Mundo

Contar com 'comida local' éum sonho distante para a maior parte do mundo
O estudo recente liderado por Kinnunen, modelou a distância ma­nima entre a produção agra­colae consumo que os humanos em todo o mundo precisariam para atender a  demanda de alimentos.
Por Universidade de Aalto - 17/04/2020


Gra¡fico de distância otimizada entre produção e consumo de alimentos.
Crédito: Universidade Aalto

A globalização revolucionou a produção e o consumo de alimentos nas últimas décadas, e o cultivo tornou-se mais eficiente. Como resultado, as dietas se diversificaram e a disponibilidade de alimentos aumentou em todo o mundo. No entanto, também levou a uma situação em que a maioria da população mundial vive empaíses que dependem, pelo menos parcialmente, de alimentos importados. Isso pode intensificar as vulnerabilidades durante qualquer tipo de crise global, como a atual pandemia do COVID-19, a  medida que as cadeias globais de fornecimento de alimentos são interrompidas.

O pesquisador de dissertação da Universidade Aalto, Pekka Kinnunen, diz: "Existem grandes diferenças entre diferentes áreas e a folhagem local. Por exemplo, na Europa e na Amanãrica do Norte, culturas temperadas, como trigo, podem ser obtidas principalmente dentro de um raio de 500 quila´metros. , a média global éde cerca de 3.800 quila´metros ".

O estudo recente, publicado na Nature Food e liderado por Kinnunen, modelou a distância ma­nima entre a produção agra­colae consumo que os humanos em todo o mundo precisariam para atender a  demanda de alimentos. O estudo foi realizado em colaboração com a Universidade de Columbia, a Universidade da Califa³rnia, a Universidade Nacional Australiana e a Universidade de Ga¶ttningen. O estudo levou em consideração seis grupos principais de culturas para seres humanos: cereais temperados (trigo, cevada, centeio), arroz, milho, gra£os tropicais (milheto, sorgo), raa­zes tropicais (mandioca) e leguminosas. Os pesquisadores modelaram globalmente as distâncias entre a produção e o consumidor para as condições normais de produção e para os cenários em que as cadeias produtivas se tornam mais eficientes devido a  redução do desperda­cio de alimentos e aos manãtodos agra­colas aprimorados.

Eles descobriram que 27% da população mundial poderia obter seus gra£os de cereais temperados em um raio de menos de 100 quila´metros. A participação foi de 22% para cereais tropicais, 28% para arroz e 27% para leguminosas. No caso do milho e das raa­zes tropicais, a proporção era de apenas 11 a 16%, o que Kinnunen diz exibir a dificuldade de depender apenas dos recursos locais.

Galpaµes alimentares como áreas de auto-suficiaªncia

"Definimos galpaµes de alimentos como áreas em que a produção de alimentos pode ser auto-suficiente. Além da produção e demanda de alimentos, as cercas de alimentos descrevem o impacto da infraestrutura de transporte sobre onde os alimentos podem ser obtidos", explica Kinnunen.

O estudo também mostrou que os galpaµes de alimentos são principalmente áreas relativamente compactas para culturas individuais. Quando as culturas são vistas como um todo, os galpaµes de alimentos formam áreas maiores, abrangendo o mundo. Isso indica que a diversidade de nossas dietas atuais cria dependaªncias globais e complexas.

Segundo o professor associado Matti Kummu, que também esteve envolvido no estudo, os resultados mostram claramente que a produção local sozinha não pode atender a  demanda por alimentos; pelo menos não com os manãtodos atuais de produção e hábitos de consumo. Aumentar a participação da produção doméstica efetivamente gerenciada provavelmente reduziria o desperda­cio de alimentos e as emissaµes de gases de efeito estufa. No entanto, ao mesmo tempo, isso pode levar a novos problemas, como poluição da águae escassez de águaem áreas densamente povoadas, além de vulnerabilidades durante ocorraªncias como colheitas ruins ou migração em larga escala.

"A atual epidemia de COVID-19 enfatiza a importa¢ncia da auto-suficiaªncia e da produção local de alimentos . Seria importante também avaliar os riscos que a dependaªncia de insumos agra­colas importados, como protea­nas de ração animal, fertilizantes e energia, pode causar", diz Kummu.

 

.
.

Leia mais a seguir