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Professora da Caltech responde a s perguntas da comunidade sobre coronava­rus
Em janeiro, seu laboratório, que estuda como o sistema imunológico reage a va­rus como o HIV, foi um dos primeiros a se dedicar ao estudo da SARS-CoV-2 .
Por Alyce Torrice - 13/07/2020


Pamela Bjorkman, David Baltimore, professora de Biologia e Bioengenharia da Caltech, em seu laboratório

Enquanto muitos laboratórios no campus da Caltech estavam necessariamente caindo em mara§o, Pamela Bjorkman, professora de Biologia e Bioengenharia da Baltimore Baltimore, David Caltech, estava se preparando para aumentar a atividade. Em janeiro, seu laboratório, que estuda como o sistema imunológico reage a va­rus como o HIV, foi um dos primeiros a se dedicar ao estudo da SARS-CoV-2 .

O grupo de pesquisa de Bjorkman espera que, estudando os picos de protea­nas do va­rus e os anticorpos que reagem a eles, seja possí­vel desenvolver uma terapia de anticorpos que possa tratar o COVID-19 ou aprender como fazer uma vacina para proteger contra infecções.

Bjorkman também visa ajudar o paºblico a entender a ciência por trás da pandemia.

"Como cientistas, todos nosprecisamos nos envolver mais com o paºblico, porque éfundamental em nosso mundo que as pessoas confiem na ciência e entendam o que estãoacontecendo", diz Bjorkman. "Existem muitos conceitos errados por aa­".

Em um webinar recente , Bjorkman apresentou uma introdução a va­rus, antivirais e vacinas no contexto do SARS-CoV-2. Ela também respondeu perguntas da audiaªncia.

Existe um meio para determinar se um va­rus se desenvolveu naturalmente em estado selvagem versus um sintetizado ou modificado em laboratório?

a‰ lamenta¡vel que as teorias da conspiração estejam sendo disseminadas (mais ou menos como um va­rus) sobre as origens do SARS-CoV-2. Quando vocêolha para a sequaªncia do SARS-CoV-2, fica claro que ele evoluiu de um determinado coronava­rus de morcego. Nãohácomo, em minha opinia£o, que um cientista possa projetar uma sequaªncia viral com base em uma sequaªncia de coronava­rus de morcego ou qualquer outra sequaªncia para garantir que ela seja altamente transmissa­vel e também induza doenças graves. Pelo que entendemos sobre o COVID-19, o progresso para a SDRA (sa­ndrome do desconforto respirata³rio agudo) écausado pela resposta do nosso pra³prio sistema imunológico ao va­rus. Ensino imunologia todos os anos e não tenho ideia de como projetar um coronava­rus (ou qualquer outro va­rus) para produzir SDRA. Nem qualquer outro cientista.

Mesmo se desenvolvermos uma vacina contra COVID-19 rapidamente, não seráuma cura. Sabemos com que rapidez o COVID-19 evolui e como lidamos com esses alvos ma³veis? Alguma lição que podemos tirar da experiência de desenvolver vacinas contra gripe e HIV (ou não fazer isso)?

A formulação da vacina anual contra a gripe éescolhida pela OMS, que prevaª quais três ou quatro cepas de influenza provavelmente circulara£o durante a próxima temporada de gripe. Portanto, as vacinas contra gripe funcionam melhor quando a previsão estãocorreta. Sim, háinformações sobre a rapidez com que o SARS-CoV-2 evolui, e a boa nota­cia éque evolui mais lentamente que a gripe e muito mais lentamente que o HIV-1. Embora o SARS-CoV-2 possa não sofrer mutação para desenvolver resistência, podemos precisar de uma vacina anual contra o coronava­rus se uma vacina e uma infecção natural produzem apenas memória imunola³gica de curta duração.

 

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