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Descoberta de DNA pode levar a novos tipos de drogas contra o ca¢ncer
As células podem sobreviver e se multiplicar sob mais estresse do que se pensava, mostra pesquisa da Faculdade de Saúde e Ciências Manãdicas.
Por Universidade de Copenhague - 28/02/2020



As células podem sobreviver e se multiplicar sob mais estresse do que se pensava, mostra pesquisa da Faculdade de Saúde e Ciências Manãdicas. Isso foi encontrado inibindo o gene essencial da DNA polimerase alfa, ou POLA1, que inicia a replicação do DNA durante a divisão celular .

A descoberta fornece aos pesquisadores novas idanãias sobre a replicação do DNA e pode potencialmente ser usada para um novo tipo de tratamento contra o ca¢ncer. O lider da pesquisa e professor associado Luis Toledo, do Centro de Estabilidade Cromossa´mica do Departamento de Medicina Celular e Molecular, afirma o seguinte:

"Se somos visiona¡rios, eu diria que podemos estar no nascimento de um novo conjunto de moléculas que poderiam ser usadas no combate ao ca¢ncer", acrescentou:

"Basicamente, se virarmos a descoberta de cabea§a para baixo, essa nova estratanãgia visa explorar uma fraqueza interna das células cancera­genas e fazaª-las quebrar enquanto se dividem".

Za­peres soltos

Quando uma canãlula se divide , a fita dupla de DNA éaberta longitudinalmente como um za­per que édescompactado. Os novos fios duplos são construa­dos em cada um dos fios separados, para que vocêgradualmente acabe com dois novos "za­peres".

Antes que as novas metades do za­per sejam feitas, um pouco de DNA éexposto temporalmente na forma de fita simples. Esse processo énecessa¡rio para que os novos za­peres se formem. No entanto, grandes quantidades de DNA de fita simples tem sido tradicionalmente consideradas pelos pesquisadores como um sinal de estresse patola³gico durante a proliferação celular.

No entanto, os pesquisadores por trás do novo estudo descobriram que os descompactadores de DNA agem mais vagamente do que o esperado. Isso pode gerar grandes quantidades de DNA de fita simples, o que os pesquisadores agora demonstram ser apenas uma forma de estresse natural que as células podem realmente tolerar em grandes quantidades.

Ainda, para que essa tolera¢ncia exista, as células requerem uma quantidade suficiente da protea­na protetora RPA para cobrir as partes de DNA de fita simples.

"Vimos que as células podem duplicar seu genoma, mesmo com grandes quantidades de DNA de fita simples. Elas podem se dividir e continuar vivendo de maneira sauda¡vel porque possuem um grande excesso de moléculas de RPA que atuam como um guarda-chuva protetor". diz o primeiro autor do estudo e ex-pa³s-doutorado na Universidade de Copenhague Amaia Ercilla, acrescentando:

"Mas háum outro lado da moeda. Quando fazemos as células gerarem DNA de cadeia simples mais rápido do que aquilo que podem proteger, os cromossomos literalmente se quebram em centenas de pedaço s, um fena´meno que chamamos de cata¡strofe de replicação. Sempre pensamos que podera­amos usar isso. , por exemplo, para matar células cancera­genas ", acrescenta ela.

Arma contra o ca¢ncer

Amaia Ercilla e Luis Toledo explicam que, em circunsta¢ncias normais, éextremamente difa­cil esgotar a reserva de RPA de uma canãlula.

O mesmo aconteceu no novo estudo, quando os pesquisadores usaram diferentes tipos de quimioterapia para aumentar a quantidade de DNA de fita simples. Mesmo ao usar os melhores compostos disponí­veis atéo momento, demorou cerca de uma hora para esgotar a reserva de RPA em uma canãlula, provocando uma cata¡strofe de replicação e a morte celular associada.

No entanto, os pesquisadores por trás do novo estudo acreditam ter encontrado o que Luis Toledo chama de "o melhor gerador de DNA de fita simples": quando os pesquisadores usaram o chamado inibidor da POLA1, as células atingiram seu destino final em apenas cinco minutos.

"Embora nenhum DNA novo possa ser produzido quando inibimos o POLA1, os descompactadores de DNA continuam avaçando e geram DNA de fita simples em velocidade muito alta", diz o Professor Associado, acrescentando:

"Todas as células podem ser sensa­veis aos inibidores da POLA1, incluindo células cancera­genas , e podemos especular que a estratanãgia possa ser especialmente útil contra formas muito agressivas de câncer que proliferam em ritmo acelerado".

O pra³ximo passo do grupo de pesquisa éencontrar mais moléculas que inibam biologicamente o gene POLA1 e que, em combinação com outras substâncias, podem ser usadas no tratamento de pacientes com ca¢ncer.

 

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