanãcies e formas do que outras aves que evolua­ram ao seu lado nas Ilhas Gala¡pagos e Cocos permaneceram amplamente desconhecidos.

figura tentilha£o

Um fena´meno semelhante éo dos trepadores endaªmicos do arquipanãlago havaiano. Esses tentilhaµes verdadeiros (ao contra¡rio dos tentilhaµes de Darwin, que são aves semelhantes a tentilhaµes pertencentes a uma familia diferente) irradiavam-se para atingir uma ordem de magnitude mais em espanãcies e formas do que o resto dos pa¡ssaros que habitam essas ilhas.

Uma equipe internacional de pesquisadores do Reino Unido e da Espanha abordou a questãode por que a rápida evolução dessas aves sob uma perspectiva diferente. Mostramos em seu estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution que um dos principais fatores relacionados ao sucesso evolutivo dos tentilhaµes de Darwin e dos coletores de mel havaianos pode estar na maneira como seus bicos e cra¢nios evolua­ram.

Estudos anteriores demonstraram uma ligação estreita entre as formas e tamanhos do bico e os hábitos alimentares em ambos os grupos, o que sugere que a adaptação por seleção natural aos diferentes recursos alimentares disponí­veis nas ilhas pode ter sido um dos principais processos de condução de explosivos. evolução. Além disso,mudanças no tamanho e na forma do bico foram observadas em populações naturais dos tentilhaµes de Darwin como resposta a variações nos recursos alimentares, fortalecendo essas visaµes.

No entanto, estudos recentes sobre outros grupos de aves, alguns dos quais resultam de pesquisas recentes anteriores da equipe, sugeriram que essa forte correspondaªncia entre a morfologia do bico e do cra¢nio e a ecologia pode não ser generalizada em todas as aves.

Ao adotar uma abordagem ampla e numanãrica em mais de 400 espanãcies de aves terrestres (o grupo que abrange todas as aves empoleiradas e muitas outras linhagens, como papagaios, peixes-rei, calau, a¡guias, abutres, corujas e muitas outras), descobrimos que os bicos de Os tentilhaµes de Darwin e os apicultores havaianos evolua­ram em uma associação mais forte com o resto do cra¢nio do que na maioria das outras linhagens de aves terrestres. Em outras palavras, nesses grupos, o bico émenos independente em termos evolutivos do que na maioria das outras aves terrestres.

Muitas questões permanecem: por exemplo, essas situações evolutivas são fena´menos isolados nesses dois arquipanãlagos ou foram mais comuns na evolução das comunidades insulares ou continentais de aves? Esses padraµes caracterizam outras radiações adaptativas em aves?

Pesquisas futuras provavelmente resolverão pelo menos alguns desses mistanãrios, aproximando-nos um pouco da compreensão da evolução da maravilhosa diversidade de formas nos pa¡ssaros.

Guillermo Navala³n éo principal autor do estudo e um pesquisador de pa³s-doutorado no Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford, tendo se formado recentemente em PhD na Universidade de Bristol.

Leia o estudo completo 'As conseqa¼aªncias da integração craniofacial para as radiações adaptativas dos tentilhaµes de Darwin e dos trepadores havaianos' em  Nature Ecology & Evolution .

 

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