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Novo estudo global revela a¡rvore do tempo das plantas com flores da Terra
O aumento das angiospermas (plantas com flores) começou hácerca de 140 milhões de anos, desencadeando uma das mais drama¡ticas revolua§aµes biológicas da história recente do nosso planeta.
Por University of New South Wales - 07/07/2020


Angiosperma (plantas com flores) "a¡rvore do tempo". Crédito: Dr. Santiago Rama­rez-Barahona

Novas pesquisas publicadas hoje na Nature Ecology & Evolution por cientistas da Austra¡lia e do Manãxico revelam a primeira "a¡rvore do tempo" angiosperma completa do mundo - uma reconstrução da evolução das plantas com flores da Terra ao longo do tempo.

O aumento das angiospermas (plantas com flores) começou hácerca de 140 milhões de anos, desencadeando uma das mais drama¡ticas revoluções biológicas da história recente do nosso planeta.

Questaµes cruciais sobre o momento e a localização da origem das fama­lias envolvidas na criação do tipo mais diverso de plantas na Terra atéagora estavam em grande parte sem resposta.

O Dr. HervéSauquet, do Instituto Australiano de Ciência Bota¢nica e pesquisador saªnior da Universidade de NSW, estãobaseado no Royal Botanic Garden Sydney e coordenou o conjunto de dados de 238 calibrações fa³sseis de angiospermas, as maiores já montadas.

"Os fa³sseis são as evidaªncias mais importantes necessa¡rias para entender essas importantes questões evolutivas em torno dos tempos de divergaªncia dos angiospermas", disse o Dr. Sauquet.

"Estudos anteriores dessa natureza usavam apenas 30 a 60 registros fa³sseis e quera­amos aumentar esse número significativamente e estabelecer um padrãomais alto para calibração fa³ssil, documentando todas as partes do processo. Muitas vezes, ta­nhamos que traduzir registros de diferentes idiomas e fazer detetives incansa¡veis trabalhar para obter séculos de idade, bem como as últimas descrições fa³sseis em nossas ma£os ", disse Sauquet.

Os pesquisadores também analisaram a distribuição geogra¡fica das plantas existentes e analisaram como as idades das fama­lias de angiospermas foram distribua­das em todo o mundo, combinando sua nova "a¡rvore do tempo" com mais de 16 milhões de registros de ocorraªncia de espanãcies de angiospermas.

O principal autor do estudo da Universidade Nacional Auta´noma do Manãxico, Dr. Santiago Rama­rez-Barahona, disse que agora temos a confirmação mais abrangente atéo momento de que as angiospermas se originaram em ambientes tropicais.

"Mas háuma reviravolta, embora os ecossistemas tropicais sejam o lar de fama­lias antigas, nossos resultados sugerem que as florestas tropicais dominadas por angiospermas de hoje são um desenvolvimento relativamente recente na história da Terra", disse Rama­rez-Barahona.

"Todo grupo de espanãcies vivas na Terra tem uma idade de" caule "(a idade de sua origem) e uma idade de" coroa "(o ini­cio de sua diversificação para as espanãcies vivas que vemos hoje) e os pa¡ssaros são um a³timo exemplo disso. A idade do caule das aves émarcada pela separação dos crocodilos hácerca de 240 milhões de anos e a idade da coroa émarcada pelo ancestral comum mais recente de todas as aves vivas, hácerca de 100 milhões de anos.O que aconteceu entre as idades do caule e da coroa émuito interessante porque isso quando os dinossauros vagavam pela Terra. Tambanãm foi quando todos os traa§os que definem os pa¡ssaros modernos evolua­ram e éexatamente isso que nos propusemos a entender em nosso estudo sobre angiospermas ", disse o Dr. Rama­rez-Barahona.

Eupomatia laurina. Goiaba nativa da Austra¡lia. Esta espanãcie émembro de uma
linhagem que poderia ter existido (a linhagem, não a espanãcie) quando o antigo
super continente Gondwana ainda estava quebrando cerca de 180 milhões
de anos atrás. Crédito: Dr HervéSauquet

A autora saªnior da Universidade Nacional Auta´noma do Manãxico, Professora Susana Magalla³n, disse que o estudo apa³ia ainda mais a idanãia de que o doma­nio ecola³gico das espanãcies floridas modernas foi adiado para depois do fim dos dinossauros, cerca de 66 milhões de anos atrás.
 
"Ao estimar a idade do caule e da coroa para as fama­lias de angiospermas, encontramos uma diferença de 37 a 56 milhões de anos entre as origens da familia e o ini­cio de sua diversificação nas espanãcies vivas que vemos hoje", disse o professor Magalla³n. "Para colocar isso em contexto, o atraso manãdio corresponde a cerca de um tera§o de toda a duração da evolução da angiosperma, que éde pelo menos 140 milhões de anos".

Sauquet disse que o novo estudo lana§a uma nova luz sobre aspectos temporais e geogra¡ficos cruciais das fases mais cra­ticas da evolução dos angiospermas após sua origem.

Akebia quinata. Comumente conhecido como 'videira de chocolate' e énativo do
Japa£o, China e Coranãia. Crédito: Dr Herve Sauquet

"Durante esse período, as plantas com flores passaram a ser o grupo dominante e mais importante de plantas terrestres - a principal fonte de alimento para a maioria dos organismos em terra e praticamente todas as culturas agra­colas humanas", disse o Dr. Sauquet.

A nova pesquisa também ajudara¡ a contribuir para o entendimento mais amplo de toda a evolução na Terra, adicionando outra pea§a-chave ao quebra-cabea§a da vida.

Todas as instalações cienta­ficas, programas e coleções vivas do Jardim Bota¢nico Real de Sydney, Jardim Bota¢nico Australiano Mount Annan e Jardim Bota¢nico Blue Mountains Mount Tomah foram unidos sob o novo Instituto Australiano de Ciência Bota¢nica.

O novo Instituto estãoavaçando conhecimento fundamental da flora e conduzindo soluções eficazes de conservação para garantir a sobrevivaªncia das plantas e toda a vida que delas depende.

 

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