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Vesta­gios da antiga floresta tropical na Anta¡rtica apontam para um mundo pré-histórico mais quente
Uma equipe do Reino Unido e da Alemanha descobriu solo florestal do período Creta¡ceo a 900 km do Polo Sul. Sua análise das raa­zes, pa³len e esporos preservados mostra que o mundo naquela anãpoca estava muito mais quente do que se pensava anterior
Por Imperial College London - 01/04/2020


Ilustração da floresta tropical anta¡rtica. Crédito: Alfred-Wegener-Institut / James McKay
Para reconstruir o ambiente dessa floresta preservada, a equipe avaliou
as condições climáticas em que vivem os descendentes modernos das plantas,
além de analisar os indicadores de temperatura e precipitação na amostra.

Pesquisadores descobriram evidaªncias de florestas tropicais perto do Polo Sul 90 milhões de anos atrás, sugerindo que o clima estava excepcionalmente quente na anãpoca.

Uma equipe do Reino Unido e da Alemanha descobriu solo florestal do período Creta¡ceo a 900 km do Polo Sul. Sua análise das raa­zes, pa³len e esporos preservados mostra que o mundo naquela anãpoca estava muito mais quente do que se pensava anteriormente.

A descoberta e a análise foram realizadas por uma equipe internacional de pesquisadores liderada por geocientistas do Centro Helmholtz do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha na Alemanha, incluindo pesquisadores do Imperial College London. Suas descobertas foram publicadas hoje na Nature .

A coautora Tina van de Flierdt, do Departamento de Ciências da Terra e Engenharia da Imperial, disse: "A preservação dessa floresta de 90 milhões de anos éexcepcional, mas ainda mais surpreendente éo mundo que ela revela. meses de escurida£o, as florestas aºmidas e temperadas foram capazes de crescer perto do Polo Sul, revelando um clima ainda mais quente do que espera¡vamos. "

O trabalho também sugere que os na­veis de dia³xido de carbono (CO2) na atmosfera foram mais altos do que o esperado durante o período manãdio do Creta¡ceo, entre 115 e 80 milhões de anos atrás, desafiando os modelos clima¡ticos do período.

A professora Tina van de Flierdt e o dr. Johann Klages trabalham na amostra de solo
antigo. Crédito: T. Ronge, Alfred-Wegener-Institut

O meio do período creta¡ceo foi o auge dos dinossauros, mas também foi o período mais quente dos últimos 140 milhões de anos, com temperaturas nos tra³picos de até35 graus Celsius eníveldo mar 170 metros mais alto que hoje.

No entanto, pouco se sabia sobre o meio ambiente ao sul do Ca­rculo Anta¡rtico naquele momento. Agora, os pesquisadores descobriram evidaªncias de uma floresta tropical temperada na regia£o, como seria encontrada na Nova Zela¢ndia hoje. Apesar de uma noite polar de quatro meses, um tera§o de cada ano não existia luz solar que dava vida.

A presença da floresta sugere que as temperaturas médias estavam em torno de 12 graus Celsius e que era improva¡vel que houvesse uma calota de gelo no Polo Sul na anãpoca.

A evidência para a floresta anta¡rtica vem de um núcleo de sedimentos perfurados no fundo do mar perto das geleiras de Pine Island e Thwaites, na Anta¡rtida Ocidental. Uma seção do núcleo, que originalmente seria depositada em terra, chamou a atenção dos pesquisadores com sua cor estranha.

A equipe examinou a seção do núcleo por tomografia computadorizada e descobriu uma densa rede de raa­zes fa³sseis, tão bem preservada que era possí­vel distinguir estruturas celulares individuais. A amostra também continha inúmeros vesta­gios de pa³len e esporos de plantas, incluindo os primeiros remanescentes de plantas com flores já encontrados nessas altas latitudes anta¡rticas.

Eles descobriram que a temperatura média anual do ar era de cerca de 12 graus Celsius; cerca de dois graus mais quente que a temperatura média na Alemanha hoje. As temperaturas médias do vera£o estavam em torno de 19 graus Celsius; as temperaturas da águanos rios e pa¢ntanos atingiam até20 graus; e a quantidade e a intensidade das chuvas na Anta¡rtica Ocidental foram semelhantes a s dopaís de Gales de hoje.

Para obter essas condições, os pesquisadores concluem que há90 milhões de anos o continente anta¡rtico estava coberto de vegetação densa, não havia massas de gelo terrestre na escala de uma camada de gelo na regia£o do Polo Sul e a concentração de dia³xido de carbono na atmosfera foi muito maior do que se supunha anteriormente para o Creta¡ceo.

O autor principal, Dr. Johann Klages, do Centro Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha do Instituto Alfred Wegener, disse: "Antes do nosso estudo, a suposição geral era de que a concentração global de dia³xido de carbono no Creta¡ceo era de aproximadamente 1000 ppm. em experimentos baseados, foram necessa¡rios na­veis de concentração de 1120 a 1680 ppm para atingir as temperaturas médias na Anta¡rtida".

 

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